Hoje é sábado e dia de treinar luta com Alec, nesses últimos dias não estamos tão próximos e não sei como será o nosso treino em razão disso. Alec mandou Brígida me avisar por telefone que dessa vez o treinamento ocorrerá no reino verde e eu concordei e agora estou a caminho de lá, já perdi as contas de quantas vezes já passei pelo portal, mas sempre a sensação de formigamento está presente em meu corpo. Assim que eu passo pelo portal que dá para o reino verde deslumbro um vasto campo com casas que brotam a partir de raízes de plantas e gramas verdes que brilham conforme o sol bate, a beleza desse lugar é descomunal e de tirar o folego. Vou até o endereço que Brígida me passou e percorro um longo caminho até chegar a uma pequena casa solitária, a qual seu telhado é um prolongamento do gramado que há ao seu redor, e em seu contorno pequenas colinas tornam o chão irregular e difícil de se caminhar. Olho mais uma vez para o endereço que anotei na minha agenda e está escrito exatamente o endereço desse lugar. Me questiono se devo ou não bater na porta, mas ao fim decido ir até lá e descobrir se Alec está aqui.
bato de forma contida com os punhos na porta e absolutamente nada acontece. Encosto a orelha na porta com intenção de escutar algo, mas só consigo escutar o som dos pássaros cantando. Pronta para dá meia volta e voltar para minha casa, ouço passos vindas do lado da casa em minha direção e Alec aparece caminhando de cabeça baixa examinando uma raquete que está em sua mão com uma calça detonada suja de serragem e sem camisa. O encaro e noto o quão forte ele é e o quão desconcertada em fico em ver o seu peitoral nu. Ele demora para notar a minha presença até que eu tosso para chamar a sua atenção e ele levanta a cabeça e me encara.
—Ah, oi, Asha. Pensei que chegaria mais tarde.—Diz ele colocando a raquete encostada na parede da casa.
—Hã... Oi. Achei que seria melhor chegar mais cedo para termos mais tempo para treinar.—Sou tentada a olhar novamente para o corpo do Alec no momento em que ele agacha para tirar uma pedra maior do que minha cabeça da frente da porta da casa, ele a retira com a maior facilidade, o que me faz soltar uma suspiro de surpresa. Alec me olha e abre um largo sorriso e eu posso sentir as minhas bochechas queimarem e começarem a se tornar vermelhas, desvio rapidamente o meu olhar e aponto para a raquete que estava em suas mãos.— Mas se estiver ocupado, posso voltar depois.
—Ah, não. Podemos treinar agora, mas antes vou precisar colocar uma roupa para manter todo o seu foco na luta.
Minhas bochechas queimam ainda mais agora depois dessa insinuação do Alec, mas logo me recomponho.—Na verdade, está bastante calor aqui.—Digo e retiro o casaco que eu estava usando, o reino verde tem a fama de ser quente, então imaginei que seria melhor colocar um tope por baixo do casaco para quando eu sentisse calor. Mas acontece que não estou com tanto calor agora, mas quero provar o Alec e ver quem de fato vai ficar distraído durante o treino.
Alec me olha boquiaberto e se demora olhando para a minha barriga nua.—Acho que agora estamos quites.—digo.
—Não conhecia esse seu lado, Asha.—E me olha com um olhar divertido.
—Há muitas coisas que você ainda não sabe sobre mim, Alec.—Digo— E, então, onde iremos treinar?
—Venha comigo.
Alec me conduz para o fundo da casa, onde há um grande estábulo feito de um material parecido com madeira, mas quando chego perto noto que não se trata de madeira, mas folhas envelhecidas que se estruturam formando o estábulo. Olho incrédula para as folhas, e me pergunto como folhas tão frágeis conseguem se agrupar e se sustentarem. Alec nota meu espanto e responde a minha pergunta silenciosa.
—A magia sustenta elas, a própria magia que provém delas. legal, né?
—Sim e um pouco surreal, eu diria.
Alec me olha e sorri.—Eu nasci cercado de coisas como essas, que já não me surpreendem mais.
E, com isso, caímos em um silêncio confortável e entramos dentro do estábulo. O interior do lugar me tira o fôlego assim que eu entro, isso porque há diversos matérias de lutas organizados nas paredes ao meu redor, espadas maiores que eu reluzem diversas cores expostas como um troféu, estantes largas se estendem até ao teto repleto facas, armas diversas e um material que eu não conheço feito de madeira. No centro há apenas duas torres de pancada. Aqui dentro parece mais um arsenal de armas do que um estábulo.
—Quanta coisa.—Digo por fim.
—Eram do meu pai. Mas, então, vamos lutar?
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O mistério do reino (Em breve novos capítulos)
FantasyAs pessoas nascidas no reino branco são as únicas sem uma fonte para canalizar seu poder; o reino vermelho canaliza do fogo; o verde, da natureza; o azul, da água. Asha, Tayson, Brígida e Alec, quatro adolescentes de reinos distintos, buscarão soluc...