Josephine
Me espreguiço em meio aos lençóis escuros, abrindo meus olhos lentamente, tentando me acostumar com a claridade. Sinto minhas pernas latejarem por ontem. Minhas bochechas esquentam instantaneamente diante das lembranças da minha primeira vez.
Escuto o barulho do chuveiro cessar e logo Hero entra no quarto apenas com uma toalha branca enrolada na cintura. Gostoso do caralho!
Suas feições estão sérias e frias. Sinto todos os músculos do meu corpo tencionarem. Espero pelo pior.
"Quero que saia daqui, Josephine", sua ordem é firme e ele parece não sentir nenhum pingo de consideração pelo oque a gente viveu horas atrás. Arregalo os olhos extremamente confusa e assustada.
Engulo o nó recém formado em minha garganta. Sinto vontade de chorar mas nenhuma mísera lágrima cai de meus olhos lacrimejados. Tenho a sensação de estar afogando e Hero não faz absolutamente nada para me salvar.
Eu já imaginava que isso poderia acontecer mas preferi guardar essa possibilidade no fundo da minha mente e aproveitar a versão do Hero que eu mais apreciava. A versão que esquecia os traumas e se permitia ser feliz por um espaço de tempo. Infelizmente me deixei enganar pela ideia de que Hero poderia mudar. Ele sempre será o menino problemático incapaz de se entregar totalmente a alguém. Eu fui tola e ingênua por acreditar que ele me amava o suficiente para passar por cima de suas barreiras infiltráveis.
"Você conseguiu superar as expectativas!", bato palmas e sorrio ladina. Ele quer jogar esse jogo? Então, vou entrar nele para ganhar. "Queria que você tivesse apodrecido com os seqüestradores. Você é a pessoa mais repugnante que eu já tive o desprazer de conhecer", acerto um tapa certeiro em seu rosto. O estalo faz com que meus olhos queimem em fúria. Meu corpo arde enrolado no lençol fino de cetim. O ódio toma conta do meu ser e tenho a vontade súbita de atacá-lo com inúmeros tapas até ver o sangue escorrer em seu rosto fodidamente bonito.Hero solta uma risada fraca e vem de encontro com meu corpo, me pressionando na parede gelada.
"Você é a menina mais ingênua que eu já tive o desprazer de conhecer", sua boca perto do meu ouvido causa um arrepio involuntário, apesar do insulto. Me odeio tanto por isso.
"Você é tão fraca e carente. Tenho certeza que está pingando por mim e eu nem te toquei". E eu estava. Inferno! "Eu nem preciso checar, Josephine", sua língua percorre toda a extensão do meu pescoço. Solto um gemido de susto pelo contato inesperado. Mas que merda!
"Está vendo? Você é fraca".
Tenho vontade de enfiar um soco em seu sorriso prepotente. Nojento!
"Agora saia do meu quarto. Você não significa nada para mim", ele pega minhas roupas bagunçadas no chão e joga na minha cara. "Sinto muito que você tenha caído no papo de que eu te amava. Eu não sou igual aos caras que você lê nos romances. Você não pode me concertar e eu não quero ser concertado"."Eu não te amo e nem nunca te amei. Foi uma pobre ilusão da minha cabeça. Agora eu vou encontrar alguém que me ame e me foda melhor que você! E você vai ter que me assistir feliz e radiante nos corredores da escola".
"Você sabe que não existe alguém melhor. Nunca vai existir. Você sempre se lembrará de mim quando transar com os idiotas virgens dessa escola", sua voz soa tão natural que beira a insanidade.
Termino de colocar a roupa inteiramente amassada e caminho a passos largos para o meu dormitório. Me recuso a chorar por ele mais uma vez.Jogo meu corpo cansado em minha cama minúscula. A única coisa que irei sentir falta é da cama enorme do Hero. Rico idiota!
"Deixa eu adivinhar! O Hero voltou a ser um escroto?" , Veronica perguntou e eu me permiti soltar todo o ar que estava segurando a tempo.
"Sinto muito, Jo", suas mãos gélidas passam pelos fios do meu cabelo e sinto toda a tensão abandonar o meu corpo. "Ele definitivamente não te merece".
"Eu fui tão idiota por cair no papinho dele!", bufo frustrada comigo mesma. "Vou tomar um banho, não quero mais sentir o cheiro dele empregando no meu corpo". Veronica faz uma careta de desgosto e arregala os olhos. Tenho certeza que ela está com vontade de me fazer mil perguntar mas rumo ao banheiro antes dela ter essa oportunidade.Deixo a água escaldante cair em meu corpo até que eu não tenha mais nada para refletir. Os pensamentos estão cessados e fico feliz por não ter nada incomodando minha mente barulhenta. Foco no barulho do chuveiro por alguns minutos antes de pegar a toalha e me secar.
Volto para o quarto apenas com um roupão felpudo. As pessoas cravam os olhos julgadores em mim, enquanto passo pelo corredor movimentado, mas estou pouco me importando. Só quero tomar um bom calmante e dormir o resto do dia inteiro.
Hero
Amor. Esse sentimento só enfraquece e controla as pessoas. Odeio a sensação de ser controlado por uma mera sensação de euforia momentânea. O amor só me levou ao fracasso. Perdi a única pessoa que amei verdadeiramente. Não posso me dar ao luxo de sentir isso de novo.
Pensei que amava Josephine. Realmente pensei.Depois de tirar a virgindade dela, me senti o cara mais feliz e sortudo do mundo. Foi como um click em minha mente.
Estava sendo levado pela emoção e não pela razão, como costumava ser.
Me olhava no espelho e não me reconhecia. Em que tipo de homem eu estava me tornado? Um babaca romântico que faz tudo pela mulher? Nem fodendo!Essa menina estragou todas as muralhas que construí ao meu redor durante os anos. Como eu me permiti chegar a esse ponto catastrófico?
Tomei a decisão de enterrar aquela tão errônea paixão adolescente no fundo do meu ser. Eu precisava voltar a ser o velho Hero para poder conquistar os meus objetivos de vingança. Matar todos os responsáveis pela morte de minha mãe. Inclusive o meu querido pai.
Josephine me enfraquece. Não posso me permitir ter fraquezas. Não agora. Não diante do que estou prestes a enfrentar.Oi gente!!!!
Estavam esperando por essa reviravolta? Não sei como tive ideia para criar esse capítulo maluco kkkk
Desculpem pelo sumiço!
Amo vocês!! Obrigada pelas onze mil visualizações!!!!

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The First Touch
Novela Juvenil"Desejo proibido Você é um passo para o abismo Um sonho que tento esquecer acordada À noite um pensamento constante Um sonho excitante Que me faz acordar ofegante Você é um perigo constante Numa noite enluarada" Josephine tinha uma vida perfeita...