Um encontro Perfeito

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Estávamos na casa do Jonas, sentados nas cadeiras do jardim dos fundos próximo à piscina. Yago e Heitor riam de nós, eu revirava os olhos mandando eles calarem a boca apesar de não estar realmente incomodada. Jonas parecia se divertir com minha expressão incrédula questionando porque ele contou para os meninos, já tinham se passado mais de 5 anos.

- Por isso mesmo - ele respondeu divertido. - Agora é engraçado que a gente foi tão idiota.

- Nós éramos muito novos! - Protestei.

Quando terminamos um namorico adolescente que durou 2 anos, Jonas e eu prometemos que não ficaríamos com ninguém da roda de amizade um do outro. Sim, uma promessa bem sem sentido que acabamos de perceber nunca havia sido quebrada por nenhum outro motivo a não ser termos amizade com as mesmas pessoas e não sentirmos qualquer interesse por elas. Ainda assim arrancava alguns risos durante uma madrugada de sexta depois de vários copos de qualquer coisa alcóolica que encontramos.

- Vocês são uns babacas - tornei a dizer.

- É uma pena porque isso acaba com as nossas chances... - Yago deu um sorriso malicioso.

- Como se tivéssemos alguma - ironizei enquanto percebia meu celular vibrar.

Olhei para a tela e um nome piscava mostrando uma ligação, era só um cara com quem eu já havia saído algumas vezes e que eu não estava nem um pouco afim de ver naquele momento. Então apenas silenciei o toque e deixei que caísse na caixa postal. Amanhã eu mandaria uma mensagem dizendo que já estava dormindo. É bom sempre ter alguém na geladeira.

- Ué não vai atender? - Heitor debochou.

- Não atendo a ligação de qualquer um. - dei de ombros sorrindo.

- Nossa, ela tá difícil hoje. - Yago continuava me provocando, ele realmente era um babaca quando queria. - Mas fala a real Jonas, você me conhece mano, abre uma exceção nesse teu acordo aí.

- Não é pra mim que você tem que pedir isso não, brother. - Jonas realmente não se importava, mas também sabia que eu não tinha qualquer interesse no amigo dele.

Eu estava pronta para fazer um discurso de como aquela fala era ridícula, mas meu celular voltou a tocar e antes de silenciar notei que o nome agora era outro: Bernardo. Meu coração deu um leve salto, esse cara mexia comigo de um jeito que nunca admiti. Ele era só mais um "contatinho" ou pelo menos deveria ser, mas confesso que com ele era um pouco diferente dos outros com quem eu saía esporadicamente.

Depois de terminar com o Jonas quando ainda tinha 15 anos, eu não me envolvi sério com mais ninguém por não sentir necessidade. Eu estava sempre em festas e não era difícil conseguir alguém com quem terminar a noite sempre que eu quisesse, se fosse bom o suficiente para repetir era só passar o número correto do celular, senão eu apenas alterava algum digito e ele só descobriria alguns dias depois quando já não poderia mais me encontrar.

Com o Be foi natural, a gente se conheceu no barzinho da faculdade, numa semana de provas. Trocamos telefone e nos falamos por mensagem por um tempo até nos encontrarmos de novo, sempre que a gente se via ficávamos ainda mais próximos. Era como se fossemos bons amigos que vez ou outra dividiam a cama, além do desejo carnal havia também a gentileza dele e o cuidado. Me peguei pensando porque o telefonema se ele sempre mandava mensagem, será que eu não tinha visto a notificação e ele resolveu ligar? Sem demora atendi:

- Alô. - falei despreocupada.

- Oi, Cami... to indo te buscar, manda a localização. - ele falou firme, mas sem parecer grosseiro.

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