Capítulo 45

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𝔑𝔞𝔯𝔯𝔞𝔡𝔬𝔯

Uma fundição ilusória havia sido feita, um vestido deixado na ponta da cama junto a um pequeno bilhete enfeitado com letras curvadas e elegantes. 

O homem pálido com vestes escuras observava a mulher dormir tranquilamente como um anjo enviado pelos deuses, nem aparentava ser a mesma mulher que lhe fez ficar acordado a noite toda, pensando sobre como lidar com as consequências do que havia provocado.

Ele segurou-se para não passar seus dedos gelados pela pele quente do rosto macio que algumas mechas do cabelo escuro da morena cobria. 
 Ele desejava tanto voltar ao tempo em que o espaço na cama ao lado de Luísa era unicamente seu. Ele desejava abraçá-la mais que nunca, matar toda a saudade que sentia do seu toque. 

Quando percebeu que a humana estava se remexendo, ele se afastou e deixou com que sua ilusão fosse embora. Ele estava no canto do quarto, onde a luz que adentrava pelos blocos de vidros não lhe atingiam. Com sua postura ereta e mãos escondidas em suas costas esperando que Green acordasse.

Ela acordava, como sempre esticando seus braços e bocejando, coçou seus olhos tentando tirar os danos causados pelo tempo que dormiu. Assim que prestou atenção em seu quarto e notou a silhueta alta sobre o canto do lugar, ela agarrou as adagas abaixo de seu travesseiro por em puro reflexo.

— Fico honrado por ver que esteja usando minhas adagas e não suas típicas armas. — Ele deixou um pequeno e presunçoso sorriso desleixar-se em seu rosto enquanto dizia.

— É porque você é a ameaça. — Ela mentiu, carregava as adagas por todo lado, ela sentia que era algo necessário caso um de seus inimigos não sofresse danos com as balas  (como Loki), então carregava as adagas e uma de suas armas, já que pensava que prevenção nunca era demais. — E pelo que eu saiba as adagas não são mais suas. — Luisa baixou elas. — O que está fazendo no meu quarto?

— Apenas vim lhe deixar outro vestido, você precisa de um mais especial hoje.
— E por que?
— Temos visitas indesejadas, meu irmão chama de banquete.
— E por que? — Repetiu a pergunta, dessa vez com mais firmeza.

— Os rumores que nos envolvem atiçaram a corte e alguns responsáveis querem algo além das palavras do rei, querem lhe conhecer, ter certeza de que você não seria capaz de desrespeitá-los já que sobre mim eles já tem a resposta.

— E essa droga sobra para mim?
— Acho justo já que quem causou isso foi você. — Ela estreitou seus olhos para Loki, impacientemente pela sua ousadia. Ele se aproximou da cama, Luísa tentava entender porque ele estava tão calmo e confiante perto de sua pessoa mesmo após aquela cena no corredor. — Quer uma dica para carregar as adagas?

— Não eu quero que você saia do meu quarto sua cabrita, se não eu arruino esse banquete dizendo que todos os boatos são verdadeiros. — Ele riu enquanto esticava suas mangas, deixando evidente as adagas sobre seus pulsos.

— Ameaça tentadora, mas você pensou que isso traria apenas problemas a Thor, e não a mim? Eu sou apenas o irmão rebelde que nunca seguiu as linhas de um verdadeiro guerreiro, e Thor é um rei, um guerreiro nato e exemplar desde pequeno, algo como isso… — Ele fez uma falsa expressão de lamentação. — seria uma grande decepção para a corte. — Ele esticou os pulsos para ela, mostrando as adagas. — Está vendo? Assim você pode carregar por qualquer lugar e… — Ele impulsionou sua mão com força para baixo, deixando a adaga de sua mão esquerda ir para sua mão. — Ter em suas mãos em menos de um segundo. — Luísa não queria, mas se mostrou interessada já que ter que pegar de suas coxas e canelas era algo muito menos prático.

Ele puxou os pulsos da humana por mais que ela não tenha lhe dado permissão, ele nem ao menos pediu por ela. 
 Ele arrumava suas antigas adagas no lugar, e a mulher observava atentamente, na intenção de aprender.

𝐌𝐞𝐮 𝐄𝐬𝐭𝐫𝐚𝐧𝐡𝐨 𝐕í𝐜𝐢𝐨 | 𝐿𝑜𝑘𝑖Onde histórias criam vida. Descubra agora