Capitulo 22

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Obrigada pelos 2k! Vocês são demais! Divulguem, favoritem e comentem bastante para me ajudar a atingir outras marcas!❤️❤️

Várias surpresas nesse capitulo!

Josephine

Entro na Mercedes prateada e o cheiro forte de perfume faz minha cabeça latejar.
"Oi mãe...", todos os acontecimentos começam a passar pela minha cabeça novamente e as lágrimas amarguradas preenchem os meus olhos, deixando minha vista embaçada. Que droga! Devo estar de TPM para estar chorando tanto desse jeito.

"O que aconteceu,Josephine?", vejo a muralha que minha mãe construiu ser desfeita aos poucos e seus olhos azuis demostrarem pena.

"Tanta coisa,mamãe", passo a mão trêmula no nariz molhado e a mulher em minha frente a pega, apertando com firmeza. Suspiro em choque pela atitude inesperada. Ela nunca fora o tipo de mãe que segura a mão da filha nos momentos difíceis.
"Me conte tudo", pede e eu me rendo pois preciso desabafar com alguém, antes que tudo que estou guardando sufoque dentro de mim.

Conto tudo que aconteceu dês de que cheguei no colégio, deixando de lado as partes íntimas,e depois a história traumática que acabei de vivenciar com meu ex namorado. Por incrível que pareça, dessa vez consegui conter o choro.

"Nossa...", murmura impactada depois do meu falatório. "Desculpa por não estar presente nesses momentos terríveis e por não te compreender como você merece", súplica e franzo o cenho em descrença. "Sei que não estou sendo uma boa mãe... Prometo tentar melhorar... Se pai e eu,estamos passando por momentos conturbados no casamento. Estou deixando isso me afetar muito e acabo descontando em você", limpa a garganta e olha para cima em uma tentativa fracassada de cessar as lágrimas, acredito que seja para não borrar sua maquiagem perfeita.

"Tudo bem", sorrio fraco e lanço meus braços em torno de seu pescoço a abraçando com ternura. "Eu te perdoo. Tudo que passamos são águas passadas", contorno os dedos por suas mãos gélidas até alcançar a pequena aliança em seu dedo anelar. "Sei que não estou em posição para dar dicas de relacionamento agora, mas espero que vocês tomem a melhor decisão e que com isso sejam felizes. Juntos ou separados, vou continuar amando o papai e você", essas palavras saem com certa dificuldade, não quero que meus pais se separem, mas se for o melhor para eles, terei que aceitar. "E você senhora Elizabeth,coloque um sorriso no rosto para entrar naquela fatídica festa e fingir ser uma bruxa má", brinco e a loira solta uma profunda risada.

"Estamos de bem, mas não ao ponto de você me chamar pelo nome e de bruxa má", indaga brincalhona e da partida no conversível.

Sinto que um peso foi tirado de minhas costas. Me sinto leve por ter feito as pazes com minha mãe, mas uma incógnita ainda preenche meu peito. Como vou conseguir lidar com Hero?

"Mandei todos irem embora antes de vir te buscar", sou tirada de meus devaneios e pisco tentando assimilar suas palavras.
"Obrigada, foi legal da sua parte"
"Precisamos de um momento em família"
"É oque eu mais quero"

O momento em família é constituído por jogar UNO, comer um bolo gigante até todos estarem com a barriga estufada, olhar álbuns antigos e rir de como a minha irmã Katherine faz caretas em todas as fotos. Meus pais não compartilham muitos olhares ou risadas durante nosso momento, mas mesmo assim o clima é ameno e me faz lembrar de quando era menor.

O relógio bate meia noite e todos me abraçaram, desejando feliz aniversário e entregando presentes extravagantes,como sempre. Finalmente dezessete anos! E mais uma etapa se inicia em minha vida. Tomara que essa seja uma das melhores dela.

...

"Sem drama! Estarei de volta em breve", abraço minha irmã sentindo o cheiro de morango em seus cabelos castanhos. Afago suas costas cobertas por um moletom de alguma banda que não conheço.

"Sinto tanto sua falta! Você fará faculdade aqui como eu?", questiona, me encarando com esperança.

"Eu realmente não sei Kath", beijo sua bochecha em desculpa por não respondê-la como queria.

Me despeço de meu pai e mãe, e embarco no avião em direção a Inglaterra.
Apesar de sentir falta do meu país, sinto que Londres é o meu lugar. Gosto do clima frio e me sinto confortável no colégio, apesar de tudo.

