1996 - Never Look Back (Segunda temporada)

Familiar

"Jennie"

Mesmo sonolentas eu consegui vestir as gêmeas, com um pouco de dificuldade as fiz ficar de pé para seguirmos até a casa de Eliza, já que a mesma alegou que queria tomar café da manhã com todos nós, e como ela havia cuidado de mim e das gêmeas em todo aquele tempo eu não iria recusar algo tão simples.

- Mas está frio, mamãe! - Stacy reclamou - Está frio e nevando, o nariz da Stacy está escorrendo, eu quero ficar aqui, eu quero dormir!

-  A vovó quer passar um tempo com a gente, Stacy, para de ser chata! - Sarah se pronunciou segurando mais forte a minha mão assim que descemos o degraus da pequena escada que havia na entrada da nossa casa.

- Sua irmã está certa, Stacy, e quando voltarmos você poderá dormir o dia inteiro, e eu não quero você reclamando que quer ir embora, certo? Isso não é nada legal de se fazer.

- Então eu vou reclamar aqui! Mamãe Jennie! Eu quero ficar em casa! Essas botas machucam o meu pé! E esses casacos pinicam o corpo da Stacy! Vamos ficar em casa e assistir sexta-feira treze debaixo das cobertas! Stacy quer ficar em casa! - eu respirei fundo me ajoelhando na frente da pequena garota que ainda choramingava, a fiz olhar em meus olhos e logo percebeu que eu estava sem nenhuma paciência para as suas reclamações matinais.

- Vou falar apenas uma vez - comecei - Iremos tomar café na casa da vó, você irá tomar café como uma boa menina, e mais tarde iremos voltar para casa, e se você reclamar mais uma vez, Stacy, eu te coloco de castigo e te deixo sem televisão por um mês, você me escutou ou terei que repetir?

- Tá... - murmurou segurando a minha mãe e caminhando ao meu lado calada.

Assim que entramos, ajudei as gêmeas a tirarem as botas e os casacos mais pesados, sorrindo ao ver Kai e Chaeyoung conversando na grande mesa, Sarah correu até eles enquanto Stacy murmurava abraçando o meu pescoço e querendo pegar no sono novamente.

- Acho que alguém aqui não está pra conversa - Chaeyoung riu assim que me sentei com Stacy em meu colo.

- Nem um pouco, Chae.

- Jen? Que bom que chegou, filha!

- Oi, Eli, de oi para a sua avó, Stacy.

- Hum...

- Deixe ela, eu sei que queria estar na sua cama quentinha agora, Stacy.

- Ainda bem que sabe - Stacy murmurou.

- É assim que se fala, Stacy?

- Está tudo bem, filha, bom já que estão todos aqui quero apresentar a vocês os novos moradores da vila, só um minuto que irei buscá-los!

Sarah se sentou ao meu lado curiosa sobre o que iria acontecer e eu também estava, parecia que Kai e Chaeyoung não se "importavam" com aquilo e eu acho que nem deveria ser tão importante assim.

Porém no momento que a porta se abriu, aos poucos minha testa foi franzindo em observar cada rosto familiar vindo deles.

Muito familiar até...

- Esses são San, Seonghwa, Jisoo... - meus olhos se prenderam de uma forma estranha assim que uma mulher alta entrou na sala com um menino nos braços, sua pele era branca, cabelos pretos e uma franja deslumbrante, estranhamente seus olhos pousaram em mim assim que entrou em nosso campo de visão, como se... soubesse que eu estava ali, ela me encarava intensamente, e em alguns momentos pude ver que engolia seco - Essa é a Lalisa e o pequeno Mingi - as gêmeas se olharam assim que Eliza se calou e juntas olharam para a tal Lalisa, aquela bagunça de olhares estavam me confundindo - Esse são os meus filhos, Kai, Chaeyoung, Jennie e minhas netas, Sarah e Stacy!

- É Stacy e Sarah, vovó, as mais velhas sempre vem primeiro! - Stacy falou se sentando ao meu lado encarando Lalisa.

- É um prazer conhecer todos vocês - San sorriu.

- Sentem-se, irei pegar o chá.

- Mingi, agora você precisa acordar, filho.

- Ah não... só mais um pouquinho...

- Já conversamos sobre isso, Mingi, está na hora do café.

- Tá...

Meus olhos voaram em Chaeyoung que encarava Jisoo dando pequenos sorrisos, como se... a conhecesse, aqueles rostos, todos eram tão familiares para mim. Observei Mingi pegando um guardanapo, mas nesse mesmo segundo Stacy o puxou de sua mão, arqueando sua pequena sobrancelha assim que o menino a olhou.

- Esse guardanapo é meu.

- Não está escrito o seu nome nele - Mingi rebateu também erguendo suas sobrancelha.

- Eu moro aqui a mais tempo que você, garoto.

- Ainda assim, não enxergo o seu nome no guardanapo, garota.

- Stacy para como isso - falei puxando o seu braço.

- De o guardanapo a ela, filho - Lalisa falou encarando Stacy, que também a olhou, os olhos da mulher tinha uma leveza surreal, e eu podia ver tristeza neles ao nos encarar, era um verde escuro e triste.

- Desculpe por isso - pedi meio sem jeito - Pode ficar com o guardanapo, pequeno - sorri para o garoto que sorriu para mim, um sorriso tão inocente que derreteu o meu coração.

- Seus olhos são lindos, Lalisa - Sarah falou - Prazer, eu sou a Sarah.

- Prazer em conhecê-la, Sarah, e pode me chamar apenas de Lisa - consegui escutar a sua voz ficando trêmula, mas ela logo limpou a garganta esticando a mão para que Sarah a pegasse e logo minha filha fez isso.

- Essa é a minha irmã Stacy, ela é meio chata, mas eu gosto muito dela.

- É um prazer conhecê-la, Stacy.

- Diga isso por você - a menina murmurou.

- Não fale assim com a minha mãe.

- Mingi, está tudo bem, coloque o guardanapo como eu te ensinei.

- Não foi essa a educação que eu te dei, Stacy Kim - sussurrei em seu ouvido - Estenda a mão para ela e seja educada, ou iremos ter essa conversa em casa - a menina suspirou esticando a mão para Lalisa mesmo contra gosto.

- Me chamo Stacy, e decore bem quem somos, porque eu odeio ser confundida com a Sarah.

- Não irei confundir vocês duas, te garanto isso - Lalisa sorriu apertando sua mão.

- Me chamo Jennie - estendi a mão para o pequeno garoto que na hora a segurou dando um largo sorriso.

- Prazer, Jennie, eu me chamo Mingi! Mingi Manoban! Você é uma moça muito bonita! Igual a minha mamãe Lisa!

- Obrigada, Mingi - sorri acariciando seu rosto sentindo Stacy se agarrar a minha cintura.

- Bom, vejo que já se conheceram! Podemos comer?

Todos nós concordamos com Eliza, servindo os nossos pratos e nesse meio tempo eu pegava Lalisa me encarando ou encarando atentamente as gêmeas, mas eu não sentia incômodo, era como se os seus olhos sempre estiveram em mim, o tempo todo, e eu só conseguia sentir uma estranha sensação... familiar.