Sam e Josh eram melhores amigos desde crianças, mas com o passar do tempo Josh se afastou dela, arrumou uma namorada e amizades duvidosas, na mesma época ocorreu o divórcio entre os pais de Sam, então ela decide ir morar com sua mãe em Nova York. Do...
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Sam
Olho para Lia indicando a saída, andamos em silêncio até chegar ao longo corredor.
- Não acredito que aquelas vadiazinhas de quinta estão apostando em algo desse tipo. Que meninas doentes. Tipo, qual é o problema delas?
Lia falava, mas eu parecia estar dentro de um aquário, não conseguia entender muita coisa, pois estava criando minhas próprias teorias.
- Posso estar errada, mas não acho que o Josh possa ser babaca ao ponto de perseguir e persuadir uma menina apenas para ganhar afeição, e depois quebrar o seu coração. Isso é cruel demais. Até pra ele. Não acha?
Perseguir, Persuadir.
Seria Josh capaz de fazer algo do tipo comigo? Partir o meu coração pela segunda vez?
Pensando nisso, será que a história sobre a mãe dele era tudo mentira?...
Subitamente me viro para minha amiga e despejo palavras.
- Estão apostando em uma pessoa real, com sonhos reais e sentimentos reais. É que na verdade, elas são vazias Lia, são pessoas sem todas essas características que acabei de citar. Elas não se importam de ver pessoas machucadas e muito menos de elas mesmas fazerem isso. Esse é o problema delas.
Quando Lia vai dizer algo, é interrompida por um grito vindo das minhas costas, ao longe.
Olho por cima do ombro e vejo a figura da pessoa que menos queria ver agora. Reviro os olhos e volto para minha amiga.
- Ignora, vamos continuar andando como se nada estivesse acontecendo. - dou o primeiro passo e Lia acompanha o meu ritmo, ela deve ter tantas perguntas, mas acho que não posso responder nenhuma delas agora.
- Pessoal, alguém viu uma tal de Sam Baker, é que ela esqueceu um sutiã vermelho lá em casa. - grita Josh pelo pátio.
Paro bruscamente e me viro para ele, que me encara com um sorriso sacana no rosto. As pessoas começam a olhar para mim e cochichar entre si. Mesmo sendo mentira, me senti envergonhada, talvez até mesmo injustiçada. Por que ele não pode simplesmente ignorar a minha existência como antes??
Josh faz um movimento com a cabeça, indicando o estacionamento. Pego na mão de Lia e começamos a segui-lo.
Age como habitual, como se não estivesse nada errado, como se todo aquele alvoroço fosse algo normal em sua vida.
E se Shely estiver dizendo a verdade, talvez seja mesmo.
Ele se encosta em seu carro e sinaliza para eu me aproximar. Dou alguns passos, concentrada em não tropeçar nos meus próprios pés. Mesmo assim, não desvio meu olhar do seu, determinada a não ser intimidada.
- O quê você quer Josh? - bati o pé no asfalto repetidas vezes.
- Precisamos conversar.
- Não sei o porquê disso.
- Vocês sabe muito bem Sam, bem até demais... - Josh me olha de cima abaixo e sorri, involuntariamente eu prendo a respiração.
- Sem querer me intrometer...mas o que está acontecendo aqui? - Lia nos olha perplexa.
Por alguns minutos eu até esqueci que ela estava aqui...
- Ah, o de sempre, eu beijei a sua amiga e ela está fugindo, querendo enganar a si mesma. - Josh balança os ombros casualmente, como se fosse óbvio.
Encaro o Josh com fúria, enquanto ele mantém a expressão tranquila.
Lia arregala os olhos e me olha com certa surpresa, mas uma surpresa boa. O encanto passa por seus olhos enquanto diz:
- Podem ir, eu cubro a Sam. Vou dizer que está com dor de cabeça. - ela sorri radiante.
- O quê? Mas... - me lembro que eu tinha dado essa desculpa para não ir ao refeitório...será que ela ligou os pontos?
- Ótimo, vamos lá. - Josh se desencosta e vai do outro lado abrir a porta do passageiro - Entra.
- Não vou. - cruzo os braços.
- Pare com isso, não temos muito tempo. - diz ele impaciente.
- Já disse que não quero ir.
O maxilar de Josh permanece tenso, indicando que está realmente impaciente, nervoso. Ele vem em minha direção e me coloca em seu ombro, como se estivesse desovando um corpo ou carregando uma caixa de mudanças.
- Não faz isso! Você é maluco? Lia me ajude! - bato nas suas costas, sem sucesso, enquanto Lia nos olha segurando o riso. Eu vou fazê-la em pedacinhos quando voltar.
Josh me coloca no banco com certa violência e abotoa o cinto de segurança. Por um breve segundo sinto o cheiro do seu perfume e me sinto...estranha.
Ele parece perceber, já que demora mais do que o normal para fechar o cinto. Olha pra mim por alguns segundos e parece satisfeito com a sua provocação. Fecha a porta e entra pela porta do motorista.
- Para onde vamos? - pergunto de cara feia.
- Uma surpresa. - ele roda a chave na ignição e o ronco baixo da BMW toca, seu rosto continua impassível.
Não me atrevo a falar mais nada, presto atenção em todo o caminho, caso eu precise fugir ou me esconder...nunca se sabe.
O carro começa a parar e eu percebo que estamos em uma montanha, de frente para toda a cidade.
- Uau, um penhasco. Qual a sua grande idéia Miller? Apagar as provas? - olho o meu celular, sem sinal.
- Você tem um humor interessante, conte mais sobre as suas especulações. - Josh se vira para mim prestando mais atenção.
- O quê estamos fazendo aqui? - mudo de assunto, na esperança de ele me contar a verdade.
- Quero resolver as coisas. - ele remexe pacientemente no bolso da jaqueta.
- Resolver as coisas? - dou uma risada alta, o que faz ele me olhar de relance - Não temos nada para resolver Josh, você não percebeu?
- É isso o que você acha?
- É isso o que eu acho.
- Então não vai se importar se eu espalhar sobre o nosso breve beijo, certo?
- Uma nova chantagem? Um novo sequestro? O que você quer de mim? - grito pra ele.
