Vinte e sete

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Sabe aquela sensação que os dias passaram tão rápido que você nem nota e quando vai ver já passou vários dias? É assim que estou me sentindo, se passaram cinco dias desde que Eren me contou sobre a casa. E com ela os sinais da minha gravidez já eram mais visíveis. Minha barriga começou a crescer.

Não tá aquela coisa enorme obviamente, só estou de três semanas e meio, quase um mês, está apenas um leve e quase despercebido revelo, mas isso não impedia de Eren babar e ficar fazendo carinho em minha barriga. 

Ainda não estou totalmente a vontade com esse assunto, ter um filho não é só transar, parir e cuidar, é outros esquemas. E se ser pai não for pra mim? E se eu ensinar ou fazer algo que vai mudar totalmente a vida dele? Talvez eu não esteja pronto para isso. 

- Está pronto? - me assusto com Eren me abraçando por trás. - Erwin e Hanji estão nos esperando.

- Já sim, pegou suas coisas? - ele concorda com a garganta. - Então vamos logo.

Pego minha bolsa e de mãos dadas sai com Eren.
A casa já está pronta, os pisos, teto, paredes tudo está limpo de mofo. O encanador e eletricista arrumou todos os encanamentos e fios elétricos, enfim está moravel. O único problema é que não há móveis. 

- O que é isso? - pergunto quando saímos do restaurante, na traseira da caminhonete do Erwin tem um colchão. - Aonde estão levando isso?

- Para a casa de vocês oras, acharam que íamos deixar vocês dormir no chão? - disse Hanji no carro. - Além do mais, vocês já a batizaram.

Coro extremamente dos pés a cabeça, Eren também cora procurando mudar de assunto. 

- Muito obrigado, mas não podemos aceitar - assim como eu, ele não gosta de depender dos outros e de ficar aceitando sem retribuir, e infelizmente agora não temos como retribuir o favor que eles estão fazendo por nós. - Eu posso dormir no chão, pro Levi eu coloco nossas roupas no chão e toalha junto para ter mais conforto. 

- Deixa de baboseira homem, nós vamos ajudar vocês sim senhor - Erwin se aproximou de nós, puxou a cabeça de Eren para debaixo do braço e com a outra mão balançou os cabelos dele. - Ainda não aprendeu? Aqui em Shiganshina cuidamos dos nossos, vocês já são da família e iremos cuidar de vocês. 

- Eh...... muito obrigado - não pude deixar de agradecer. O carinho, atenção e o amor que estamos recebendo desde que chegamos é gratificante. Somos completos desconhecidos que foram aceitos de braços abertos sem nem perguntarem de nosso passado. - Obrigado mesmo. E lhes promento que retribuirei por tudo que fizeram.

- Não começa você também não, tampinha - agora foi a minha vez de ter a cabeça presa embaixo do braço, mas foi no braço livro, Eren ainda continua preso. - Não queremos retribuições, fazemos por amor e é só isso. 
Erwin acabou nos soltando, entramos na caminhonete e logo já partimos para a nossa nova casa. 

Não estou acreditando no que vejo. Não é possível isso cara. Não acredito que fizeram isso. 
Eren também não está acreditando. Nós dois estamos completamente...... Supresos, confusos e um pouco com raiva também. 

- E aí? O que acharam? Foi ideia da Sra. Antonieta - ouço Hanji dizer toda feliz, mas eu não desvio o olhar.
A casa está um tanto decorada, não completa, mas há pelo menos alguns móveis. Na sala tem um sofá de dois lugares bege com almofadas brancas, na cozinha tem bancadas, pia e um microondas e uma mesa de canto com duas cadeiras também beges. E lâmpadas, pelo menos não vamos ficar no escuro.

- Isso é...... ok respira - puxo e solto o ar lentamente. - Cara, não podemos aceitar isso, vamos devolver Eren.

- Ah? Por quê? - sério que esse panaca ainda pergunta?

- Por que? Não quero receber coisas de graça assim..... Não fizemos nada para merecer isso, chegamos em poucos dias e já nós dão isso?!

- Levi...... - Eren se aproximou de mim, colocou suas mãos em minha cintura e me fez olhar para ele. - Relaxa, um dia nós iremos pagar por cada centavo gasto...... E outra, acho que a Sra. Antonieta ficaria bem triste se devolvessemos isso.

É, ele tem um ponto. 

- Prontinho - Erwin aparece vindo do quarto. - Já coloquei a cama no lugar. Conferi o banheiro, tem chuveiro com água quente, torneira e vaso sanitário. 

- Obrigado Erwin, somos muito gratos pelo o que você e Hanji fizeram por nós. 

- De nada moleque. Bom nós já vamos, qualquer coisa é só nos chamar - ele sai pela porto.

- Bom, pelo menos não vamos nos preocupar em fazer barulho enquanto transa.

Ah mano, é sério que ele falou isso? 

Não respondo, me viro para o quarto sem falar absolutamente nada. 

Só nósOnde histórias criam vida. Descubra agora