Sete

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Finalmente chegou sexta, não aguento mais vomitar sem saber o motivo e de Eren ficar enchendo meu saco todos os dias. Minha mãe também está bem meu pé, fica me perguntando um monte de coisas, eu só ignoro.

Me arrumo, pego meu celular e carteira e saio de casa ainda cedo. Não tenho carro ainda, nem carteira de motorista, e não quero que meu pai me leve, vou pegar um ônibus.

Assim que saio de casa, recebo uma mensagem no celular, o pego e vejo uma mensagem de Eren.

"Boa sorte, que não seja nada preocupante( ˘ ³˘)♥"

Olho para frente e o vejo na janela na sala acenando para mim. Sorrio e aceno de volta. Ah, amo quando ele é fofo desse jeito, mas as vezes ele exagera, no ano passado no dia dos namorados, ele me mandou flores com cartinhas super fofas, o problema que ele não me mandou apenas as flores. Eren mandou uma cesta de doces com balões, cinco cartas com mensagens carinhosas, um urso de pelúcia que tenho até hoje e uma almofada em formato de coração.

Meus pais ficaram me enchendo de perguntas e fazendo brincadeiras, o que me deixou o dia inteiro de mau humor, pelo menos pude afogar mais raiva com os bombons assistido filmes.

Subo no ônibus e vou para o último lugar, gosto de ficar longe das pessoas. Elas sempre fedem a suor independente da hora ou estão de mau humor. Mas também uma das vantagens de sentar no fundo, é que as tias fofoqueiras sentam no fundo e ficam falando sobre as vidas alheias. Eu odeio fofoca, mas somente quando ela me afeta, como é dos outros, eu me divirto.

- Alguma novidade? - escuto elas começaem a falar.

- Sim e você nem imagina.... - sempre que começa com "você nem imagina" ou "nem te conto" ou até mesmo "não conte para ninguém" já sei que é coisa boa. - Lembra da Claudia? A irmã do Rod?

- Rod Reiss? O chefe do banco da cidade?

- Ele mesmo. A Claudia foi esses dias na minha casa e contou que a sobrinha dela, a filha mais nova do Rod, está grávida.

- Aquela que tem dezoito anos?

- Essa mesmo... Ela está grávida da noiva dela.

- Pera! Noiva? - meu deus, isso esta ficando cada vez melhor.

- Exatamente, se não bastasse estar grávida, é noiva de uma mulher - filha da pu- E ainda mais... Rod não queria a criança de jeito nenhum, ameaçou a amarrar para abortar o bebê. Mas as duas fugiram ontem da cidade.

- Que babado.

Fugir de cidade com seu namorado por conta de uma gravidez... Isso é totalmente maluco mas ao mesmo tempo parace ser incrível. Isso para mim é a maior prova de amor, você ter que deixar tudo para trás para fugir com o seu amor da vida porque está grávida.

Mas nunca que eu faria isso, até porque Eren e eu queremos ter filhos após sairmos da casa de nossos pais, quando já estivermos bem financeiramente. Já tivemos está conversa muitas vezes.

E nada me fará mudar de ideia.

Depois de uma hora no ônibus, chego no meu destino. Desço já na frente do hospital.

Entro e vejo a sala de espera no muito cheia, só de entrar aqui me dá arrepios, odeio hospitais e médicos. Vou até a receita.

- Bom dia, eu tenho uma consulta - falo chamando atenção dela.

- Bom dia, qual é o seu nome?

- Levi Ackerman.

Ela procura alguma coisa no computador.

- O senhor chegou na hora da sua consulta, o doutor que irá lhe atender está cuidando de uma paciente no momento, mas já está terminando. Pode preencher aqui por favor?

Ela me estende uma prancheta com um papel. Pego a caneta e começo a escrever, são perguntas como meu nome completo, data de nascimento, tipo sanguíneo e etc.

Quando termino escuto a porta do fim do corredor abrir com tudo e um choro. Uma garota passa por mim chorando.

