Você me odeia enquanto eu te amo ✔👩‍❤️‍💋‍👨

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☀️▫️LUDMILLA▫️☀️

Desci a escada da casa da Brunna, me xingando por ter sido tão idiota dessa vez, digo, eu sempre a infernizei, mas como eu ia saber que havia sido a avó dela quem deu as meias para ela?

Sei que gosto dela e deveria saber absolutamente tudo sobre ela, mas por mais que eu me esforçasse para conhecê-la, a falta de acesso a ela me fazia muito ignorante a respeito de muitos detalhes.

- Vai ficar para almoçar, Ludmilla? – Perguntou a mãe da Brunna quando eu atravessava a sala para ir embora. Ela sempre perguntava algo daquele tipo e minha resposta era sempre a mesma.

- Eu já comi, dona Mia. Obrigada! – Eu nem tinha comido.

- Coma pelo menos um pouco antes de ir. – Merda! Eu estava sedenta por aceitar o seu convite, mas estava com um pouco de vergonha.

- Eu agradeço, mas... – Ela me interrompeu.

- Não quero desfeita, venha! – Ela sorriu e eu sorri de volta em uma sintonia perfeita entre futura sogra e futura nora.

- Já que a senhora está praticamente implorando... – Dei de ombros, a segui até a cozinha e me sentei à mesa.

- Coma a vontade, querida, vou tirar a roupa da secadora e já volto.

– Ela colocou um prato de sobremesa e uma travessa cheia de doce na minha frente antes de sair.

- Eu vou comer até passar mal. – Murmurei antes de colocar uma pequena quantidade (quase metade) do doce no meu prato. Eu mal havia chegado à décima colherada quando a porta da cozinha foi aberta com um estrondo.

- Tia Mia, separa o meu prato, que o cheiro está maravilhoso! – Olhei para o lado e me deparei com o monumento vulgo Camila Cabello encarando a travessa de doce pela metade. Ela parecia não ter notado a minha presença ali.

- Oi, Cabello! –Cumprimentei com um sorriso sem graça e cheio de comida enquanto dava uma última colherada no doce antes de me levantar.

- Ciscando em terreno inimigo de novo? Você é ousada, Oliveira. – Ela tomou o meu lugar à mesa e atacou o doce.

Ótimo! Assim Mirian iria pensar que foi ela que comeu tudo sozinha.

- Dê um beijo em Mia por mim. – Eu pedi enquanto ela gesticulava com a mão para que eu fosse embora. Nem me importei com a falta de educação dela e fui embora pensar em algo novo para chamar a atenção da Brunna.

🌟▫️BRUNNA ▫️🌟

Como aquela imbecil sabia que eu lavava minhas meias da sorte todo dia quinze e que eu não gostava de secá-las na secadora?

Aquilo não era algo que uma pessoa normal repararia, mas Ludmilla não era normal, era uma stalker do caralho!

Eu já sabia que ela me vigiava só para poder encontrar coisas para atormentar a minha vida, mas eu não sabia que ela reparava tanto.

A idiota parecia estar sempre em todo lugar que eu ia, sempre com aquele sorrisinho arrogante na carinha bonita. Eu tinha vontade de quebrar todos os dentes dela.

O pior de tudo era que todos a adoravam, principalmente minha mãe.

Minha própria progenitora gostava daquele satanás de cabelo preto. Sabe aquela filha da vizinha que é o exemplar de filha perfeita que sua mãe usa para esfregar na sua cara? Então, Ludmilla sempre foi esse exemplar.

Grrrr!! Odiar Ludmilla me dava fome.

Eu havia ajudado minha mãe a fazer a sobremesa mais cedo e se eu pegasse o doce pelos cantinhos e desse um jeito de espalhar o restante pela travessa para preencher os espaços faltantes, ninguém repararia.

A porta do meu quarto bateu fortemente contra a parede fazendo-me pular de susto.

- Por que a Oliveira estava aqui e por que você deixou ela comer toda a sobremesa sem deixar absolutamente nada para mim? A travessa de doce está toda lambida! –A voz de Camila era inconformada e eu não sabia do que ela estava falando.

- Quê?

- Eu cheguei aqui e só tive tempo de ver a Ludmilla dando uma última lambida na travessa de doce antes de ir embora. – Ela se aproximou, chutando os chinelos de borracha no percurso. – Desde quando você permite um absurdo desses? Estão amiguinhas agora? Vão se tornar melhores amigas para sempre, Brunna Gonçalves? – Ela praticamente gritou, enquanto me estapeava.

- Que porra, Mila!

Por que ela estava me batendo sem eu merecer?

- Ela comeu tudo, Brunna, tudo! Você sabe toda a comida dessa casa tem que ser destinada a mim, por que você fez isso? –Ela parou de me estapear e se jogou na cama ao meu lado, colocando o antebraço em cima dos olhos dramaticamente.

Tinha uma coisa grudada na cara dela. Eu franzi meus olhos e me aproximei enquanto ela resmungava.

Eu me aproximei mais ainda e lambi o local, fazendo-a dar um pulo de susto.

- Você é uma vagabunda, Camila! Por que você comeu toda a sobremesa? Tem noção do quanto eu fiquei aguardado vendo aquilo e tendo que esperar almoçar para poder comer? – Ela fez gesto de pouco caso com a mão.

- Suas necessidades não me interessam e ninguém mandou sua mãe cozinhar bem. Agora me explique a presença da Ludmilla aqui sem ser para um daqueles encontros que os pais de vocês organizam. – Eu bufei e expliquei tudo o que aconteceu.

[...]

- E então eu bati com a porta na cara dela e a expulsei. – Dei de ombros. – Sabe, o de sempre...

- Ela poderia ter destruído as suas meias de verdade, pelo menos ela não fez isso.

- Ela nem deveria ter pegado alguma coisa para começo de conversa. Eu só quero que esse ano termine para eu ir para uma faculdade bem longe dessa maldita. Pensei até em me inscrever em alguma lá em Tóquio, será que eles me aceitariam?

- Com seu histórico de encrenqueira? Se fosse reitora de alguma faculdade por lá, com certeza não te aceitaria. – Ela cruzou as pernas em forma indiana e colocou o travesseiro em cima delas. – Enfim... Eu acho que todo esse ódio de vocês duas é tesão reprimido. – Meus olhos se arregalaram sem que eu pudesse acreditar que tamanho absurdo houvesse saído da boca daquela panaca.

- A sobremesa entupiu o seu cérebro? Ouça bem o que eu digo Karla Camila, eu nunca, NUNCA, vou parar de odiar Ludmilla Oliveira . Eu beijo a essa sua bunda de tanajura se isso acontecer!