One and only

230 31 4
                                    

"So come on and give me a chance, to prove I am the one who can, walk that mile, until the end starts."

Como acabar com o mundo em apenas um milésimo infinito de segundo? Talvez uma arma resolva o problema, um acidente ou quem sabe as falcatruas irônicas do azar? Não. Não é preciso tanto esforço. O segredo está tão visível quanto às preces de uma alma exausta.

Uma tortura lenta:

Tire-a de mim.

Uma resposta simples, dolorosa e terrivelmente verdadeira.

Sua mais nova e impetuosa realidade.

Como pode uma pessoa que ela deveria transformar em nada se tornar seu tudo? Ela é. Talvez devesse dizer o que realmente significa, mas faltaria papel, portanto tentara utilizar a forma mais categórica e resumi-la em cinco notas.

O início:

"You've been on my mind, I grow fonder every day, lose myself in time, just thinking of your face."

____________x_______________

O breu desceu em mármore sobre os olhos desacostumados. Quanto mais adentravam as garras da floresta maior se tornava o nó confeccionado de mãos. Árvores gargarejavam sombrias. O vento rasgava um som estridente com cordas de aço.

- Fique atrás de mim._ Lauren alertou. - Se ela agir com hostilidade, darei um jeito de tirar você daqui.

Camila apenas ouviu e assentiu em silêncio.

Desembocaram na entrada robusta de uma caverna idosa. O frio açoitou os nervos ao avistarem a única claridade próxima, vinda de uma fogueira. Uma recepção calorosa no sentido literal. Havia também, uma mulher, sentada de costas, adocicando os lábios com um cachimbo seco. As meninas usaram as árvores como proteção até encontrar algum resquício de bravura para seguir em frente.

Uma fumaça cinza azulada dançou em direção ao céu.

- Vão ficar aí o dia todo?_ Ouviram a voz de vidro.

Um reforço à sua memória:

A Conselheira sabia de muitas coisas.

Não era preciso mais esperar a coragem.

Teriam que usar o medo como guia.

Lauren engoliu um bloco incomodo de temor e sufocou a mão de Camila antes de saírem do conforto das árvores para o martírio de chamas.

- Boa noite, Conselheira.

Teve que puxar assunto para descontrair o próprio estômago.

Uma observação coletiva:

O que fazer para apaziguar o medo do escuro? Fale.

As palavras serão sua luz.

Algum dia na vida, quando o pavor do desconhecido invadiu seu lar, com certeza, você usou dessa artimanha buscando refugio. Veja só, não somos tão diferente uns dos outros.

Rugas expunham a pele de papelão. Uma pena vermelha agarrava-se no cabelo de longos prolongamentos marrons claros. O último traje era um vestido floral acompanhado por colares variados que dormiam no sacolejar do pescoço.

- Senhoritas Jauregui e Cabello._ a mulher manteve os olhos atados enquanto cumprimentava-as com uma breve aceno. - Estava esperando por vocês.

Ambas trocaram olhares interrogativos. Rodopiaram a fogueira, ficando do lado oposto.

21™ ⏭ CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora