Capítulo 7 - Ajudando uma meliante

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Capítulo  7 - Ajudando uma meliante

Não era possível que ela fosse mesmo fazer aquilo, como ela acha que sairia? Ilesa? Ela não está com as líderes de torcida, então certeza que vai tentar agora, por isso vou até a sala de troféu, onde falei que não tinha câmera, quando abro a porta, ouço um barulho da porta batendo em alguém, e vejo Minzy, com a mão no nariz, eu sabia que ela iria estar aqui.

— Você é muito previsível, sério que você vai fazer isso? - Ela passa por mim, como se eu nem estivesse ali, eu sigo-a, parece que ela tá em algum filme, porque fica olhando para os lados, como se alguém estivesse observando ela.

— Eu já estou fazendo! Você acha justo, só porque o pessoal da sala não corre, mas usam o cérebro não podem ficar aqui? - Ela fala cochichando, entramos na sala de troféus, fecho a porta, ficando na linha de visão do vidro que dá pra outra sala.

— Não vejo mal algum. - Comento, o que é verdade, balanço o ombro, não importa pra mim se o colégio mostra ou não, eu sei que eu venci ou não. Já Minzy, estreita os olhos, desconfiada. 

— Então porque está aqui? - Ela tenta cruzar os braços, segurando o troféu em baixo deles.

— Não quero que você seja pega e tome uma suspensão. - Reviro os olhos, porque alguém faria isso? Ela para do lado do armário.

— Não vou tomar uma suspensão. - Olho para a janela da porta, vendo se alguém está passando. — O que eu vou fazer agora? Adam, quanto eu ganho de suspensão por quebrar um vidro?

— Quê? - Viro o rosto para olhar para ela. — Não faça isso! - Balanço a cabeça em negação, Minzy é maluca, ela vai se machucar, meu coração começa a acelerar mais.

— E como eu vou abrir?

— Vai fazer muito barulho e você pode ser expulsa! - Eu falo em tom normal, quem sabe isso brote na cabeça oca dela.

— Eu não sou nenhuma 007, então o máximo que vou saber fazer é quebrar o vidro, tem mais alguma ideia, Bond? - Levanta uma das sobrancelhas, o que poderíamos fazer pra abrir? Será que um grampo abre? Olho em volta, vendo se acho alguma coisa e ouço barulho de vidro quebrado, olho para Minzy, e meu coração agora parou, certeza, ela está com os olhos super assustados, meio curvada, com cacos de vidro em cima dela e ao seu redor, eu ia perto dela, mas ela balança a mão. — Não, não, cuida da porta! - Vejo-a colocar o troféu no meio, volto minha atenção para a porta, tem uma das tias vindo para cá.

 — Vamos logo, Minzy!

— Tá, tá, já acabei. - Ela corre para perto de mim, pego na mão dela e passamos pela outra porta.

Eu mal consigo raciocinar, apenas corro, segurando na mão de Minzy, levo ela até atrás do colégio, quando paramos eu olho assustado para ela, o braço dela está sangrando, fico apavorado por ela, com dor no coração, como quando machuquei ela.

— Olha seu braço, Minzy! - Seguro em sua mão, e olho para ela, ela está tão assustada, que eu não consigo brigar ou gritar com ela. Quero abraça-la e dizer que está tudo bem. — Você é um poço de problema, você sabia que vão descobrir né?

— Foi… foi por… foi por uma boa causa. - Ela fala chorosa, sua mão está tremendo demais.

— Agora, além de ser expulsa, vai pro reformatório e me levar junto. - Fico um pouco mais calmo, para não demonstrar para ela, puxo ela para o bebedouro que tem ali, abro uma das torneiras, a água gelada cai um pouco forte, coloco o braço dela em baixo da água, água corrente ajuda nesses casos. — Fica aqui.

— Não, espera, não me deixa sozinha. - Minzy diz olho para ela e só consigo sentir ternura por ela, que medo que eu fiquei de acontecer alguma coisa pior, ela faz bico, vou perto dela, que me olha sem entender a aproximação, coloco uma mão na nuca dela com carinho, coloco meus lábios em sua testa, caramba garota. 

O Clichê de MinzyOnde histórias criam vida. Descubra agora