O Clichê de Minzy

Capítulo 05 - Entrevista

Capítulo 05  - Entrevista

— Você não pode falar aquilo e sair sem me explicar! - Sinto a mão de Minzy segurar meu braço, não me deixando andar, impactando os cara de sair do vestiário do banheiro, sempre tomamos banho depois da aula, Minzy estava com os cabelos molhados, me olhando franzindo a testa. Depois que conversei com ela tivemos que continuar nossa aula, e agora que acabou, ela estava aqui, já na porta.

 — Do que está falando? - Pergunto não entendendo, a gente conversa de tanta coisa que não sei o que passa na cabeça dela, olho para o lado, quando ela me solta volto a olhá-la.

— Você disse que não estava bravo comigo e sim com você. - Ela aponta para mim, com esse dedo fino, ela fica irritada, o que a faz ficar fofa, eu cruzo os braços, olhando a dramatização dela. — Mas você me trata e age como se estivesse bravo comigo.

— Não quero conversar sobre isso, Minzy. - Fecho os olhos, o quão idiota estou sendo? Por minha culpa ela ficou machucada, eu deveria proteger… mas não consegui nem com a minha mãe, como eu poderia com ela? Me viro e abro os olhos, dando alguns passos, mas Minzy segura no meu braço de novo.

— Tudo bem, você não quer mais ser meu professor também? - Ela me solta, falando irritada, me viro olhando para ela, Minzy tira a mochila das costas, abrindo-a e pega os papéis que eu fiz as lições. — Então não faça lição para mim se não quer me ajudar. 

Ela coloca os papéis espalmando as mãos no meu tórax, seguro antes que derrube e olho para ela que se vira, indo para o corredor que tem onde eu não consigo ver se ela virar, começo a andar indo na direção que ela foi e olho para o papel, vendo as respostas dela, dou uma leve bufada, dobro o papel colocando no bolso e vou atrás dela, quando virei o corredor, vejo que ela está correndo, ela está a indo a caminho da sala, então eu apenas sigo o caminho. Deixei ela chateada por não contar, não sei o que é pior, deixá-la chateada ou machucada sem querer. Suspiro, andando, quando viro outra quina vejo-a, sentada no chão, abraçando as pernas, alguns caras estão olhando de canto para ela e cochichando, dando aquelas risadas com segundas intenções. Fui até ficar na frente dela, olhei para eles, franzindo a testa e levantei a cabeça, como se perguntasse "tá olhando o que?".

— Ei… - Me agacho na frente dela, e toco de leve sua perna, para saber que estou falando com ela. — Eu quero te ajudar. - Minzy levanta a cabeça, que estava escondendo entre as pernas, seu rosto vermelho, provavelmente porque correu e sentou aqui, com a cabeça sendo tampada com o braço, seus cabelos molhados estão um pouco em seu rosto, levanto a minha mão e coloco um dos fios atrás de sua orelha. — Sinto muito te afastar. Eu… - Suspiro, abaixo a cabeça, encostando minha testa nos joelhos frios de Minzy, como eu queria conseguir me expressar melhor, e ela não achar que foi algo que fez. — Eu não queria que você se machucasse, se eu pudesse voltava no tempo. - Levanto a cabeça, vendo que Minzy está prestando atenção em mim e em tudo que eu digo, o seu perfume doce entra nas minhas narinas, me fazendo lembrar do cheiro do seu cobertor, e o quanto eu queria continuar ali, olhando para ela. — Eu voltaria para você não se machucar, Minzy. 

— Vai deixar de falar comigo? - Ela pergunta, eu até riria, mas certeza que ela ficaria brava, achando que é alguma outra coisa.

— Não vou, mas você tem que aprender que não pode sentar assim de saia. - Continuo olhando para ela, aqueles caras ja sairam quando eu me abaixei na frente dela, e ninguém consegue ver nada porque estou bem na frente. O rosto de Minzy fica vermelho, denunciando a timidez que as vezes ela tem, Minzy não é o tipo de garota que é tímida, tem medo de falar em público ou coisas assim, mas aqui, agora, seu rosto está vermelho, e ela tenta esconder os lábios. 

— Me deixa em paz! - Ela me empurra para trás, eu não esperava isso, então eu caio mesmo, quando me sento, ela já está com as pernas dobradas, eu dou risada e me levanto, estendo minha mão para ela, para ajudá-la a se levantar, Minzy coloca a mão pequena em cima da minha e ajudo-a se levantar.