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Cobra🐍

Os anos se passaram mais parece que nada tinha mudado. Tinha certeza ao olhar pra ela depois de todos aqueles anos. Sua postura impecável, o jeito de andar e falar rígidos, os olhares, tudo era igual. Me aproximei da mesa em que ele estava sentada, em sua mão direita tinha seu celular aonde concentrava toda sua atenção e na esquerda o garfo, e as vezes se lembrava se comer o que estava no prato em sua frente. Sentei em sua frente e ela direcionou sua atenção a mim.

Foi uma piada, seu rosto ficou pálido mais logo tentou disfarçar, ainda sim seus olhos transmitiam medo e surpresa.

- Eae, Paula? Paola? Paloma? Hum.... Ah - Pareceu se lembrar de algo - Claro, Paulínia. Eai como meu menor tá? - Meu tom de voz era amigável, mais ela me ignorou, abaixando a cabeça e mantendo o olhar no prato -

- Desculpa, deve ter me confundido com alguém. - Não olhou pra mim e continuou com a atenção voltada a comida -

- Você ficou branca quando me viu. Acho que não errei não. - eu ri - Acha que quando tu tá enjaulado não revive até o dia que nasceu?

- Não pergunta do meu filho de novo, nem fala comigo. Não me testa Nycollas.

- Olha, eu evolui, agora você amor, continua a mesma barraqueira de sempre.

- Não me provoca seu filho da puta ou eu mostro a barraqueira. Não chega perto de mimou do meu filho, entendeu?

Um garoto com um sorriso no rosto, correu em direção a mesa que eu e a mulher estávamos sentandos, seu rosto estava sujo assim como as mãos, e seus cabelos cacheados na altura dos ombros estavam suados.

- Fome mãe. - o garoto se agarrou como pode na mulher sentada na cadeira -

- quer comer o que vida? - mudou totalmente o tom de voz, e até abriu um sorriso pra criança. -

- batata - gritou empolgado enquanto a mulher limpava seu rosto e prendia seus cachos em um rabo de cavalo -

- Vaza parceiro, tô com meu filho. - Disse firme e eu me levantei sedendo a vontade dela -

- Nossa conversa ainda não acabou. - Assenti e ela me ignorou voltando sua atenção ao menino -


- Terminou a oito anos atrás, quando você me iludiu, e me deixou criar nosso filho sozinha. Você me faz passar por coisas horríveis e nojentas só pra manter meu bebê bem. Não fica pensando que agora vai fazer parte das nossas vidas. - Se levantou e olhou pra cima afim de encarar meus olhos -

- Eu tava preso. - justifiquei -

--- Se quisesse ajudar na criação do seu filho você poderia, mesmo de longe, nos dois sabemos disso, não ajudou por que não quis.

𝐄𝐔 𝐄 𝐄𝐋𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora