Lovely - Jenlisa

16: Feelings.

" Se esconda, eles dizem
 Porque não queremos suas partes danificadas
 Aprendi a ter vergonha das minhas cicatrizes
Fuja, eles dizem
Ninguém vai te amar do jeito que você é

Mas não vou deixar eles me derrubarem
Eu sei que existe um lugar para nós
Pois somos gloriosos"

Sabe quando você acorda com a sensação de que está feia, e nada tira isso da sua cabeça? Pois é, Jennie acordou sentindo isso!

Sempre quando pegava chuva seu cabelo ficava mais ondulado que o normal, deixando assim ele mais volumoso por conta da oleosidade, e tudo ficou pior quando mesmo após esfolhear seu rosto sentia que não mudou muito, as vezes a jovem tinha dias caóticos, mesmo após noites maravilhosas.

Seu pai veio em seu quarto avisar que o almoço da família seria em sua casa, só para piorar sua má situação, criada em sua mente manipulada pela baixa autoestima. Não daria tempo de lavar o cabelo, isso era um fato, então só procurou alguns tutoriais de como fazer penteados bonitos no YouTube, e falhou em todos, decidindo assim somente passar um shampoo seco em seu cabelo, o que não ajudou muito, vestiria qualquer coisa se seu primo sem noção não aceitasse o convite, mas como ele aceitou, se sentiu obrigada a parecer pelo menos apresentável para não ser alvo de piadas sem nenhuma graça.

Vestiu uma calça jeans clara e uma blusinha branca de manguinhas, como fazia onze graus na manhã pós chuva, com direito a arco-íris e tudo, o tecido lese não a deixaria com calor.

Resolveu que desceria para ajudar sua mãe na cozinha, enquanto seu pai recebia os familiares, Eunbi estava em um poço de nervosismo, se afundando cada vez mais, porém nossa protagonista Jennie já estava acostumada, a mulher ficava assim em todos os almoços e jantares, pois a obrigação caia toda em si, quando não era da decoração era da alimentação, tudo que Nini podia fazer para ajudar era ficar calada e tentar não errar em nada.

Quando finalmente serviram a mesa foram para sala onde os familiares conversavam alegremente com ChungHee, que servia chá para os adultos.

— Eunbi! — Disse tia Nari, se voltando para a mais velha, que sorriu de relance, como se elas não se vissem todo fim de semana, Jennie que não frequentava o almoço fazia duas semanas. — Jen, está tão linda, venha aqui me abraçar. — Resolveu abraçar Jennie também, que correspondeu, agradecendo pelo elogio, cumprimentaram os demais falando que a mesa estava servida, todos foram para a sala de jantar enquanto Jennie ia buscar as crianças, que estavam no gramado.

— Crianças, o almoço está pronto. — Os dois priminhos e a prima, um pouco mais velha, correram para abraçá-la, que quase morreu de amor. Eles alegaram querer continuar brincando. — Se vocês continuarem brincando minha mãe virá busca -lós, não eu, e sabe como ela é. — Fez uma careta seria, vendo as feições assustadas das crianças sapecas.

— Tudo bem, a gente vai. Né, meninos? — Falou a mais velha das crianças, as bochechas tão gordinhas e fofas que Jennie queria apertar, os gêmeos concordaram, então saíram andando decididos, como se fossem muito responsáveis. Os garotinhos tinham sorte de serem filhos de Nari, a azarada mesmo era Micha por ter um irmão mais velho insuportável.

Jennie teve de sentar ao lado de Doyoung, a última pessoa que queria estar por perto, e de frente com Sté, como preferia ser chamada, que depois de Yeri era a mais radical da família.

Minutos depois todos conversavam afoitamente, a antissocial comia quieta, por isso não gostava muito dos almoços, não se sentia em paz em aglomerações, a comida estava deliciosa ao menos.