1996 - Never Look Back (Segunda temporada)

Minha estrela

- Mamãe, você viu a bola de futebol da Stacy?! - Mingi perguntou eufórico - Ela joga muito bem! Só que... ela não quer que eu jogue - falou coçando a cabeça - Mas a senhora tem que ver ela jogando! É fantástico!

- É mesmo? - perguntei desviando os olhos da Jennie e olhando para o pequeno garoto - E cadê a sua toca, mocinho?

- A toca está apertando as minhas orelhas, mamãe! A senhora estava conversando com a Jennie? - assenti - Ah... desculpe atrapalhar a conversa, vou ficar aqui sentando do seu lado, tá bom?

- Tudo bem, filho - sorri acariciando seus fios assim que ele se deitou em minhas pernas, Jennie sorria encarando o menino mas logo voltou a me olhar com o mesmo sorriso suave - Me dizia que o seu sonho e abrir uma loja de roupas?

- Ah sim, estava planejando me mudar, tentar viver na cidade, lá eu terei mais oportunidades e mais chances de conseguir realizar o meu sonho.

- Acho linda a sua terminação, Jennie - sorrimos - E tenho certeza que a sua loja será a mais procurada entre homens e mulheres.

- Obrigada, assim espero! Depois eu até posso te mostrar alguns desenhos que fiz, claro não é lá aquelas coisas, mas que eu me orgulho muito de ter feito.

- Eu adoraria ser uma das primeiras pessoas em ver o seu projeto!

- Tia Jen? Quando você fizer a sua loja de roupas, você pode me dar uma toca nova? Essa aqui tá apertando as orelhas do Mingi - ele falou, e eu o agradeci mentalmente pois nesse momento Jennie começou a gargalhar, eu amava a sua risada.

- Pode deixar, irei fazer uma toca especialmente para você.

- Muito obrigado! - agradeceu voltando a se deitar em meu colo - Ouviu só, mamãe? Tia Jennie vai me dar uma toca nova, ela é muito legal, faz igual os mocinhos das histórias, da um beijinho na tia Jennie, mamãe.

- Mingi - chamei arqueando as sobrancelhas ficando completamente sem jeito sobre aquilo, Jennie riu apenas acariciando o pequeno rosto do menino antes de se levantar.

- Preciso usar o banheiro, já volto.

Assenti relaxando um pouco no sofá, pensando no que faria, como falaria a ela tudo o que havia acontecido antes, não tinha como falar de uma hora para outra, ela ficaria com raiva de mim, certeza que ficaria, minhas filhas ficariam com raiva de mim, eu mesma tinha raiva de tudo, se eu tivesse sido mais rápida...

- No que a senhora está pensando, mamãe?

- Em muitas coisas, filho - suspirei.

- Coisas boas ou coisas ruins?

- Coisas... não definidas. Fico feliz em ver que está se dando bem com a Sarah.

- Ela é legal, queria ser amigo da Stacy também mas ela não gosta de mim.

- Aos poucos vocês viram amigos, você precisa ter paciência-

- Lisa... - levantei meus olhos assim que vi Seulgi parada na porta, ela me olhava de cima a baixo, meu corpo voltou a ficar tenso assim que retirei Mingi do meu colo, me levantando e caminhando até ela devagar - Uau... eu imaginei que não ficaria tão surpresa assim que te visse, mas... é realmente surpreendente.

- Oi, Seulgi...

- Chaeyoung já me contou o que estão fazendo, o lance de fingir que são vi-

- Sim - a interrompi olhando por cima do ombro para Mingi que nos encarava curioso - Você... está bem?

- Estou - sorriu - Graças a você eu consegui... estou com a minha noiva novamente, digo esposa.

- Vocês se casaram? Uau, estou feliz por vocês, Seulgi - comemorei a abraçando, mas em pouco tempo escutei ela chorar me abraçando mais forte ainda.

- Muito obrigada, Lalisa... muito obrigada por me ajudar, e fique tranquila, iremos te ajudar em relação a Jennie, nem que demore muito tempo.

- Obrigada... - sussurrei também começando a chorar, tudo estava muito difícil.

- EBA, FESTA DO ABRAÇO! - ouvi Sarah gritar abraçando nossas pernas - EU QUERO PARTICIPAR, DEIXE-ME ABRAÇAR VOCÊS!

Seulgi a pegou no colo recebendo um abraço apertado da menina que em pouco tempo se atirou em meus braços também me abraçando. Um arrepio intenso subiu o meu corpo, um nó em minha garganta, seria sempre assim quando eu abraçasse uma das duas? Eu não sabia de fato, mas eu não me importava.

- ABRAÇO NO MINGI TAMBÉM! - o menino comemorou tentando abraçar Sarah da forma mais desajeitada e fofa que existia, os dois riram e no canto da sala vi Stacy observando tudo com uma sobrancelha levantada.

- Seulgi! - meus olhos não saíram de Stacy, nem quando Jennie correu até a mulher, caminhei devagar até a menina que se afastou no mesmo segundo.

- Quer um abraço também? - perguntei me ajoelhando na sua frente.

- Não preciso do seu abraço - ela respondeu saindo dali e subindo as escadas, cocei a nuca suspirando e me sentando novamente no sofá.

- Já conheceu Lalisa? - Jennie perguntou.

- Ah sim, acabamos de nos conhecer.

Nós almoçamos e passamos a tarde na casa de Eliza, em toda a oportunidade que eu tinha, conversava com Jennie ou até mesmo com Sarah, meu coração acelerava assim que olhava para Jennie e percebia que ela já me encarava a um tempo, na mesa na hora do jantar, sentamos uma do lado da outra, não foi exatamente proposital, mas ali estávamos e ela sorriu assim que me sentei ali.

- Está com sono? - ela perguntou para Stacy que assentiu encostando a cabeça em seu braço - Vou levar as gêmeas para casa, volto já.

- Você quer ajuda? - perguntei não desperdiçando a oportunidade de ficar apenas eu e ela a sós.

- Eu adoraria.

Peguei Sarah em meus braços, observando Mingi dormir esparramado no sofá, caminhei ao lado de Jennie até uma casa não muito longe da de Eliza, Sarah murmurou um pouco abraçando ainda com mais força meu pescoço assim que fiz menção de colocá-la na cama.

- Não, mamãe, deixa eu dormir no seu colo -  paralisei no segundo que ouvi aquela palavra.

"Mamãe"

Claro, ela estava delirando de sono, mas... era alguma coisa...

- É... a tia Lisa, Sarah...

- Deixa eu dormir no seu colo, tia Lisa...

Vi Jennie cobrir Stacy então apenas fiquei caminhando de um lado para outro acariciando os fios castanhos da pequena garota, meu coração acelerando a cada segundo, sem perceber eu apertava Sarah em meus braços, fechando os olhos com força querendo pedir perdão a ela, mas eu não conseguia fazer nada a não ser respirar fundo tentando segurar o choro.

Sem pressa voltamos a caminhar de volta para casa de Eliza, Jennie observava distraidamente as estrelas, e eu a observava.

Como se... ela fosse a minha estrela...

Até que em um ato de distração Jennie tropeçou em algo, porém eu fui mais rápida que ela, segurando sua cintura a grudando o seu corpo no meu, suas mãos seguraram meus ombros e assim nossas bocas estavam a centímetros de se tocarem. Minhas mãos apertaram a sua cintura quando Jennie fechou os olhos, meus olhos presos em seus lábios e o desejo de querer beijar ela só aumentou dentro de mim.

Mas será que eu podia fazer aquilo...?