Quarenta e um

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Eren...

Erwin e eu nos afastamos de Levi e Hanji rapidamente, suspiro aliviado por Levi não ter achado nada estranho, geralmente ele sempre faz algumas perguntas ou percebe que estou fazendo algo escondido, por isso mesmo nunca tentei trai-lo, pois sei que seria descoberto nos primeiros segundos. Nós andamos até as barracas com comidas.

- E então? - Erwin começou. - Tem certeza do que está fazendo?

- Sim... Levi e eu nunca passamos o natal longe de nossos pais, e por isso quero que nosso primeiro natal juntos seja inesquecível. 

- Fico feliz com isso, o primeiro natal que Hanji e eu passamos juntos foi meio embaraçoso pois eu estava levando o peru, acabei caindo e o peru voou pela janela e caiu perfeitamente num cachorro - caraca, que azar. - Pelo menos o cachorro teve um natal bom.

- Espero que isso não aconteça com a gente - rio de nervoso.- E tem mais, dia vinte e cinco é o aniversário de Levi. 

- Olha só, temos um menino Jesus - rimos juntos. Essa piada nunca perde a graça, pelo menos pra mim pois Levi fica pistola quando faz piada cristã com ele. - Enfim, falta seis dias para o fim do outono, que é no dia vinte e um. Tem tudo pronto?

- Já arrumei uma árvore, só falta os enfeites, a comida, as roupas, os presentes, as meias para a lareira e uma câmera - alisto as coisas com os dedos. 

- Câmera?

- Quero registrar tudo, até o momento que acordamos e fomos dormir. Ah! Preciso achar alguém pra fazer o bolo de aniversário, os docinhos e ainda tem os convidados.

- Calma amigo - Erwin passa o braço pelo meu pescoço e puxa para mais perto. - Está muito desesperado, não precisa ser uma coisa grande. Pode contar comigo e com Hanji, podemos chamar também a Sra. Antonieta e a sua familia, sei que eles gostaram de ir para lá ajudar. 

- Obrigado Erwin - agradeço. - Isso significa muito para mim.

- De nada pirralho. 

Levi...
Hanji e eu ficamos tomando um ponche que um garçom nos deu, está bem gostoso mas gostaria de um chocolate quente. Estamos sentados num banco de frente aos competidores, já está escuro e eles entraram na segunda parte da competição, o preparo. A noite o Festival fica mais bonito, as luzes dos postes e de alguns piscas-piscas deixam o lugar aconchegante. 

- Você devia participar - ouço Hanji dizer, olho para ela com a sobrancelha levantada. 

- Participar? Você está dizendo sobre competir na competição?

- Sim, imagino que você seja um bom cozinheiro, e você tem um terreno grande para plantar algumas coisas. 

- Não gosto de competições. 

- Ah vai! - ela da um saquinho no meu ombro. - Vai ser divertido, e se você for eu vou.

- Não sei, talvez, se tudo der certo.... Eu competo ano que vem. 

- Eba - Hanji da um aplausos animados.

De repente um homem surge na nossa frente, olho para seu rosto e vejo que é o homem que me deu uma piscada quando estava ajudando Hanji no restaurante. Ele está com roupas mais apropriadas para o clima frio e segura um taça de tequila na mão. Ele me olha de cima para baixo sorrindo.

- Pois não? - questiono. - Posso ajudar?

- Olá, talvez você não me reconheça, mas nós já nos vimos antes no restaurante. Meu nome é Richard Nixon - a voz dele é grossa, bem aveludada e gostosa de se ouvir. 

- Levi, e sim, eu me lembro de você - vou tentar ser simpático dessa vez. Olho de canto para Hanji e vejo ela nos olhando confusos. - Muito prazer. 

- Você mora aqui?

- Sim, me mudei há algumas semanas. E você?

- Sou apenas um visitante, soube desse evento e quis saber como era. Tem namorado?

Eu ia responder, mas quando abro a boca sinto o vômito começar a subir pela minha garganta. Não deu para reagir direito, quando vi já estava vomitando nos pés do cara, que pena os tênis eram brancos. Hanji logo vem me ajudar, Richard se afasta xingando. Tudo mundo começou a olhar para nós até os competidores que estavam tão concentrados. 

- Levi! Você está bem? 

Não consigo responder, minha cabeça está girando, pontos pretos estão na minha visão. Uma dor forte no meu ventre me fez sentir cansado e perco minhas forças. Se eu não estivesse sendo segurado por Hanji, já estaria no chão. 

- Eren! - ela grita! - Alguém chame Eren e Erwin! Alguém chame ajuda!

Minha cabeça gira muito, os pontos pretos foram crescendo, meu corpo ficando mais pesado e cansado. Quando então não vi mais nada. Mas antes de apagar completamente ouço a voz de Eren gritar pelo meu nome.....

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