Capítulo 8

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Alec e eu marcamos de nos encontrar às 3 horas da tarde na Orla do Reino Branco para treinarmos e já são 15h30min e nada dele aparecer. Aqui, particularmente, é o lugar mais tranquilo do Reino Branco. A água do rio é cristalina e brilha conforme o sol se intensifica, aqui não há casas e nem palácios, então o canto dos pássaros prevalece numa sinfonia incansável. Me sento na areia e olho o horizonte ao som dos pássaros na espera do Alec e repasso em minha cabeça tudo o que aconteceu ontem, o fato da minha mãe saber que estou buscando desvendar o mistério do meu reino, o Mestre Tallan deve ter contado para ela e isso não é uma surpresa para mim, eu já imaginava e entendo-o. O que está me deixando mais intrigada é o fato do mago Tall falar que eu pertenço à ele, mas como? Eu nem o conheço. 

Depois de uma longa espera ouço passos vindo em minha direção e não preciso virar para saber quem é.

—Você está atrasado!

—Desculpe, tive algo para resolver.

—Não sabia que a palavra "Desculpe" existia no seu vocabulário.—Alec revira os olhos e joga sua mochila, que está demasiadamente cheia, ao meu lado e se senta.

—O que tem na mochila?

—Materiais para luta.

—Eu não vou usar nada que seja perigoso, Alec.

—Fica tranquila, são materiais de criança.— Diz rindo. Bato em seu braço e me ponho de pé.

— Você vai me ensinar ou ficar o dia todo ai sentado?

—Vamos nessa!

Ele se levanta e dá instruções de como devo me posicionar, essa parte achei parcialmente fácil. Minhas pernas devem nem ficar tão pertos e nem tão longes uma da outra para me dá mais estabilidade no movimento e meus braços têm que ficar alguns centímetros do meu rosto para, se caso tentem o atingir, eu não tenha que fazer um movimento longo para poder me defender.  O meu primeiro exercício foi de tentar me defender, o que foi uma tarefa um tanto que difícil. Alec me atingiu duas vezes na cintura, por mais que ele tenha moderado na força, ainda assim posso sentir uma dor começar a se manifestar. Ele me mostrou no que eu estava errando, segundo ele, eu sou boa nisso, no entanto, bastante lenta. Para se defender em uma luta a agilidade é uma habilidade indispensável—Disse ele. 

—Agora eu serei o saco de pancadas, preciso que você tente me atingir.

E eu tento, mas a rapidez que me falta, Alec tem de sobra. Dou diversas investidas, mas ele se desvia com movimentos graciosos como em uma dança, na qual Alec domina todos os movimentos  e me conduz como um Cavaleiro conduziria uma dama. No fim, acerto apenas um soco nele nas costelas, o qual doeu mais em mim do que nele. Agora além da dor na cintura estou com dor no punho.

—Você foi bem para o seu primeiro dia. Mas acho melhor deixarmos para usar os objetos na semana que vem.

— Também acho.— Digo ofegante.

— Você tem hora para chegar em casa?— Pergunta Alec com certa hesitação. 

Olho a hora no meu relógio de punho e já são 17h10min.— Não tenho hora para chegar em casa, mas acho arriscado eu chegar depois das 23h, por quê?

O mistério do reino (Em breve novos capítulos)Onde histórias criam vida. Descubra agora