"Ellie, o próximo paciente já chegou?" Escuto uma voz vindo do telefone em cima da mesa da secretaria. Ela aperta um botão.

- Sim, senhor. Já o mandarei - ela destaca o papel que preenchi, escreve mais uma coisa e me devolve. - Por favor, vá até o fim do corredor a direita e entra na porta a esquerda. E entregue isso para o doutor.

- Obrigado.

Sigo as instruções dela, viro o corredor a direita e bato na única porta a esquerda. Escuto um "entre" e abro a porta. Ao abrir a porta, sinto o chão sumir, uma decargar passa pela minha espinha e meu estômago revira. A minha frente está a única pessoa do mundo que eu não queria estar no mesmo cômodo e sozinhos.

- Bom dia senhor.... - ele olha para minha direção, seu rosto passa de tranquilo e bondoso para uma carranca brava e seria. Com nojo junto, ele me olha como se eu tivesse uma doença contagiosa. - Ackerman.

- Yeager.... - fecho a porta atrás de mim, me arrependendo a cada minuto de não ter saído correndo na minha primeira chance. - Não fazia ideia que seria com o senhor.

- Eu também... Essas incompetentes, eu sempre as digo para me entregar a ficha do paciente antes de marcar... Se eu soubesse que seria com você, nunca teria aceitado.

- O mesmo para o senhor - me sento na cadeira a frente da sua mesa e estico o papel que a recepcionista me entregou tremendo. - A recepcionista me pediu para entregar isso ao senhor.

Ele toma de minha mão com tanta força que me surpreendo ela não ter rasgado.

- Bem, no momento quero apenas ser profissional e o cuidar devidamente como o bom médico que sou - ele termina de ler, coloca os papéis na mesa e olha nos olhos pela primeira vez desde que cheguei. - Agora me diz o que você tem sentido ultimamente.

- Bom... Desde domingo venho sentindo enjôos e tonturas, além de calafrios e meu olfato está mais sensível.... Inclusive, esse perfume que o senhor escolheu tem um cheiro ótimo - tento o elogiar, apensar de tudo ele é meu sogro, mesmo que ele não saiba disso.

- Mas alguma além disso? - ele arruma o paletó que usa, ajeitando sua postura. - Tem dito dores abdominais, dores de cabeça ou sangramento nasais?

- Somente as dores abdominais.

Ele anota num papel por alguns minutos.

- Bom, eu vou ter que tirar uma amostra de sangue e saliva.... Vou encaminhar para o laboratório onde será feito todos os exames e segunda teremos o resultado.... Uma última pergunta.... Você teve alguma relação sexual sem proteção no último mês?

Engasgo com a minha própria saliva, começo a tossir como um doido. Fico uns dois minutos tossindo e o desgraçado não fez nada, apenas ficou olhando, nem ofereceu uma água ou veio bater em minhas costas.

- P-perdão... Como? - falo já me recuperando.

- Não me faça repetir.

- Sim, eu tive relações - com seu filho - mas com proteção.... Pelo menos eu acho - lembro daquele dia.

- "Pelo menos eu acho"? - repetiu. - Como assim?

- Não me faça repetir.

- Bom não quero nem saber, mas eu irei pedir um teste também.... Mas imagino que seja apenas uma intoxicação alimentar, mas também pode ser algum tumor. Não se preocupe.

- Obrigado.

- Pode ir - me levanto quase correndo, derrubando a cadeira no chão. Mas corro para a porta sem levanta-la e saio correndo.

Deus, que informo acabei de passar.

Pego meu celular e mando uma mensagem para Eren.

"Acabei de sair da consulta. Você não acredita quem era o meu médio.

Seu pai, quase tive um infarto.

Terei resultado na segunda, mas acho que não deve ser nada demais. Como eu disse. Bjs(◍•ᴗ•◍)✧*。"

Enviei e vou para o mais longe dali.

Só nósOnde histórias criam vida. Descubra agora