Borboletas em meu estômago

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Sam

Sai cedo de casa e fui em direção a escola, mesmo que a minha mente estivesse turbulenta, existia um caminho mais claro e fácil: apenas ignorar esse sentimento de incômodo.

O Josh é livre e pode tomar as próprias decisões dele, eu não sou ninguém, fui embora por dois anos e a única que esteve ao lado dele foi Shely. Ela pode até ser uma cobra nojenta e desprezível, mas cuidou das feridas do Josh como ninguém fez. Como eu não fiz.

Subo os degraus e passo pela entrada de duas portas, a escola parece calma e vazia. Nem parece que os alunos são tão desagradáveis.

Ando calmamente pelos corredores e avisto a porta da sala de pintura, dou passos apressados e paro em frente a mesma, respiro fundo antes de girar a maçaneta.

Avisto Josh sentado enquanto mexe em seu celular, fecho a porta atrás de mim e evito os seus olhos.

- Vamo lá Sam, você consegue - digo para mim mesma em voz baixa.

- Disse algo? - Josh me olha com curiosidade.

- Nada - dou um sorriso amarelo - Podemos começar? Eu que vou pintar hoje.

- Tem certeza? O seu pulso não parece estar em seu perfeito estado.

- Tenho certeza sim, eu estou bem - respondo de maneira ríspida.

- Então tudo bem capitã - Josh levanta as mãos em rendimento e eu reviro os olhos.

(...)

Depois de Josh buscar as tintas e eu começar a pintar, um silêncio pairou na sala, a única coisa que se ouvia era os passarinhos e alguns carros barulhentos do lado de fora.

Aquele não era o tipo de silêncio bom, era algo mais constrangedor, algo que te asfixia. E a única forma de acabar com essa sensação é falar alguma coisa. Qualquer coisa que acabe com o silêncio ensurdecedor dessa sala.

Mas eu me mantenho calada, é a minha vez de parecer um pouco misteriosa e imprevisível.

Enquanto reflito sobre a breve situação em que nos encontramos, sou surpreendida com a voz do Josh.

- Você...queria falar comigo ontem?

- Não era tão importante, na verdade eu até esqueci do que se tratava - digo sem olhar em seus olhos.

- Você não entrou para me procurar?

- Eu te chamei algumas vezes e você não respondeu, então fui embora.

- Sabe, eu encontrei o meu isqueiro no chão ontem, procurei em tantos lugares. Tinha certeza que estava no bolso da minha jaqueta...talvez eu tenha derrubado sem ver.

- Aonde quer chegar com isso? - me viro para ele.

- Em lugar algum, apenas registrando coincidências...ou não.

- Não entendo no que você está se referindo.

- Você realmente não me procurou? - ele olha em meus olhos.

- Acho que terminamos por hoje - me levanto depressa - Só faltam alguns toques finais, consigo terminar sozinha - começo a guardar as coisas em seus devidos lugares.

- Podemos conversar Sam?

- Na verdade não, tenho um compromisso e estou atrasada - digo enquanto ando para a saída.

Ele segura o meu pulso, o que me faz virar repentinamente.

- Por que você precisa tornar as coisas tão difíceis?

Não solte a minha mão Onde histórias criam vida. Descubra agora