Don't you remember. Part 2

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"The more I do, the less I know."

As últimas lágrimas estiaram encontrando seu lar no solo fofo. A chuva adormeceu e cedeu lugar as centelhas inebriantes de raios dourados do sol. Uma pintura cinza e amarela.

– ACORDE, JAUREGUI!

Lauren saltou no banco com os olhos arregalados e o coração desenfreado.

– Jesus, Maria e José!_ exclamou exasperada.

– Nenhum deles!_ falou a expressão sólida da latina. – Você como vigia é uma ótima leitora!

– Muito engraçado, Cabello!_ sua voz transbordava sarcasmo.

Camila contornou o mustangue repousado em seu lugar habitual e abriu a porta se acomodando na poltrona macia.

– Melhor do que as suas piadas!

Lauren bufou e cruzou os braços. Os rastros esverdeados de seus olhos foram ofuscados pela luminosidade solar, traçando contornos abstratos no rio, como se dançassem.

Ela sorriu para o sol.

Uma constatação de uma observadora:

O dia, ao acordar, colore-se de várias maneiras, tão vivas e únicas que transmitem a sensação de que tudo é possível. Uma pena que muitos não reparem mais no céu, talvez por isso a esperança tenha sido esquecida.

– Os garotos acordaram?

– Sim!_ respondeu Camila. – Acho que podemos ir para a escola. Aurora tomará conta deles até voltamos.

A mochila da latina foi aberta e ela retirou de lá um copo plástico de cappuccino fumegante. O cheiro de cafeína infestou o carro.

– Onde você arrumou cappuccino?

– Na lanchonete do hospital.

A morena estreitou os olhos.

– Não lhe passou pela cabeça que eu poderia querer um?

– Você quer?_ apontou para a entrada. – É só seguir em frente, dobrar a direita, dar vinte passos no primeiro corredor, chegar a maquina de café, depositar o dinheiro e escolher um.

A mandíbula de Lauren foi de encontro ao chão. Ela não queria um mapa ou desenho, ela só necessitava de um café. Muito obrigada.

Quanto abuso!

– Quer saber, eu vou!_ cravou a mão na porta fazendo menção de abri-la.

– Jauregui!_ Camila levou as mãos novamente a mochila e fisgou, para a surpresa da hispânica, mais um copo de cappuccino que havia trazido para ela. – Toma.

Lauren relaxou, deu um leve sorriso ao esticar a mão de encontro à quentura líquida. Estavam convivendo a tanto tempo que as brincadeiras se tornaram um passatempo, mas Camila nunca havia feito uma. Até agora.

– Obrigada, Cabello!

Os olhos chocolates a encararam de lado por um milésimo de segundo e rapidamente voltaram à leitura.

_________x_________

O chão da sala de literatura estava num princípio de terremoto avassalador. Mandy Morland trotava de um lado para o outro, recitando ou mais precisamente berrando "Sonhos de uma noite de verão" nos ouvidos injuriados dos alunos.

Um detalhe importante:

Ela sempre ficava mais áspera em meados de maio.

21™ ⏭ CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora