Take it all. Part 2

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"Take it all, with my love."

O vidro da janela que guardava o quarto de Chris rugia à medida que a chuva forte soprava gotas generosas contra a transparência. O frio açoitou a pele de Lauren. Seus dedos resolveram hibernar resultando em dificuldade para virar as páginas gastas do diário.

Página trinta e quatro.

Os testes começaram a vingar. Oito pessoas apresentaram melhoras incontestáveis durante toda a observação minuciosa de seis meses. Eu sentia meus ossos tremerem de satisfação e orgulho. Estava pronta para testá-la em outras pessoas, países e por último no mundo.

Só que havia um porém.

Terrivelmente considerável.

Lauren borrifou ar quente contra os dedos de gelo. Esfregou-os para criar um atrito caloroso. Tentou colocar os pensamentos numa ordem coerente. Cassandra havia feito uma descoberta incrível, mas suas palavras soavam preocupadas nesta página.

Um obstáculo surgira.

Virou para a próxima. Então as palavras de preocupação dissolveram-se em uma nota que não tinha nada a ver com o assunto.

Camila está cada vez mais agitada e saudável. Eu estava cantando na cozinha hoje e senti um chute. Sorri e continuei a canção, mas ela não parou de movimentar-se no meu interior. Então tive a ideia boba de mudar a música e coincidentemente as agressões pararam.

Foi um momento estranho e único.

Descobri que ela preferia músicas agitadas à jazz. Eu não sei como, mas senti um sorriso pequeno se alargando no meu ventre.

Talvez fosse só a minha imaginação.

Mas eu me senti realmente feliz.

Ao longo do diário tinham vários rodapés citando alguma coisa sobre Camila. Era nesses momentos que Lauren sentia-se um lixo e parava a leitura, porque não deveria estar descobrindo isso antes dela. Não parecia justo.

Soltou um "graças à Deus" quando o despertador anunciou a hora de ir para o colégio.

______________x______________

Dinah estava deitada com a barriga voltada para o teto. Soltava longos suspiros enquanto Normani corria as mãos pelo seu cabelo dourado.

– O que está te afligindo, querida?

A polinésia levantou num pulo. Rodopiou o quarto com os braços cruzados debaixo do tronco. Sentiu as lágrimas teimosas quererem lhe escapar e engoliu-as por orgulho.

– Não consigo entender a Lauren.

Normani sentou na beira da cama. Seus olhos castanhos escuros transpiraram compaixão.

– Nunca passou pela minha cabeça que ela fosse se apaixonar justamente pela pessoa que nasceu para destruir._ pensou um pouco alto. – Isso é cruel.

Os olhos amêndoas e céticos de Dinah triplicaram de tamanho ao ouvir aquilo. Parecia um absurdo ainda maior quando proferido em voz alta.

– Você não está falando sério._ rebateu. – Talvez ela tenha uma queda pela Cabello, mas paixão? Ou qualquer outro sinônimo é ridículo. Impossível.

Ela apoiou o corpo contra a escrivaninha. Fechou os olhos já marejados. Sua amiga não podia ser irresponsável a esse ponto. O que mais a apavorava era o fato de que se o que Normani cogitou fosse verdade, Lauren não teria coragem para realizar o que a profecia determinou.

21™ ⏭ CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora