Capítulo 29.

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LUCCA.
"Em quarentena minutos, a pizza chega." Me sento ao lado da Elena no sofá.
"Ok." Ela me dá um sorriso, sem mostrar os dentes.
Eu posso estar errado, mais desde que a Elena saiu com a minha mãe ela está estranha, quieta demais.
"Tudo bem?" Pergunto.
"Tudo." Ela deita a cabeça no meu colo, e volta a sua atenção para o filme.
Quase um hora depois, as pizzas chegam, enquanto Elena vai arrumar a mesa, eu pego as pizzas e pago o entregador.
Vou para a cozinha, e deixo as pizzas em cima da mesa, e me sento ao lado da Elena, que está completamente distraída.
"O que está te preocupando, linda?" Pergunto, enquanto corto dois pedaços de pizza.
"Nada." Ela sorri, e dá um gole na sua água.
"Não quer vinho?" Pergunto, enquanto sirvo a minha taça.
"Não, obrigada."
"Elena, eu te conheço, o que está..." Ela me interrompe.
"Eu estou grávida."
"O que?" Pergunto, e sinto meu coração acelerar.
"Eu estou grávida, de cinco a seis semanas." Ela me olha.
Puta que pariu, grávida?
Não pode ser.
"Você só pode estar brincando." Digo, me levantando da cadeira.
"Não estou, a minha mãe e a sua foram comigo ao médico" Ela diz, e também se levanta, ficando de frente para mim.
"Meu Deus, Elena." Passo as mãos pelos meus cabelos, e começo a andar de um lado para o outro.
"Me desculpa, Lucca."
Ela começa a chorar, e tenta se aproximar de mim.
Me afasto rapidamente do seu toque, e vejo a tristeza em seus olhos azuis.
"Eu tinha planos para nós, eu queria te dar a porra do mundo, não fraldas e merdas!" Grito.
"Eu sei, me desculpa." Ela, soluça.
"Para de ficar se desculpa, caralho." Digo, e olho para as suas bochechas coradas, por conta do choro.
"Eu não queria que as coisas ficassem assim, achei que poderíamos ter uma conversa civilizada." Ela limpa as lágrimas.
"Conversa civilizada? Você só pode estar de brincadeira comigo." Sorrio, sem humor.
"Eu não estou." Elena leva as mãos as cabelos, os jogando para trás.
"Você acha mesmo que estou preparado para ser pai?"
A palavra pai, deixa um gosto amargo na minha boca.
"Não, eu não acho, eu também não estou pronta para ser mãe, mais vamos dar um jeito."
Ela levanta as mãos, e logo as abaixa.
"Eu não estou pronto, para dar a merda de um jeito." Digo ríspido, e saio da cozinha, indo até o nosso quarto.
"Aonde você vai?" Elena pergunta, ao me ver calçando as minhas botas.
"Eu preciso sair." Visto a minha jaqueta de couro, e saio do quarto.
"Não faz isso, por favor, vamos conversar, fala comigo."
Ela para na minha frente, impedindo a minha passagem.
"Saia da minha frente, Elena." Digo.
Por causa da adrenalina, minha respiração começa a ficar acelerada, me fazendo respirar fundo.
"Por favor." Ela pede, entre soluços.
Eu não falo nada, apenas esbarro nela, e saio batendo a porta.
Eu preciso beber!
Depois de estacionar o meu carro em frente a um bar, eu entro dentro do lugar, que está com quase ninguém.
Me lembro que hoje ainda é segunda-feira, por isso o lugar não está tão cheio.
O lugar parece um pulgueiro, tem cheiro de whisky misturado com cigarro.
Vou até o bar, e me sento em um dos banquinhos, e peço a um velho careca e barbudo, um copo com uma dose de vodka pura.
Em um só gole, eu mato a bebida, que desce queimando a minha garganta.
Depois de mais três doses de vodka, eu começo a beber whiskey.
Depois de mais um copo, a minha visão começa a embaçar, e me sinto tonto.
Eu só consigo pensar na Elena, em tudo o que ela me disse.
Grávida? Eu tinha planos para nós dois, e obviamente um bebê não fazia parte disso.
Eu não consigo me imaginar sendo pai, nunca quis ser, mais e agora? Está fora de cogitação abandonar a Elena nesse momento.
Mais eu tenho medo, medo de ser um péssimo pai, igual o meu foi e é para mim.
"Você por aqui?"
Acordo dos meus pensamentos, e olho para o lado, é a Catarina.
"Pois é." Suspiro.
"Porque está aqui enchendo a cara? Deixa eu adivinhar, a Elena viu quem você é de verdade, e te deu um pé na bunda?"
Ela debocha, e chama o velho careca para pedir uma bebida.
"Não é nada disso, mais o que você está fazendo aqui?"
Pergunto mudando de assunto, e logo em seguida dou um gole no meu copo.
"Eu marquei de encontrar um cara aqui, mais ele me deu um bolo." Ela dá de ombros.
"Ele foi esperto." Sorrio, sem mostrar os dentes.
"Fica quieto vai, agora me fala o motivo de estar aqui."
Ela dá um gole na sua cerveja.
Eu fico com receio de contar, depois de tudo o que aconteceu entre ela e a Elena, mais no momento será ótimo desabafar com alguém, mesmo que seja com a Catarina.
"Elena está grávida." Confesso, e vejo ela se engasgar com a sua bebida.
"Puta que pariu, você está falando sério?" Ela pergunta, após se recompor.
"Seríssimo."
"Caralho Lucca, engravidou a virgem Maria, quem diria." Ela dá um tapa de leve no meu ombro.
"Não fala dela assim, caralho." Esbravejo.
"Desculpa bonitão, mais e aí, o que você vai fazer?" Ela pergunta, e eu dou de ombros.
"Não faço a mínima ideia, mais eu seria um puta de um cuzão, se abandonasse ela agora." Digo.
"Seria mesmo."
"É."
"Quem diria, que depois de tudo, vocês ainda estariam juntos, e agora esperando um bebê." Catarina, sorri.
"Nem me fala, sou sortudo dela ter me perdoado, depois de toda aquela merda." Digo.
"Eu acho que agora você tem que ir para casa, e falar isso para ela."
"Eu ouvi isso mesmo? Você sendo legal?" Pergunto.
"Vai se foder idiota, está em condições de dirigir?"
"Não, mais eu me viro." Dou o último gole na minha bebida, e deixo o dinheiro debaixo do copo.
"Valeu, pelo papo." Digo.
"Relaxa."
Quando eu me viro para sair, ouço a Catarina me chamar.
"Lucca!''
"Fala." Me viro, para olhá-la.
"Não seja um babaca, a virgem Maria é um menina legal." Ela diz, e eu sorrio para ela, antes de lhe mostrar o dedo do meio.
Saio do pequeno bar, e respiro fundo o ar puro daqui de fora, lá dentro realmente é abafado.

Estamos chegando na reta final, como será que vai ficar o nosso casal, hein? 🤔💜

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O Filho do Meu Padrasto 2Onde histórias criam vida. Descubra agora