Connie está apaixonado

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Um mês antes

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Um mês antes

O moreno  se lembra muito bem de como conheceu Connie e Sasha, os três tinham oito anos na época, a garotinha brigava com o outro sobre ele ter pegado suas batatinhas, Marco os ajudou, se apresentando e os convidando para brincar, dando um pedaço do seu bolo para a menina, com a condição de que a mesma ficasse calada.

Desde então nunca mais ficaram separados, os três combinavam até as salas que ficariam juntos na escola. Mesmo o Bodt sendo o que menos falava no trio, os amigos sempre faziam questão de o fazer se sentir confortável, não havia se sentindo deslocado naquela amizade de forma alguma em todos aqueles anos. Pelo menos, até Jean chegar.

O Kirstien apareceu quando tinham quatorze anos, no último ano do ensino fundamental, embora fosse o tipo de aluno brincalhão, sempre foi bastante amigável com as pessoas, o que intrigava Marco era o fato de quase não trocarem palavras, mesmo ambos sendo da mesma roda de amigo.

Depois de um ano, reconheceu que talvez o outro realmente não o suportava, acabando por parar de dialogar com o acastanhado, algo que os afastava bastante.

Ignorava ao máximo aquilo, o quanto poderia, no entanto estava sem saída agora, o Springer estava em sua frente sentando, esperando uma resposta sua.

Talvez mais louca do que a revelação que recebeu, era o fato chocante  do amigo também gostar de homens.

Havia apenas ido passar uma tarde de final de semana, jogando com o amigo, como sempre, não esperava aquilo tudo.

— Você gosta do Jean? — Marco disse,  bastante paralisado mentalmente, e chocado com o que acabava de ouvir.

— Eu sei que é estranho cara. — Connie colocou a mão sobre a cabeça, sorrindo em seguida. — Mas aconteceu mano.

— Não entendo como vou poder te ajudar com isso. Eu...— Suspirou, colocando os dedos entre seus fios negros, os bagunçando. — Não sou alguém próximo dele.

— Qual é! Você já juntou um monte de gente aí na escola. — O menor se levantou, dando um tapinha nas costas do amigo. — Por favor...

O Springer sempre foi um bom amigo, o apoiou quando se assumiu gay. Seria uma péssima pessoa se não o ajudasse naquele momento delicado.

Reuniu suas forças para responder, mesmo que fosse difícil fazer aquilo, faria por ele, Marco valorizava muito suas amizades, faria o que pudesse por eles.

— Está bem...Eu te ajudo. — Recebeu um abraço bastante forte do garoto.

(     )

Após chegar na escola atrasado, algo que raramente acontecia ao moreno, principalmente naquele seu último ano. O garoto correu até sua sala.

Juntar aqueles dois iria ser mais difícil do que pensou. Primeiro, tinha que arrumar uma forma de falar com Jean, sem que o mesmo desconfiasse, segundo, deveria arrumar uma forma de descobrir a sexualidade do acastanhado.

Depois disso, teria outro plano gigantesco em mente.

Ele tocou a porta da sala quando chegou frente à mesma, a afastando lentamente. Colocou a cabeça ali, mas felizmente, por algum motivo, o professor não havia chegado ainda.

Adentrou ali, respirando fundo e tomando coragem para sentar ao lado do Kirstein, que conversava alegremente com um colega. Se aproximou ainda relutante.

Jean demorou um pouco para perceber o outro se aproximar, se virando apenas quando o moreno já estava frente a frente com ele. Sorriu para o garoto com sardas, que em seguida soltou a voz que o Kirstein achava tão calma.

— Posso sentar?

Disse se referindo a cadeira fazia frente ao outro. O acastanhado concordou rapidamente, mesmo não entendendo o aproximar repentino do Bodt. Ficou feliz, já que o outro parecia não gostar de si, sempre estavam afastados, Marco era o único que não falava com ele do grupo inteiro, e chegava a ser engraçado, já que ele era o integrante que mais tinha vontade de conhecer.

— Aconteceu algo? — Perguntou assim que o outro sentou-se.

— Nada. — Ele se virou para poder ver o Kirstein. — Estamos muito distantes um do outro. E eu acho você muito legal. — Completou, sorrindo para o acastanhado, que sentiu seu rosto esquentar com a fala, agradeceu mentalmente ao  outro por não ter percebido.

De fato sempre achou Marco muito lindo, mas antes tentava disfarçar aquilo com uma possível raiva que sentia do garoto, raiva essa que nunca existiu realmente.

Na verdade, sempre teve um pouco de inveja do Springer por ter conseguido se dar tão bem com o moreno.

Aquela era sua chance de ter uma amizade com aquele garoto tão meigo, embora seus planos fossem um pouco mais além de amizade.

— Eu acho você muito legal também! —   Respondeu o Kirstein, se achando ridículo por ter demorado tanto.

— Obrigado Jean. —  O Botd achou adorável a reação do garoto. Jean era realmente muito carismático. Aquele era o motivo dos seus vários amigos, e eles estavam com uma boa amizade, seria legal se depois disso o outro continuasse conversando consigo. — Você quer ir comigo a biblioteca depois da aula? — Jogou a pergunta, mesmo ainda envergonhado, tentaria achar uma forma de tirar informações do Kisrtein. — Prometo que não vamos ler nada, sei que você não gosta muito de-

— Tudo bem! — Marco se assustou um pouco daquela vez. Mas não deixou de rir baixo com aquilo, o acastanhado era bastante apressado com as coisas. — Quer dizer...Eu quero ir sim cara.

— Tudo bem então. Vamos lá depois da aula está bem?

O garoto se virou novamente, para dar atenção ao professor que acabava de chegar. Deixando o Kirstein com pensamentos um pouco sugestivos sobre o convite.

Os dois entendiam a conversa de maneiras diferente. Marco era muito devagar para perceber as coisas de outras formas.

Sempre era o que mais demorava na rodinha para entender as piadas de duplo sentido.

Jean era a pessoa que fazia as piadas.

Conselheiro amorosoOnde histórias criam vida. Descubra agora