Capítulo 12 - O que foi tudo isso
Infelizmente a Minzy ficou em segundo lugar, depois que voltamos de lá, me despedi de Vitória e de sua mãe, eu tinha recebido meu primeiro salário, fiquei um tempo no shopping procurando alguma lembrancinha para Minzy, pra Vitória e pra mãe do Samuel e a Vera, eles me ajudaram muito, até penso em comprar algo para Samuel, mas ele nem merece tanto e compro um chocolate só, e se ele reclamar eu dou na cara dele. Vou voltando para casa, mesmo sem querer voltar, eu ainda tenho bastante dinheiro guardado, pra caso aconteça alguma coisa.
Vou caminhando até minha casa, abro o portão, tentando não fazer barulho, mas a luz da sala esta acesa e sei que ele está ali.
Abro com cuidado a porta, para não fazer barulho que ele não goste ou se irrite.
— Que merda é essa? - Eu mal consigo entrar e ele me puxa pelo colarinho, me pegando desprevenido no canto da porta e com toda sua força ele me joga no chão, perto do nosso sofá.
Olho para onde ele esta se referindo e vejo uns papéis, pego um e viro para entender, e só leio o final, vendo a falsificação que fiz da assinatura dele sobre ir na viagem com a turma.
— Você assinou. - Eu tento responder, minha voz sai mais trêmula do que eu gostaria.
— Ta me achando com cara de imbecil?
Sim.
— Não pai…
— Não me chame de pai, seu merda. - Ele vem perto de mim e pisa em mim, eu defendo com meu braço, mas dói mesmo assim.
— Você assinou e…
— NÃO!
— Não escrevi nada disso, você falsificou minha assinatura, seu maldito? - Sua voz alta e grossa parece fazer estremecer os azulejos.
— Não, pai. - Eu tento dizer, ele levanta o braço gordo e me da um tapa que eu perco o equilíbrio.
— Não me chame de pai, seu pedaço de merda! - Ele fala serrando os dente, se abaixando para me bater, eu empurro ele com todas as minhas forças, apesar que não precisava de muito, pois ele está super embriagado. Ele cai pra trás e eu me levanto, saindo correndo para fora da casa.
Eu abro o portão com força e bato logo atrás pra ele não conseguir ter tempo de me alcançar, saio correndo o mais rápido que eu posso.
— Volta aqui seu puto!
Eu só corro, com toda minhas forças, eu nem vejo que estou tendo um rumo quando chego no metro, levanto a cabeça e algumas pessoas me olham assustadas e se afastam. Olho em volta e vejo quando Vitória me olha da janela da bilheteria, ela olha para o lado e Viv também me olha.
As duas saem de la de dentro e correm na minha direção.
— Adam! - Viv me segura quando eu caio no chão.
— Vamos levar ele no banheiro. - Vitória diz, e aos poucos a voz delas vão sumindo da minha mente, eu não lembro de estar no banheiro, sentado na privada, com as duas me olhando.
— Devemos chamar a polícia? - Viv pergunta olhando de canto para Vitória.
— Nada de polícia, eu… apanhei na rua, só preciso descansar… - Digo sem forças e abaixo a cabeça.
— Então vamos chamar seu pa…
— Deixa ele, Viv, sabe que estamos aqui, ne? Pra qualquer coisa. - Ouço Vitória, ouço quando elas se afastam e a porta fecha.
Ninguém mais entra, o silêncio com o barulho de vez em quando do trem parece que entra na minha mente, minhas mãos tremem, eu só quero que tudo isso acabe, percebo que ainda estou segurando esse boné ridículo do Samuel, eu coloco ele na cabeça e parece me trazer conforto, fecho os olhos, respirando fundo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Clichê de Minzy
RomanceComo seria toda a bagunça que aconteceu na vida de Minzy, vista e documentada pela visão do garoto mais nerds e doce que conhecemos? Nesta história resumida, teremos a história contada pelo Adam, o garoto por quem Minzy, do livro CLICHÊ, resolveu qu...