Doze

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Puta merda, merda, merda.

Olho para o lado e o vejo parado no meio do corredor, ele está totalmente desleixado, com as mãos no bolso. Eren ainda ostenta um sorriso de lado e olha para meu pai como se tivesse contando a melhor notícia do mundo.

- Como? – meu pai falou, enrugando o nariz para Eren.

- Eu disse que o outro pai desse bebê, sou eu – cala boca Eren, por favor.

Por uma fração de segundos, vi meu pai mudar de cor, indo para branco para vermelho. Suas veias saltaram de raiva e seus punhos se fecharam.

- O que está dizendo garoto? Até parece que meu filho iria dormir com uma raça tão nojenta como os Yeagers.

- Bom, lamento dizer, mas ele dormiu e adorou todas os nossos momentos juntos – o que ele está tentando fazer? Me ferrar? Que ideia é essa de encarar meu pai e contar tudo dessa maneira?

- Levi.... O que ele diz é verdade? – sinto as mãos de minha mãe apertarem meus braços, olho para o rosto dela e vejo a preocupação nítida.

Abro minha boca mas nada sai.

- Levi? Responda a pergunta! – meu pai agarrou meu braço e puxou para cima.

- É..... É verdade – abaixo meu olhar envergonhado. Porém me senti bem, me sentir bem ao contar.
- Isso não pode ser verdade – meu pai aperta mais meu braço.

- Pai.... Está doendo – gemo baixo de dor, fazendo careta, mas ele nem ligou, somente apertou mais ainda. A qualquer momento iria quebrar. – Pai por favor me solta.

- Jorge...

- Calada Kuchel.... Eu irei acabar com essa palhaçada.

- Pai? – meu pai está louco, só pode. Ele me taca no chão, tenho que usar os braços para amortecer a queda. Sinto minha mãe se ajoelhar ao meu lado e me tocando.

- Seu desgraçado! – Eren partiu pra cima do meu pai, não bateu nele, somente o empurrou para longe de mim. – Como ousa tocar nele? Poderia tê-lo machucado de verdade.

- Não toque em mim, seu filho de rato... E eu faço o que quiser com Levi, eu sou o pai dele. E pela minha ordem ele irá abortar esse demônio.

Olho para meu pai, já comecei a chorar, mas limpo rapidamente. Me levanto e me ponho ao lado de Eren, segurando seu braço.

- Pai..... Está dizendo que me obrigará a abortar meu filho, seu neto?

- Isso não é meu neto, isso é uma desgraça.

- O que está acontecendo aqui? – ótimo, mais um. Grisha aparece de uma sala, ele olha para minha mãe que ainda está no chão, para meu pai que está quase socando no Eren, e por fim olhou para nós dois. – O que isso significa? Eren por que esse viadinho está te tocando?

- Aposto que você arquitetou tudo isso – papai apontou para Grisha. – Fez meu filho ir contra mim e o fez dormir com seu filho e ficar grávido dele.

- Como ousa insinuar isso? Acha mesmo que eu faria uma besteira dessa..... Espera, você disse que Levi dormiu com Eren, o meu filho, e que está grávido dele?

- Exatamente, agora vai falar que não sabia?

Eren aperta minha mão, pensei que ele estivesse tentando passar segurança para mim, mas na verdade ele só está se segurando para não xingar nossos pais. Retribui o aperto, tentando deixa-lo calmo. Eren é muito tranquilo, sempre está sorrindo, quer sempre ajudar os demais, são pouquíssimas coisas que fazem Eren ficar irritado, e quando ele fica bravo é Deus nos acuda.

- Não.... Isso é..... Não, Eren me diz que eles estão mentindo?

- Não pai, é totalmente a verdade.

- Não. Meu filho não é gay, não é possível. E ainda por cima engravida o filho deste homem – aponta para meu pai.

- Lamento, mas aconteceu – falo, mas me arrependo ao ver o olhar dele sobre mim.

- Seu... Tenho certeza que tudo isso é culpa sua, você fez meu filho ter esses desejos nojentos, desejando ficar com outro homem. Ah, mas eu vou te ensinar a ser um homem de verdade.

Ele vem para cima de nós dois. Grisha dá um tapa na cara de Eren e me pega pelo braço preparando para me socar. Mas a mão dele é segurada por um Eren furioso. Meu pai aparece também me puxando dos braços de Grisha e me ponto atrás dele. Minha mãe me abraça colocando minha mãe em seu peito, ela tenta tampar a minha visão, mas consigo soltar minha cabeça.

- Não se atreva a tocar em Levi. Eu não me importo de você me bater, mas não pense em tocar um fio de cabelo dele – Eren puxa Grisha para longe de nós. – Sim, eu realmente sou gay, sou assim desde os quatorze anos e me apaixonei por Levi. Nós namoramos a muito mais tempo que pensam e sim, ele está grávido de mim e eu irei assumir esse bebê.

- Eu sou seu pai, eu sei o que é melhor para você. Se você assumir isso, pode esquecer que sou seu pai – os olhos de Eren se arregalaram, mas ele não recuou.

- Então pode esquecer que teve um filho. Vou para casa arrumar minhas coisas.

Eren passa por olhando em meus olhos, ele move sua boa em fazer som, com o tempo que o conheço, já sei o que ele disse. Balanço a cabeça concordando.

- Eu não aceito uma coisa dessas – sussurrou meu pai para Grisha, meus pais esquecem que tenho uma audição muito boa. – Amanhã eu irei trazê-lo e você abortará essa praga. Mas não fale nada.

- Eu farei isso de muito prazer.

- Vamos embora, Kuchel – meu pai pega meu braço novamente e puxa para fora do hospital, minha olha novamente para Grisha antes de vir junto comigo.

Preciso fazer alguma coisa.

Só nósOnde histórias criam vida. Descubra agora