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Jagunço🍸

A resenha que antes era um chá de bebê continuava ainda por volta de três da manhã. Notei um Nycollas vir até mim, mais uma vez naquela noite, ele me seguia e ficava me olhando de uma forma descarada que irritava.

- Se tá chato em parceiro, a noite toda sem me dar uma paz, parece minha sombra, só por Jesus mesmo. - Disse realmente incomodada com aquilo -

- Bom, tecnicamente eu vou ser sua sombra pro resto da sua vida, temos um filho juntos lembra? E você, muito gostosa, é inevitável. - Sussurrou ao meu ouvido por conta da musica alta, me fazendo responder com uma careta. -

Ele me encarou por alguns segundos e só então percebi o quanto nossos rostos estavam próximos. Queria fazer besteira, e a sensação prévia de arrependimento de um jeito ou de outro deixava tudo mais empolgante.

Nossos narizes se encontram, mais ele não foi direto ao ponto. Fez uma trilha de beijos, primeiro meu pescoço, minha bochecha, o canto da minha boca, um selinho, e finalmente, juntou nossos lábios.

O beijo, além do gosto de whisky e maconha, tinha um djavu de adolescência em sua composição. Gosto de perigos, como se tivéssemos fazendo algo errado sem nos importamos.

...

Eu não tinha tempo pra enrolação. Subimos pro meu quarto e ele tirou a cueca e a jogou pelo quarto assim como o restante de nossas roupas.

Um sexo inundado de uma paixão momentânea, assim como o desejo.

...

Acordei enjoada, com uma tremenda vontade de vomitar, uma dor de cabeça infernal junto a dores espalhadas pelo corpo todo como se um caminhão tivesse me atropelado, fazendo com que eu me negasse a sair da posição em que eu estava ou simplesmente abrir os olhos.

Ao notar o barulho da porta sendo aberta, fiz um esforço para me virar ainda deitada na direção da mesma, e notei Caio, com um olhar confuso.

- O que foi menino? Nunca viu tua mãe não é? - Eu ri do seu olhar confuso mesmo com a voz roupa e quase inaudível -

- Mamãe por que a senhora dormiu com o tio? - Perguntou e imediatamente eu virei o corpo pra trás vendo o Nycollas do meu lado em um sono profundo -

- Eita. - Me peguei de surpresa, não lembrava desse detalhe - Que merda em, filho, se arruma pra escola que a mamãe vai te levar, já estou descendo.

- A gente perdeu a hora mamãe, já são três da tarde, o tio Marcelo tá lá embaixo. - Eu bufei indignada com a minha irresponsabilidade.

- Vai tomar banho então, a gente vai sair pra comer bebê. - Disse e ele se direcionou a porta -

- O tio também vai? - perguntou animado já fora do quarto -

- Não, só nós. - ele fechou a porta -

Mesmo reclamando de alguns movimentos bruscos que eu fazia resultando em dor, levantei rápido e tomei um banho as pressas, coloquei um vestido, a forma mais rápida que eu encontrei para arranjar uma roupa e desci. Peguei meu celular e carteira e deixei  Cobra sozinho ainda dormindo. Respirei fundo quando cheguei ao final da escada e notei Marcelo, Bianca e Roberta limpando a sala que por sinal estava uma bagunça. 

- Noite boa né Paulínia. - Marcelo provocou -

- Não começa, Marcelo. - pedi - Vou almoçar com o Caio. - disse saindo da casa de mãos dadas com o Caio -
...

Respirei pesado com insatisfação estampada no meu rosto. Caio e eu tínhamos acabado de comer quando notei ele vindo em nossa direção.

- Eai moleque. - Bagunçou o cabelo do Caio -

- Oi tio. - disse de boca cheia e eu o repreendi com o olhar -

- O que a gente já conversou? Eu sou seu pai, tio é o Marcelo - Caio ficou em silencio - Dá um oi pra amiga do papai. - Se referiu a loira siliconada com quem ele vivia pra cima e pra baixo -

- Oi --Caio esboçou um sorriso tímido pra mulher que retribuiu sem falar nada - Mamãe, lá acabei, podemos tomar sorvete agora? 

- A mamãe tem que ir pra casa, ajudar o tio e as tua tia a limpar lá, mas tarde a gente desce pra tomar sorvete!  - Caio balançou a cabeça em forma de sim sorrindo pra mim.- Fica com ele rapidinho, eu só vou pagar.

- Já tá pago.

- Certo, então obrigado, boa pra vocês.  - Falei andando de mãos dadas com Caio sem esperar uma resposta.-

Já um pouco afastada do restaurante pude notar ao virar o pescoço para trás na direção do local, a mulher berrando com Cobra que tinha encostado em um mesa e cruzou os braços para ouvir melhor as ofensas que a mulher disparava contra ele, e quando nossos olhares se encontraram sorriu pra mim me fazendo fazer o mesmo. 

𝐄𝐔 𝐄 𝐄𝐋𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora