20

4.2K 253 6
                                    

Jagunço🍸

Mesmo sabendo que era um choque, e que levaria mais do que alguns segundos para que todos assimilassem os últimos acontecimentos, eu não aguentava todo aquele silencio, e a expressão e confusão, como se tivessem tentando encontrar uma peça de um quebra-cabeça. 

- Mamãe, o tio é meu pai? - Caio perguntou confuso, sua voz estava carregada de dúvida, porém seu rosto agora estava mais calmo do que antes -

- Sim, Caio. - Cocei a cabeça me segurando para não explodir, ou distribuir cintadas na minhas próprias costas por ter sido tão burra -

Tentava me concentrar em pensamentos positivos, na pessoa melhor que eu queria ser, a que respira fundo e resolve as coisas com cautela, maturidade e mais também com simplicidade. Não queria sair brigando ou descontando a raiva em alguém, que certamente não culpado. 

- Paulínia, por que nunca contou isso pra gente? Somos sua família poxa. - Seu tom de voz não tinha raiva ou julgamento, mais sim um tom doce e terno, de quem só tentava compreender meus motivos -

- Eu, tinha raiva dele, ele estava preso, eu criei o Caio sozinha, achava que não precisava deles nas nossas vidas. - Segurei o choro enquanto notava Caio ficar quieto ainda com a expressão confusa enquanto passava os olhos por mim, Nycollas, e Roberta - Me desculpa.- Disse para todos, mais olhei somente para Caio que correu pros braços de Roberta. -

- Ei, calma meu amor... - Um choro fino e que era pra ser escondido talvez começou e Roberta consolou Caio Passando a mão por seus cachinhos - 

- Filho, vamos pra casa, a mamãe-

- Não quero. - Caio respondeu se agarrando ao pescoço de Roberta -

- Obedece sua mãe cara. - Nycollas tentou fazê-lo mudar de  ideia o que pareceu só piorar as coisas -

- Você não é meu pai, e eu não quero ir com você.  - Aumentou o tom de voz e disse firme. Como se fosse um adulto, me fazendo recuar. Antes mesmo que Nycollas abrisse a boca para rebater um garoto de oito anos que estava visivelmente triste e confuso, eu interrompi -

- Amiga, pode levá-lo depois? - Ela fez que som com a cabeça ainda abraçada ao garoto -

- Vamos caralho, esse moleque não- - Disse impaciente não se dando por vencido com a minha decisão -

- Nycollas, por favor, ele é uma criança, como você disse antes, não um bebê, pode não querer ficar perto agora. 

- Se você deixa ele falar assim com você o problema é seu. - Disse indignado -

- A minutos atrás ele acreditava que o pai tinha morrido, eu menti, trai a confiança do meu filho. E agora ele não sabe quem é você. Por favor para de piorar as coisas! - Pedi sentindo meu rosto quente, um indicativo de que meus olhos já estavam marejados, e se aquela discussão continuasse choraria ali mesmo -

- Ela tem razão, cara, vocês vão ter muito tempo para conversar, deixa a criança chorar o que tem que chorar. - Marcelo se intrometeu pela primeira vez e foi o bastante para que Nycollas parece de tentar arranjar uma confusão -

𝐄𝐔 𝐄 𝐄𝐋𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora