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10 anos antes
"Que constelação é essa mamãe?", pergunto apontando para as estrelas no céu escuro de Londres.
"As três marias", responde apontando para as mesmas.
"São as minhas estrelas preferidas", sorrio enquanto observo o rosto jovem de minha mãe.
"Gosto muito delas também", acaricia meu rosto com ternura...
...
Olhar as estrelas com minha mãe eram os momentos mais felizes quando era criança mas acabou sendo menos frequentes quando ela começou a se envolver com drogas e bebidas.
Minha mãe sempre foi uma mulher muito alegre e determinada mas o meu pai destrui-a como um vaso quando se quebra,você tenta conserta-lo mas nunca retorna ao que era antes.
Meu pai era um homem muito íntegro e amoroso, apesar de ser sério e muito conservador. Mas do dia para a noite seu comportamento mudou totalmente,começou a se envolver em jogos e sempre ficava devendo para seus oponentes. Suas dívidas sobravam para minha mãe,que vendia tudo para pagá-las mas uma hora ela cansou dessa vida e resolveu seguir um caminho sujo.
...
Sempre consegui lidar com minhas emoções muito bem ou melhor, sempre consegui esconde-las muito bem,mas estou me sentindo totalmente vazio desde que Josephine despejou sua raiva em mim e me deixou plantado no meu próprio quarto.
Faz uma semana que ela está me ignorando completamente e ela parece bem feliz com isso.
Vejo ela andando e rindo pelos corredores com o babaca do Noah ou com uma menina de cabelos castanhos que não sei o nome.Se afastar de mim parece ter feito muito bem a ela e talvez seja melhor deixar assim.
Recuso-me a acreditar que estou sofrendo por uma garota. Acredito que estou obcecado demais para transar com ela e nada mais.
Estou sentado no gramado da merda do colégio, fumando um cigarro pois me acalma. A fumaça entrando e saindo do meu corpo parece algo nocivo mas para mim é como se todos os problemas da minha vida fodida sumissem por um tempo.
"Hero!", pela voz estridente sei que é Melany.
Ela se senta ao meu lado e pega o cigarro entre meus dedos colocando entre seus lábios pintados de rosa, depois de dar uma longa tragada solta a fumaça na minha cara. Vadia!
Pego o cigarro de sua mão e amasso-o na grama sem dó.
"Não faça mais isso!", esbravejo irritado e Melany apenas solta um risinho nasal.
"Calma baby,está muito tenso", acaricia meus braços pela jaqueta de couro e eu retiro sua mão com rispidez.
"Já vi que vai ser difícil conversar com você", morde a ponta da unha pintada de lilás.
"Eu não estou afim de conversar agora", levanto e Melany vem atrás de mim como uma perseguidora.Bom,é isso que ela é.
Fiquei com ela umas duas vezes no máximo mas depois enjoei e ela não se conformou e me persegue até então.
Ela é uma patricinha carente e sem conteúdo, que só pensa em gastar o dinheiro dos pais ricos, quais não dão a mínima para ela. As vezes eu sinto dó.
"Mudei de ideia. Não quero conversar com você, quero fazer outras coisas", me lança um sorriso safado e eu reviro os olhos.
"Não estou afim. Já te disse isso semana passada. Para de encher meu saco!", falo sem demonstrar nenhuma empatia.
"É aquela loira sem sal né?", questiona me encarando com seus grandes olhos verdes. "Pode me dizer o que você viu nela?",enrola o dedo em seu cabelo castanho esperando pela minha resposta.
"Não mete a Josephine nisso", passo a mão em meus cabelos em sinal de nervoso.
"Então a vadia tem nome,tão feio quanto ela", diz cínica.
"A única vadia é você! Se conforma que eu não vou mais te comer"
Melany me encara vermelha de raiva mas não dou importância e vou em direção a entrada da escola.
Ando pelo colégio sem rumo olhando para baixo até que trombo com uma pessoa...
"Olha por onde anda", subo meu olhar para a pessoa em minha frente. Noah!
"Desculpa cara!", sua voz parece distante pois estou mais interessado em olhar para a garota loira ao seu lado, o motivo das minhas noites mal dormidas e do vazio constante no peito.
Josephine me encara com uma expressão indecifrável.
Seu cabelo está preso em um coque bagunçado, ela usa uma calça de moletom branca juntamente com uma camiseta cinza básica, a armação fina de seus óculos caem e ela arruma com a ponta do dedo ainda me encarando.
"O-Oi", diz timidamente e eu sorrio pois adoro ve-lá sem jeito.
"Oi Jo,podemos conversar?", pergunto e ela concorda com a cabeça mas o idiota não sai do seu lado. " A sós", dirijo meu olhar para Noah e ele parece estremecer.
"Eu vou ficar com a Jo. Tudo que tem a dizer a ela pode ser dito na minha frente", declara me encarando com ar de superioridade. Quem esse babaca pensa que é? Só não dou uma surra nele porque estou querendo me redimir com a Josephine.
"Pode deixar Noah. Eu sei me cuidar sozinha mas obrigada", lança um sorriso acolhedor na direção de Noah e o mesmo sai de perto da gente a contragosto.
Bem feito idiota!Josephine me encara mordendo o lábio inferior, ela está nervosa, presumo.
"Você me trocou por aquele idiota mimado?", pergunto com um sorriso nervoso nos lábios e ela me encara com o cenho franzindo.
"Eu não te troquei por ninguém!", vocifera. " Estamos dando um tempo da nossa relação,amizade ou essa coisa estranha que temos", suas palavras são como um soco em meu estômago. Ela acha que estamos vivendo uma coisa estranha? Pensava que ela era bem mais sensível nessa questão. " Noah está fazendo muito bem a mim e ele é apenas meu amigo, não que isso seja do seu interesse.
"Você está dando um tempo! Eu não concordei com isso", coço a nuca. "Ele não quer ser apenas seu amigo,eu vejo como ele te olha"
"Como ele me olha? Igual a você!", responde por mim. "Até onde eu sei, você só está interessado em transar comigo!", me assusto com o rumo que a conversa está tomando.
"Você não sabe de nada! Quando o babaca do Noah machucar você, não venha correndo pra mim",declaro e a deixo falando sozinha.
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The First Touch
Ficção Adolescente"Desejo proibido Você é um passo para o abismo Um sonho que tento esquecer acordada À noite um pensamento constante Um sonho excitante Que me faz acordar ofegante Você é um perigo constante Numa noite enluarada" Josephine tinha uma vida perfeita...