Afago

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Oi, anjos. Espero que estejam todos bem!!

Só vim dizer que a lenda dos liláses não existe de fato, foi eu mesma que criei especialmente para a história!!




Às vezes precisamos que alguém nos diga que somos fortes, para que enfim, possamos enxergar





Jeongguk decidiu por si próprio que ele mesmo iria cuidar do ritual do banho purificador de liláses, onde ele e seu agora esposo, seriam imersos nas águas mornas repleta de pétalas cintilantes e de sais aromáticos. Aquele ritual era uma tradição dos antigos povos do leste, que eventualmente acabou migrando para o sul junto dos inúmeros casamentos arranjados da alta sociedade Lastriana há cinco centenas de anos atrás. A lenda dos antigos anciãos do leste acreditavam que os liláses eram sagrados aos olhos dos espíritos da terra, elas duravam em torno de dois anos, e quando finalmente morriam e caíam por terra, não desapareciam para sempre, pois sua composição possuía um componente que se misturava com a terra e agia como um antídoto em sua raíz, curando-a da morte iminente e fazendo-a brotar novamente, trasformando-a, assim, em um símbolo de imortalidade.

Então, passaram a acreditar que suas pétalas poderiam transmitir a imortalidade ao matrimônio se o ritual fosse feito com fé e antes da consumação do ato íntimo. As pétalas os libertariam das impurezas mundanas que habitavam em seus corpos para que o amor dos dois amantes conseguisse sobreviver até nos tempos mais sombrios, onde ele renasceria outra vez e mais forte do que nunca, assim como os liláses.

Eram poucos os que passavam pelo ritual com fé. O sentimento verdadeiro deveria se fazer presente em seu coração para que os espíritos lupinos ouvissem seu chamado, deveriam se abrir da forma mais pura e honesta que conseguissem, e deviam estar estar longe da mentira e da ganância que corrompia os homens. Só assim sua súplica por amor eterno poderia ser ouvida.

Deveria existir uma pureza parecida com aquela que Jeongguk e Taehyung possuíam dentro de si. Não havia pureza maior do que aquela que habitava no coração do ômega, e não havia ser mais honesto que aquele alfa. Um completava o outro como duas peças moldadas especialmente pelo destino.

O ritual era feito por uma sacerdotista do gênero ômega, imaculada e escolhida pela própria igreja com todo o cuidado. Entretanto, o futuro duque pediu permissão para que ele mesmo guiasse o ritual, na intenção de que pudesse proteger seu esposo de qualquer atenção que pudesse deixá-lo desconfortável na hora, pois se isso acontecesse, o ritual certamente seria em vão. Já seria constrangedor o suficiente quando Taehyung descobrisse que para concluir o ritual deveria se desprender de qualquer veste que cobrisse o seu corpo, não queria dar mais um motivo para que ele ficasse mal.

No fim, a sacerdotista e o padre entenderam seu ponto de vista e decidiram aceitar seu pedido, contanto que o alfa estudasse o máximo possível sobre como guiar o ritual da forma certa e seguisse todos os protocolos à risca. Obviamente seu título de futuro duque o ajudara a conseguir seu objetivo, afinal, a igreja não iria negar um pedido vindo diretamente da Casa do ducado, já que ambos se beneficiariam com a possível relação amigável que construiriam de agora em diante.

Jeongguk sabia perfeitamente que era possível que estivesse quebrando uma das principais regras matrimôniais ao tomar uma decisão como aquela, mas não conseguia se sentir culpado, não quando seus olhos capturavam o rosto tímido do seu esposo, acompanhado por um par de maças avermelhadas que se tornavam adoráveis ao seu ver. Às vezes, algumas emoções de Taehyung se tornavam tão rasas quanto um rio sem água, e quando isso acontecia, era possível entender o que se passava dentro de si e compreender as coisas que nunca seriam proferidas por vontade própria. Conseguira enxergar assim que pusera seus olhos nele; o garoto de olhos esverdeados odiava estar exposto. Isso fazia sua culpa se dissipar quase tão rápido quanto uma estrela cadente cortando o pretume do céu com seu rastro luminoso.

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