Quinze

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Levi...

Acordei com Eren me chamando, já eram 7h, dormi muito pouco, apenas quatro horas. Tomei um longo banho quente e tomei café que Armin tinha feito para mim. Mesmo depois de ter tomado quatro xícaras de café forte, eu ainda estou cansado. 

A gente acordou cedo para podermos ir a estação de trem, nós pegamos um táxi e seguimos para a estação. Armin nos deu algumas coisas além do dinheiro. Ele nos deu um duas escovas novas, um carregador portátil e dois chips novos. Armin adora fazer estoques de diversas coisas, então não foi problema.

Chegamos na estação, Armin pede para o taxista esperar, ele ajudou Eren pegar nossas coisas antes de nos despedirmos.

- Ah, vou sentir muita falta de vocês - ele diz enquanto abraça Eren. - Por favor, mandem mensagem e liguem, quero saber de vocês.

- Pode deixar Armin, vamos ligar sempre para vocês.

- Ah Levi.... Já estou com saudades de nossas conversas - ele me abraça. Confesso que mesmo não gostando da companhia das outras pessoas, tendo que aguentar eles conversando e fazendo piadas ridículas e toscas, vou sentir muita saudades de Armin. - Você pode ser um completo ranzinza, mas é meu melhor amigo. 

- Eu também vou sentir saudades de você, e nem um pouco das nossas conversas - coro lembrando daquele dia no mercado, que vergonha. - Prometo ligar para você e te deixar a par de tudo sobre o bebê.

- É melhor mesmo! Ah! Agora me lembrei! - ele pega uma bolsa que está dentro do carro e estende para mim. - Aqui tem salgadinhos, refrigerante, doces, pão com presunto e queijo, tortinhas e uma garrafa de café... De fome vocês não vão morrer - de fome não, mas de diabetes sim.

- Obrigado.... Tchau Armin, obrigado por tudo.

- Tchau Levi..... Tchau Eren.

Armin entrou novamente no táxi e logo eles foram embora. Pegamos nossas coisas e fomos nos sentar num banco.

- Já sabe aonde vamos? - perguntei. 

- Ainda não - ele abre um mapa da estação, ela tem todas as cidades da região e os percursos dos três. - Tem que ser uma cidade longe, pode ser pequena.

- Hum.... Sina? - aponto no mapa.

- Fica três horas daqui, muito perto. 

De repente senti um mal estar, já fazia algum tempo que não me sinto assim. Meu estômago começa a dor e a embrulhar.

- Eren..... Preciso ir ao banheiro...

- Por que? - ao me ver colocando a mão na boca, Eren percebe.

- Não... Não.... Pera aí! Pera aí! - ele se levanta e me pega no colo. - BANHEIRO! BANHEIRO! BANHEIRO! AONDE ESTÁ O BANHEIRO! É UMA EMERGÊNCIA!

A que vergonha meu Deus. Que vergonha. Ele está gritando comigo no colo. 

- BANHEIRO!

- Fica pra aquele lado - um homem apontou.

Eren saiu correndo comigo no colo enquanto grita pelo banheiro e para as pessoas saírem da frente. Nunca passei tanta vergonha como hoje, nunca! Isso é uma humilhação.

Finalmente entrou no banheiro, chutou uma cabine e me colocou de pé na frente do vaso e saiu de perto. Comecei a vomitar, acho que não estou vomitando somente pela gravidez, e sim também pelo cheiro horrível que tem esse banheiro.

- Acho que vou vomitar - escuto Eren falando.

- Eren..... Nossas coisas - consegui falar voltando a vomitar.

- Ah é! Perai.... Fica aí... Eu vou buscar!

Pode apostar que não vou sair daqui tão cedo.

Eren...

Sai do banheiro correndo, esqueci as bolsas encima do banco com nosso dinheiro e celular. Se isso sumir, estamos mortos, muito mortos. Percebo alguns olhares sobre mim, mas ignoro tudo. 

Era uma emergência, se Levi vomitasse ali, eu vomitaria também, e as pessoas teriam que lidar de duas pessoas vomitando.

Cheguei no nosso banco e felizmente está tudo aqui, que bom saber que ainda tem pessoas boas que não mexem nas coisas dos outros. 

- Com licença, senhor. Por acaso você já comprou suas passagens? - um funcionário da estação perguntou para mim. - Se o senhor estiver esperando seu trem, podemos levá-lo para um lugar mais apropriado.

- Eu ainda não comprei as passagens... Aonde fica?

- Bem ali senhor. 

- Valeu.

Ponho minha mochila e a de Levi nos meus ombros, e peguei a bolsa que de comida que Armin nos deu. Nem sei se isso pode ser chamado de comida, Levi chama de besteiras, eu chamo de ouro do paraíso. Não existe coisa melhor que doces.

- Bom dia senhor - o banqueiro diz quando cheguei na banca. - Como posso ajudá-lo?

- Quero duas passagens por favor.

- Qual seria o destino?

- Seria para..... - olho no mapa atrás do banqueiro. Preciso escolher uma cidade distante de Rose. Mas qual, qual?..... Oh, essa parece perfeita. - Para Shiganshina.

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