Redenção

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Yago:

Tentei abrir meus olhos, mas a luz ofuscava minha visão tornando uma coisa simples em algo muito difícil, percebi que estava deitado e arrisquei me mexer sentindo um pouco de dor no corpo. Ainda de olhos fechados busquei na memória as últimas coisas das quais conseguia me lembrar: o escritório. Yuri. Pai. Meu carro. Yuri novamente. Acelero. Furo sinal vermelho. Jonas.

– Jonas! – Falei abrindo os olhos num impulso.

– Yago... – senti mãos quentes sobre mim. – Filho, tenta não se mexer, meu bem.

– Mãe?!

– Sou eu, to aqui.

Minha mãe sorria ao meu lado, ela voltou da Europa para me ver? Os olhos dela estavam avermelhados e notei um terço em suas mãos, ela estava rezando e chorando. Olhei em volta, as paredes todas brancas, o excesso de luz ainda feria meus olhos, eu não conseguia mover meu pescoço, meu braço estava conectado ao soro e ao passar a mão em minha testa senti que minha cabeça estava enfaixada.

– Mãe, quando você chegou?

– Há uns dois dias, assim que eu soube do teu acidente.

– Tem dois dias que estou aqui? – Me desesperei.

– Não, filho. Você ficou mais de uma semana desacordado, mas o teu pai sequer me avisou, quem me ligou foi o Jonas e...

– Mãe, o Jonas – a interrompi. – Eu preciso falar com ele.

– Ele veio ontem anoite ver você, disse que voltaria amanhã...

– Não, preciso falar com ele agora. É muito importante.

– Eu posso ligar para ele e pedir para vir – ela sugeriu, – mas você precisa se acalmar, você ainda está debilitado. Eu vou avisar a enfermeira que você acordou.

– Liga pro Jonas, por favor – pedi. – Depois você fala com enfermeira, primeiro pede para ele vir o quanto antes.

– Eu vou ligar, Yago. Acalme-se! O que está acontecendo? Sobre o que você tanto precisa falar com teu amigo?

– É sobre o meu pai e o Yuri. Mãe, eu não quero nenhum dos dois aqui – senti meus olhos umedecerem.

– Eles não vêm – ela disse firme franzindo o cenho. – Desde o dia em que eu cheguei não deixei teu irmão pisar os pés nesse quarto e mandei avisar o teu pai para também se manter longe. Onde já se viu? Você estava em coma há 4 dias e eles não foram capazes de avisar tua própria mãe!

Ela segurou minha mão e me olhou com ternura.

– Graças a Deus você está bem, meu filho.

Abri um leve sorriso enquanto afagava sua mão de volta.

– Eu vou chamar a enfermeira e ligo pro Jonas enquanto ela vem. Pode ser?

– Pode, pode ser.

– Pode, pode ser

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