Nove Vidas (Gaalee)

Capítulo 12 - Capítulo XII

[...]

Depois de várias horas de amor, Milo cavalgava sobre o colo de Jordano, que alisava suas pernas enquanto olhava admirado os cabelos vermelhos balançando com seu movimento de subir e descer. Chegaram ao clímax do prazer e deitaram-se juntos, acariciando um ao outro e trocando beijos.

- Milo... - o chamou, afagando seus cabelos vermelhos - quero ficar para sempre contigo - disse Jordano

- Eu também meu amado... mas como faremos isto?

- Eu andei pensando... vamos largar tudo fugir juntos. Na semana que vem, quando eu vier visitá-lo, esteja com tudo pronto para partirmos. Eu abandonarei o mosteiro, e fugiremos juntos para longe daqui.

- E para onde vamos meu amor?

- Vamos para a França. A igreja não tem tanto poder lá. Nunca vão nos encontrar. Você pode continuar disfarçado como mulher, e fingiremos ser casados. Estaremos num lugar novo, onde ninguém nos conhecerá. Podemos ser felizes juntos...Você quer isso Milo?

- Sim... - respondeu com um sorriso emocionado - irei contigo aonde for. Onde quer que seja, se tiver a possibilidade de ficarmos juntos, eu o seguirei. Eu serei seu para sempre Jordano.

- Eu o amo tanto Milo

- E também o amo

Se beijavam apaixonados quando ouviram um estrondo na porta. Logo, o quarto foi invadido por soldados, que puxaram Milo pelos longos cabelos vermelhos, o arrastando nu e aos berros para fora de casa. Quanto a Jordano, bateram nele o quanto puderam, até ficar inconsciente.

[...]

Jordano acordou, ouvindo gritos de dor. Tentou levantar mas sentiu uma dor extrema nas costelas. Porém, quando identificou os gritos como sendo os de Milo, correu em direção a eles, sendo impedido de continuar pelas grades da cela onde estava.

- MILO! - ele gritava desesperado enquanto ouvia o som do chicote, e os gritos de Milo ao longe - MILO!!! SOLTEM ELE! - ele gritava aos prantos, enquanto tentava inutilmente forçar as barras da cela onde estava preso.

Depois de muito chorar e gritar por seu amado, ouviu seus gritos pararem. Não demorou muito, o carrasco o trouxe acorrentado, arrastando pelas mãos, e o jogou propositalmente na cela da frente para que Jordano pudesse ver todo o estrago que fizeram em seu amado.

Milo estava enrolado em um pano, mas era possível ver seu lindo rosto maculado com marcas roxas e o sangue que escorria de suas costas, decorrente das chicotadas. E seus longos cabelos vermelhos, haviam sido cortados curtos, quase raspados.

- Milo... Milo meu amor... - Jordano chamava aos prantos seu amado, que parecia desmaiado - Milo meu amor... fale comigo...

- Jordano... - ele sussurrou sem forças

- Milo, estou aqui com você... ele dizia com as lágrimas escorrendo sem parar por seus olhos

- Jordano... - Milo conseguiu reunir forças e se arrastou até a grade, estendendo a mão para ele.

Jordano fez o mesmo em sua própria cela, mas por mais que esticassem seus braços, eles não se alcançavam. A distância do corredor que os separava era grande demais.

- Estou aqui com você meu amor. Nós vamos sair disso, eu prometo... - ele disse tentando controlar as lágrimas.

Milo deitou-se de lado no chão, olhando para seu amado Jordano, que ainda tentava inutilmente, esticar o braço pela grade para alcançá-lo.

- Jordano querido... por favor me escute... - ele pedia baixo e rouco, pois estava exausto e com dor. Jordano parou de chorar para ouvir o que ele tinha a dizer - Jordano, um bispo foi mandado para a cidade. Ele estava presente enquanto me batiam. Eu ouvi quando ele e o carrasco conversavam... eu serei condenado por bruxaria, e morrerei na fogueira... - Jordano sentia cada vez mais lágrimas escorrendo por seu rosto. Levou a mão à boca para tapar o choro - Mas quanto a você... - ele continuou - você é um membro iniciado da igreja. Eles lhe darão uma segunda chance. Depois que eu morrer, eles vão pedir que você negue seu amor por mim, e que que diga que eu o enfeiticei. Que sou um bruxo... Diga tudo que eles mandarem para se salvar. Por favor! - Milo pedia chorando