Trinta e três

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Eren...

Finalmente chegou sexta feira, já estava cansado e pedindo para o final de semana chegar logo. Acordar todo dia as seis horas da manhã e voltar tarde em casa está me matando, mas é por Levi e pelo meu filho então vale a pena todo o sofrimento. Com a chegada da sexta, Levi não para quieto, está toda hora andando de um lado para o outro olhando o relógio. Hoje teria duas coisas importantes, a consulta para ver se o bebê está bem e que era hoje que o Armin viria nos visitar. 

Como é sexta feira vou entrar mais tarde no trabalho, lá pra sete e voltar pra casa as duas. Trabalhar num restaurante que também é um bar a noite é muito cansativo. Então eu poderei ir ao consultório com Levi e isso me deixa muito feliz.

- Já estou pronto, vamos indo - falo pegando a chave do carro. - O trem do Armin chegará às 13:30 e são trinta minutos de viajem até a cidade. 

- Tá...... já tô pronto também. 

Tranco a porta de casa assim que Levi passa, desço a varanda e entro no lado do motorista. Levi entra em seguida ao meu lado. 

- Ah, eu odeio esses bancos.... pinica demais - Levi reclama enquanto se acomoda no banco. De fato os bancos não são os melhores. Barleta não está em suas melhores condições, mas nada que uma mão de obra não resolva. 

- Eu vou arrumar ele, depois vou passar em alguma loja para comprar umas ferramentas.

Viro a chave e logo de primeira ela ligou. Não tenho carteira de motorista mas não significa que não sei digerir, meu pai me levava até o estacionamento do mercado para ficarmos treinando quando não tinha mais ninguém. 

O bom desse carro é que ele tem rádio, o ligo e coloca na estação que sempre passa as melhores músicas do mundo.

- Sério Eren? Anos 70? - ele me encara com careta.

- O que foi? Todo mundo sabe que música antiga é bom. Principalmente as de 70 a 90 anos. 

- Depois não quer que eu te chame de velho.

- Não sou velho, só tenho um gosto antigo - retruco.

- Um jovem com espírito de velho - ele muda a estação na melhor parte da música e põe numa que passa música mais atuais. - Pronto, agora sim música de verdade.
Mostro a língua para ele que nem criança. 

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Finalmente chegamos na estação tão reconhecida, ainda lembro como se fosse há algumas semanas quando chegamos desorientados nesta cidade (espera.... mas foi algumas semanas) e na hora que chegamos o trem também chega. 
Levi sai do carro correndo para ir na plataforma, eu também sai do carro já correndo. 

- Cheguei! - Armin desceu do trem com duas malas de correr e uma bolsa de uma alça no ombro. - Olá meus amores. 

- Armin - Levi foi até ele com os abraços entendidos, eles se abraçam. - Que saudades de ter um serzinho me incomodando todos os dias.

- Eu também estava com saudades de te irritar! - ele se solta do abraço e vem em minha direção. - Eren! Parece que você cresceu um pouco.

- É só impressão mesmo - retribuo o abraço.

- Meu amigo, vocês não sabem como eu estava com saudades de vocês! Eu fiquei uma três noites chorando de saudades. Vocês são meus amigos mais próximos e mais antigos também!

Já vai começar o drama? 

- Deixa de drama Armin, você sabe que nós também sentimos sua falta e mais, tivemos que nos mudar com motivo. 

- Eu sei, eu sei.... Só triste.... 

- Eren - Levi olha no relógio do celular. - Vamos indo. 

- Vamos mesmo.

- Para aonde? - Armin pergunta confuso. Pego suas duas malas e vou indo em direção ao carro. - Esse caro é de vocês? Desde quando dirigi Eren?

- Faz tempo.... - abro o porta malas e coloco as duas malas lá dentro. - Bora cambada antes que a gente chega tarde.

Entro no carro, Levi no meu lado e Armin no banco de trás. Dou a partida e vou para a estrada que leva para a cidade. 

- Ok, agora podem me explicar o que está acontecendo? Para aonde vamos? - olho para Levi dizendo para ele contar.

- Não é nada demais, é que hoje eu tenho ultrassonografia E vai ser daqui a pouco. 

- POR QUE NÃO ME DISSE ANTES? EREN ACELERA ISSO! - Armin grita muito alto no meu ouvido, chega a zunir. 

- É muito tarde levar ele embora de volta? - perguntou Levi se recuperando do susto que ele levou.

- Infelizmente sim.... 

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Levi....

Eren estaciona em frente ao que parecia ser um consultório. Assim como as outras construções da cidade, esse "hospital" também é de madeira e também é bem grande. Fica próximo ao centro e perto da prefeitura, eu ainda tenho que passar lá para dar uma surra naquela vaca da prefeita. 

Armin e eu descemos, Eren saiu logo depois e nós três subimos os degraus e entramos no lugar. A recepção tem um tamanho médio, com a bancada da recepcionista, quatro cadeiras na parede e uma televisão pequena no teto. A recepcionista é uma garota jovem de logos cabelos pretos e olhos azuis que não gostei nada deles olhando para Eren. 

- Bom dia, como posso ajuda-los? - ela parecia mais é perguntar para Eren do que para nós três. 

- Bom dia - falo chamando atenção dela. Ela me olha de cima a abaixo com um olhar tediante. - Viemos para uma ultrassonografia com a doutora Rebecca Robin. 

- Só um minuto - ela pega o telefone. - Senhora Robin, chegou um homem aqui dizendo que veio para um pré natal..... Qual é o nome? - ela olha para mim.

- Levi Ackerman.

- Levi Ackerman..... tudo bem - ela repousa o telefone de volta. - É a última porta no corredor a direta. 

- Obrigado - agradeceu Eren com um sorriso. Filho da p....
Armin me puxou pelo braço antes que eu acabasse xingando os dois. Ah mas ela vai ver, e ele também! Será que Eren não percebeu que aquela garota está tentando o seduzi-lo? Que idiota! 

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