Não solte a minha mão

Reencontro

Sam

Passei o final de semana com meu pai, não tive nenhuma vontade de sair e olhar como estava a cidade, o motivo? Podemos dizer que eu estava com um pouco de medo do que iria encontrar...ou de quem.

Meu pai ligou para a minha antiga escola e me matriculou lá temporariamente até a minha mãe voltar. Sinceramente eu nunca gostei daquela escola, as pessoas lá são tóxicas e mesquinhas, todas vivem uma vida superficial, a qual adoram exibir.

Eu nunca me encaixei lá, não tive amigas verdadeiras ou um namorado amoroso. A única pessoa que eu tinha se afastou e nem olhou pra trás, como eu poderia voltar para aquele lugar?

Meu despertador toca, mas eu já estava acordada pensando em como seria hoje, o primeiro dia de aula. Me levanto sem muito ânimo e me arrumo, coloco uma calça jeans meio larga, uma blusinha com mangas curtas e meu tênis de sempre, passei uma maquiagem básica e desci as escadas para tomar café da manhã.

Meu pai já está sentado na cadeira usando seu terno cinza, com o jornal em uma mão e a xícara de café na outra. Ele só nota a minha presença quando me sento em uma cadeira do lado dele.

- Bom dia pai - dou um beijo na bochecha dele.

- Bom dia filha, já está pronta para o primeiro dia de aula?

- Ainda estou me acostumando com a idéia - falo enquanto pego um pedaço de pão e passo manteiga.

- A escola mudou enquanto você esteve fora, talvez vocês goste de como está hoje em dia - ele me olha de canto de olho enquanto toma um gole do seu café puro.

Eu apenas concordo com a cabeça e dou as últimas mordidas no meu pão, não queria chegar atrasada no meu primeiro dia.

Saio andando a pé pelas ruas de Ohio, mesmo que meu pai tenha insistido em me levar, eu decidi tomar coragem e ver como estava a cidade de perto. Havia algumas poças de água na rua, pois tinha chovido muito nesse último final de semana. Algumas flores desabrochavam das árvores e outras já caíam, enfeitando a calçada.

Eu entrelaçava meus dedos um pouco nervosa, não sabia o que me esperava e nem sabia como encarar todo o meu passado de uma vez.

Enquanto ando pela calçada perdida em meus pensamentos, uma moto com duas pessoas passa rapidamente do meu lado me molhando e sujando minha calça com a água de uma poça, me assusto e logo em seguida grito - BABACA! - o piloto diminui um pouco a velocidade e olha para trás, mas não consigo saber quem possa ser, já que está usando um capacete todo preto. Ele rapidamente volta a olhar para a estrada e acelera sua moto.

Tive que continuar o meu caminho mesmo com a roupa toda molhada, já que não daria tempo de voltar pra casa e trocar...conclui que deveria ter aceitado a carona do meu pai.

Chego na escola um pouco nervosa com a situação, algumas pessoas me observam e cochicham. Não tinha como ficar pior, certo?

Continuo atravessando o pátio e olhando ao redor, até que eu paraliso e mantenho o meu olhar fixo. A moto que me deixou toda suja estava bem ali estacionada na vaga da escola e o dono dela estava do lado conversando com uma moça, não consigo ver o rosto dele mas me parece muito familiar...

Quando me dou conta o sinal toca e percebo que estou parada no meio do nada observando os dois, pareço uma maluca! Olho rapidamente para os lados me certificando que ninguém viu e continuo andando até chegar a porta da escola, mas claro, continuei observando o jovem casal de estudantes, tentando identificar quem poderia ser.

Eu piso meu pé no primeiro degrau da escola e eles finalmente se viram para entrar na escola. Nossos olhares se cruzam e nesse momento reconheço aqueles olhos castanhos inconfundíveis, era Josh.

Oii, o que acharam do capítulo? Espero que tenham gostado. Se gostou deixe seu voto e comente! ❤️