Capitulo 25

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Para um aproveitamento melhor da leitura indico a vocês escutarem— Someone to you -Banners-

Josephine

Solto a respiração que nem tinha percebido que estava segurando.

"Posso te explicar agora?",questiona e eu assinto meio atônita. "Isso tudo que estamos vivendo é muito novo para mim. Eu meio que... Nunca tive uma namorada ou me apaixonei por alguém"

"Mas isso não justifica você ter mentido para mim", passo os dedos por sua bochecha e depois pelos seus lábios e a argola metálica pende para o lado, essas carícias me distraem de minhas mágoas. "Por que você falou para aquela menina que só quer dormir comigo? Foi vergonha?", olho para os meus pés e tiro minha mão de seu rosto. Ele pega o meu queixo trazendo meu olhar de encontro ao seu novamente.

"Óbvio que não!", afirma mas eu ainda o encaro desconfiada. "Eu nunca teria vergonha de uma menina incrível como você"
"Então qual foi o motivo de você ter dito aquilo? Eu quero te entender,Hero!", me exalto um pouco. Essa situação é ridícula! Ele fez merda e não da para simplesmente concertar ou esquecer!

"Eu já te amava faz tempo, mas queria não acreditar nisso e para mim o melhor jeito foi fazendo as outras pessoas pensarem que eu era o velho Hero", massageia suas têmporas nervoso. "Eu te amo Jo, essa é a única certeza que eu tenho agora. Não posso te prometer que eu não vá fazer mais merdas, porque eu sou todo errado, mas prometo que daqui em diante vou te apoiar em tudo. Você me ensinou a amar novamente. Depois do que aconteceu com a minha mãe, nunca mais tinha sentido esse sentimento de novo", seus olhos marejam e eu simplesmente o abraço, apoio a cabeça em seu peito sem camisa e escuto as batidas aceleradas de seu coração. Não sei oque aconteceu com sua mãe, mas esse assunto parece mexer muito com ele. Sinto vontade de protegê-lo de tudo e ficar abraçada ao seu corpo para sempre.
"Quero conversar com você sobre suas manias estranhas, tipo a sua coleção de globos de neve", sorri e eu reviro os olhos mas brota um pequeno sorriso em meu rosto. "Quero brigar com você quando não concordar com a minha opinião sobre os clássicos da literatura e depois te torturar de prazer até concordar comigo", se gaba e eu fungo passando o dorso da mão em minha bochecha encharcada pelas lágrimas prematuras.
"Eu nunca vou concordar com você!", brinco e nós dois damos risada.

"Me de mais uma chance, só isso que te peço", coloca meus cabelos atrás da orelha e passa os polegares nas maças de minha bochecha. "Não quero te fazer chorar, quero te ver sempre com aquele sorriso sem jeito que eu amo", diz e eu sorrio automaticamente.
"Vou fazer as coisas certas daqui para frente, começando por...", ajoelha no chão mas eu puxo seu braço para que fique em pé novamente.

"Você é maluco! Levanta daí", gargalho pela atitude inesperada e ele se aproxima perigosamente.

"Estou falando sério! Quero ser uma pessoa melhor para você. Você aceita... É... Namorar comigo?", coça a nuca envergonhado e eu sorrio genuinamente. Um silencioso misterioso se instala no ambiente. Encaro seus olhos verdes com pingos azuis, assim como uma floresta depois da chuva, eles demonstraram esperança. Nunca entendi como os personagens dos livros conseguem enxergar tantas emoções apenas nas íris dos olhos, até conhecê-lo, ele esconde tudo que sente mas seus olhos demonstram todas as suas fraquezas e inseguranças.

"Eu te perdoou", digo por fim e Fiennes sorri e me enche de selinhos pelo rosto, empurro seus ombros o afastando e ele me encara confuso. "Eu te perdoo mas um namoro é uma decisão muito precipitada, acabamos de nos resolver e...", sou calada pelo seus lábios e solto um pequeno suspiro pelo contato inesperado, sua língua pede passagem mas eu não cedo e o empurro novamente.

"Mas que porra...", esbraveja frustrado.
"Olha a boca,mocinho!", finjo cara de brava e consigo tirar uma risadinha dele mas é por pouco tempo e logo ele volta a pose de menino mal.

"Vamos tentar por favor!", implora. "Sei que somos bem mais que rótulos mas quero tentar essa nova experiência com você".

Óbvio que eu quero namorar com ele, na verdade é tudo que eu mais quero. Ter ele só para mim novamente e ter a oportunidade de conhecer tudo sobre esse menino tão durão e sensível ao mesmo tempo. Podem dizer que sou fraca por não conseguir me desvencilhar dele depois de tudo... Mas ele precisa de mim, tanto quanto eu preciso dele. Preciso sentir seu calor, sua dor e seu amor de todas as maneiras conturbadas possíveis.

"Eu... Eu aceito viver essa nova experiência com você, namorado", sorrio e Hero me levanta no ar com suas mãos rodeando minha cintura.
"Eu te amo,Hero"
"Eu te amo mais que tudo, Josephine", sua boca vem de encontro a minha mas o barulho da porta de metal enferrujada rangendo nos atrapalha.

Um senhor barbudo com uma roupa uniformizada cinza e azul, nos encara com desaprovação segurando uma vassoura.

"O que vocês estão fazendo no meu armário de trabalho! O diretor vai saber disso imediatamente!", grita parecendo muito irritado.

Hero puxa a minha mão sem me dar chance de responder o pobre senhor. Atravessamos a porta correndo e já na metade do corredor consigo escutar as reclamações do suposto faxineiro.

Minhas pernas estão doendo mas o moreno parece disposto em me arrastar com ele em uma velocidade que não bate com o meu sedentarismo.

...

Hero gira a chave na maçaneta abrindo a porta do nosso pequeno e aconchegante cantinho.
Entro meio cambaleando pelo cansaço e acabo tropeçando em minhas próprias pernas, caindo no chão e levando Hero junto.

Apesar da dor nas costas pelo tombo, só consigo prestar atenção em seu rosto a milímetros do meu e seu corpo colado ao meu. O calor familiar toma conta de minha pele. Empurro seu peito para que ele saia de cima de mim.

"Vamos com calma,tudo bem?", pergunto e passo a mão pela minha blusa amassada.

"Com você quiser", coloca as mãos para cima em sinal de rendição e me lança uma piscadela.

Abro o frigobar e pego duas garrafas de água, jogando uma em direção á Hero, que a pega no ar.

Bebo vários goles de uma vez para saciar minha sede e encaro o carpete. Não sei bem oque fazer e como agir.

"Quer ler um livro?", aponta para a estante cheia deles.
"Quero sim, mas eu escolho!"

Boa noite🥰🥰

The First TouchOnde histórias criam vida. Descubra agora