...
Entro em meu quarto pequeno e sinto minhas pernas implorarem para eu me jogar na cama, mas há vários embrulhos preenchendo a mesma. Péssima ideia ter deixado uma chave com a Veronica!
Deixo a mala encostada na parede e vou em direção a um embrulho roxo. Rasgo o saco sem cuidado algum e um sorriso genuíno preenche meu rosto ao perceber um pequeno globo de neve aparecer em meio a varia bolinhas de isopor. A miniatura de guarda real faz uma referência enquanto a neve cai em seu chapel preto, por eu tê-lo chacoalhado. Esse com certeza foi da Veronica. Só ela sabe da minha coleção e fascinação por globos de neve. Sempre que viajo tento comprar algum e modéstia à parte, já tenho uma boa quantidade, e eles se localizam em meu quarto em Los Angeles.

Pego o segundo embrulho e rasgo o pacote acinzentado. Seguro o urso de pelúcia cor de rosa, e percebo que um cartão o acompanha.

"Feliz aniversário! Que seu dia seja tão especial quanto você.

Noah"

Sorrio pelo gesto singelo, apesar de extremamente clichê. Pego o buquê que imagino ser parte do presente e aproximo as flores do nariz. Solto um espirro na mesma hora. Argh! Tenho alergia a tulipas!

Pego a caixa que mais me chamou atenção e por algum motivo desconhecido resolvo não rasgá-la.
Retiro o laço verde água com cuidado e abro a caixinha, encontrando uma chave e um bilhete.

"Quarto andar, segunda porta"

O simples recado, faz a curiosidade nascer dentro de mim.

Pego a pequena chave e parto para encontrar esse misterioso presente.

Apesar de estar exausta pela viagem, sinto que preciso encontrar esse lugar.

Sem muita procura acho oque procurava. Enfio a chave na maçaneta e encaro a porta de carvalho com expectativa. Escorrego minha mão no metal frio e escancaro a porta.

Meus olhos brilham de fascinação. Um grande pufe cinza e felpudo com um cobertor azul se localiza no centro do ambiente, coberto por um assoalho de madeira dando um ar rústico para o local. Luzes de lede piscantes cobrem uma parte da parede pintada de preta. Uma parede que parece ter sido deixada propositalmente de tijolos, está preenchida por várias prateleiras de livros, passo meus olhos pelos títulos, reconhecendo alguns. Uma pequena mesa branca repleta de canetas, alguns cadernos e blocos de notas. E por fim uma geladeira, idêntica a do quarto do Hero. Abro o pequeno frigorífico e minha visão é abençoada por chocolates de todos os tipos e várias garrafas de suco de framboesa, meu preferido!
Meus olhos rastreiam o local em busca de algum indício de que fez aquilo, apesar de já estar quase convencida de que foi Fiennes.

Estaciono meus olhos curiosos em uma outra pequena caixa em cima do pufe e me jogo em cima dele pegando o objeto imediatamente. Corro meus dedos pelos detalhes prateados da pequena caixa, mas logo estou a abrindo, encontrando um bonito colar. Pego o cordão prateado e corro meus dedos pelos pingentes. Uma rosa preta, igual a tatuagem de Hero e uma pequena superfície imitando um globo de neve. Aposto que Veronica o ajudou! Aquela romântica incurável!

Sem controlar a emoção percorro o dedo pelos pequenos símbolos, que parecem serem feitos à mão e sorrio maravilhada. Embaixo de onde se encontrava o colar, há um pequeno papel. Percorro os olhos pela caligrafia bonita e meus olhos
marejam.

"Espero que tenha gostado do quarto e do colar!
Cada coisa foi pensada especialmente para você. Confesso que tive uma ajudinha de sua amiga chata, mas oque vale é a intenção!
Desde que coloquei meus olhos em você soube que seria minha ruína, só não estava preparado para admitir para mim mesmo. Agora tenho total convicção de que estou totalmente entregue e submisso ao seu amor. Seus olhos me trazem paz onde há somente caos. Sua voz é a melhor das melodias. Tudo em você é luz!
Vou me culpar eternamente por ter feito lágrimas percorrerem seu rosto perfeito!
Quero te fazer sorrir e alegrar os seus dias!
Por favor me deixe explicar oque aconteceu.

Te amo.

Hero."

"Te amo também", digo como se ele pudesse ouvir abraço a carta caindo no sono.

The First TouchOnde histórias criam vida. Descubra agora