Capítulo 4

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Thor Odinson

Eu contemplava o vasto céu de Midgard enquanto saboreava uma bebida em uma lanchonete que descobrira casualmente durante minha caminhada pelas ruas. O atendente, surpreso pela maneira vigorosa com que consumia minha bebida, não conseguiu ocultar sua inquietação, contudo, mantive minha compostura diante disso.

Refletindo sobre a situação de meu irmão Loki, não pude deixar de notar um detalhe intrigante. Eu já havia sido informado de que Loki estava residindo em Ravenwill, uma pequena cidade da Califórnia. Parecia que meu irmão estava desfrutando de uma boa sorte, ou talvez sua habilidade para enganar as pessoas o estivesse favorecendo, uma vez que ele encontrara uma aliada em Midgard que o acolhera em seu próprio apartamento. Me perguntava se Loki era realmente tão astuto em suas artimanhas ou se a terráquea em questão possuía uma generosidade extraordinária. Conhecendo Loki, tenho consciência de que meu irmão já havia revelado sua verdadeira natureza para ela, no entanto, mesmo assim, ela optara por ajudá-lo. Era inegável que Loki estava sendo favorecido pela sorte mais uma vez.

Contudo, o aspecto mais preocupante dessa situação era o fato de que a terráquea em questão, Luísa Green, era filha de Tony Stark. Conhecendo pessoalmente o temperamento impulsivo e intrépido de Stark, não ousava imaginar a reação dos Vingadores, especialmente a de Tony, ao descobrirem que Loki estava na Terra, alojado no apartamento de Luísa Green, filha do próprio Stark.

Em retrospectiva, talvez não tenha ponderado devidamente sobre as ramificações ao trazer Loki para Midgard. Recordo-me de ter sucumbido à frustração diante das travessuras de meu irmão, tomando uma decisão precipitada: enviá-lo para Midgard, longe de Nova York, na esperança de que assim estivesse longe de causar problemas. No entanto, como de costume, Loki encontrou um meio de atrair encrenca, mesmo sob tais circunstâncias.

Antes que pudesse formular um plano para remediar a situação, faíscas vermelhas começaram a cintilar abaixo de mim, formando um círculo. Sem tempo para compreender o que ocorria, fui subitamente transportado para uma poltrona diante do Doutor Stephen Strange, conhecido também como Doutor Estranho, cujo nome considero, francamente, peculiar.

— É um prazer revê-lo, Thor Odinson, embora lamente que as circunstâncias nos levem a este encontro. — declarou o Doutor Strange, expressando seu descontentamento com a situação.

— Esse é o modo mais eficaz de conversar com uma pessoa? Você interrompeu um belo momento de paz.

Respondi com calma, embora deixasse transparecer minha contrariedade. O momento de serenidade que desfrutava anteriormente era uma oportunidade para deliberar sobre como lidar com Loki. Não podia permitir que meu irmão permanecesse em um apartamento com uma das raças que tanto desprezava.

— Acho justo já que você interrompeu o momento de paz da Terra ao colocar seu irmão aqui. Você mesmo sabe mais que ninguém que Loki Laufeyson é um perigo a Terra. Por que o trouxe novamente?

— Eu só preciso dar uma lição nele. Loki estava passando dos limites.

— Anseio que isso seja problema seu, e não da Terra. Faça isso em seu reino.

— Mas essa é a última chance, se Midgard não ajudar Loki como me ajudou...

— Loki não tem mais salvação. — ele completou. — Sinto muito mas está colocando a vida de pessoas em risco, principalmente a vida da senhorita Green. Tony Stark já sabe do ocorrido?

— Acho que não, senão ele já teria agarrado meu pescoço com aquele ferro.

Falei sorridente mas o Doutor não pareceu achar graça então parei de rir ficando sem graça.

𝐌𝐞𝐮 𝐄𝐬𝐭𝐫𝐚𝐧𝐡𝐨 𝐕í𝐜𝐢𝐨 | 𝐿𝑜𝑘𝑖Onde histórias criam vida. Descubra agora