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Jagunço🍸

Era exaustivo cuidar de tudo sozinha, e sentir que eu só me complicava e que só queriam me complicar.

Nunca tinha me escondido, ou tido medo de bater de frente com os meus problemas, porque foram eles que me fizeram ser a puta mulher que eu sou hoje.

Mais descobri que o Caio é meu ponto fraco, não suporto ter alguém a não ser eu como protetora dele. Eu me cobro pra caralho na educação, no cuidado, e com a proteção dele.

O que aconteceu foi que eu machuquei as pessoas que eu mais amo e vou machucar meu filho quando ele souber que a história que eu contei, de que o pai tinha morrido, vier a tona. Caio é um menino sincero pra caralho, as vezes até irrita, é cheio de certezas, e eu não posso culpa-lo, pegou toda a minha personalidade.

Roberta deve querer me matar, por mas que Cobra diga que ela está com saudade de mim, que cuida de Caio até eu voltar. Eu estou com medo, eu quero mudar, eu sei que não é saudável essa obsessão que eu tenho pelo meu filho, mas porra criei ele sozinho, me machucando muito pra ele nunca tivesse um arranhão.

Eu quero ser uma pessoa controlada, e que entende as pessoas, mas na maioria das vezes eu só consigo olhar pro meu próprio nariz, por várias vezes ninguém olhou pra mim.


O que eu tô dizendo é que eu quero fazer mim minha melhor versão, eu quero minha família, é não quero que mas nada me abale, nem que caiam dez mil problemas em cima de mim, eu sei que isso é meio impossível mas eu sempre fui assim, ambiciosa, sempre quis mas em tudo.

Eu só quero me fazer o mas forte possível, é ainda ter a capacidade de amar, ser carinhosa e ter risos leves, espontâneos, por que é isso me minha família me trás.

...

A casa só tinha dois cômodos era bem pequena, ela vivia escura e nela só se tinham uma televisão e um colchão no chão, aonde eu dormia e ficava pela maior parte do tempo. Eu não sabia aonde estava, só sabia que era melhor assim. Cobra abriu a porta e logo a fechou, sorriu pra mim e me desejou bom dia me fazendo fazer o mesmo. Sentou ao meu lado no colchão que ficava no chão e começou a falar. 

- Já tá suave? - Olhou pro relógio no pulso, ele não queria saber a hora ou coisa do tipo, ele sempre fazia isso pra evitar contato visual com as pessoas quando era evidente que ele se preocupava. Ele era o único que vinha me ver semanas, e eu pude observar algumas coisas e descobrir algumas manias dele -

- Bem melhor do que antes. - Suspirei em forma de cansaço -


- A Roberta e a outra louquinha lá já pegaram barriga, já viraram até amigas e tudo, querem fazer o chá revelação juntas, só estão esperando a madrinha dos bebês aparecer né... - começou a contar -

- Hm, agora eu sou madrinha? - Ri fraco me sentindo um pouco mais animada - E meu bebê? Como o Caio tá? Tá falando com ele? - Assim que falei de Caio meus olhos encheram d'água e minha voz embargou -


- Ele não é nenhum bebê. Tento brincar com ele as vezes e pá, mais o moleque só fica perguntando de você. Saudade tá foda pra ele.


- E você e o Marcelo, estão com saudades de mim gritando no ouvido de vocês? -Tentei mudar de assunto para evitar chorar mais ainda -

- Só de pensar já perdi a paciência, seria melhor se você gemesse - Me lançou um olhar e um sorriso malicioso e eu ri -

- Suas piadas são ótimas, mesmo que você seja um babaca. - Disse levantando -

Um mês atrás....

Talvez em busca de não ter uma crise de pânico ou de raiva, meu corpo fez eu perder as forças e minha visão ficar turva, ao ponto que eu não conseguisse ver mais nada a minha frente. Acordei com uma baita enxaqueca minutos depois, e a primeira coisa que vi foi a expressão de alivio de Nycollas ao me ver acordar.

- Graças a Deus, se você tivesse morrido só por que eu falei que queria me aproximar do Caio, seria dramático pra caramba e-

- Me ajuda, por favor... - Me encolhi e me joguei em um choro desesperado como o de um bebê com direito a soluço, deixando sair pra fora todo choro que eu estava aguardando a dias para fingir ser forte, bem resolvida com meus sentimentos, e um tipo de pessoa que eu não era, e que só naquele momento, percebi que fingia o tempo todo -

𝐄𝐔 𝐄 𝐄𝐋𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora