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qualquer erro me avisem!!!

◾◽🌵BOA LEITURA 🌵◽◾



☀️▫️Ludmilla ▫️☀️

– Sua desgraçada! – O grito feminino estridente e muito conhecido por mim, chegou aos meus ouvidos, fazendo-me sorrir internamente.

Deu certo!

Fingi que não estava escutando nada e continuei limpando o banco da minha moto enquanto assobiava tranquilamente. Em segundos duas mãos seguraram meus ombros e me viraram, fazendo com que eu me deparasse com um par de olhos castanhos escuros e raivosos.

– Como vai querida vizinha? – Perguntei com o meu melhor sorriso e um levantar de sombrancelhas enquanto via a pele bronzeada da garota a minha frente adquirir um tom avermelhado.

Com um olhar rápido, observei suas pernas expostas pelo short curto com cor de merda seca e sua camiseta horrível com estampa do Edward Cullen enquanto ela cruzava os braços em frente aos seios.

Ainda sim era bonita.

– Para de ser cínica Oliveira, onde elas estão? – Aquele tom de voz inflamado de raiva soava como música para os meus ouvidos.

– Elas quem? – Perguntei ainda agachada e ela se aproximou de mim apontando o dedo no meu rosto.

– Minhas meias da sorte que eu deixei secando no varal, sua idiota.

– As meias não são suas? Por que eu tenho que saber? – Eu sabia muito bem onde elas estavam.

– Porque você estar envolvida em tudo de ruim que acontece na minha vida!

–Agora só falta você me dizer que ter nascido feia também é culpa minha. – Bufei falsamente. – Você deveria está preocupada em procurar seu maldito par de meias ao invés de ficar me importunando. Anda, saia logo daqui Gonçalves! – Falei me virando novamente para a moto.

Mergulhei o tecido que eu usava para limpar a moto dentro do balde com água com sabão antes de torce-lo para tirar o excesso de água, levando-o até a lataria suja de lama, esfregando-o lentamente na sujeira. Pelo canto do olho, vi Brunna ainda parada com os olhos vidrados na minha mão.

– Diz que isso na sua mão não é o que eu estou pensando. – Olhei o tecido imundo na minha mão e o balancei, esticando-o.

– Eu não tenho o poder de ler pensamentos, mas isso daqui é um pano que estou usando para limpar o meu bebê. – Falei, me referindo a minha moto.

Ela tomou o tecido da minha mão e olhou pra ele como se tivesse segurando um animal morto. Dei de ombros, me virei e peguei outro tecido dentro do balde fazendo a mesma coisa que fiz com o primeiro.

Por que ela não está me matando? Pensei enquanto diminuía a velocidade dos movimentos na moto até pará-los totalmente. Olhei pra trás e senti meu coração dá uma pequena falhada ao ver a cena:

Brunna ainda segurava a meia entre os dedos enquanto suas lágrimas caiam em cima do tecido destruído. Eu larguei a outra meia dentro do balde e tentei me aproximar, tocando levemente sua perna com a ponta dos dedos.

– Bru, eu...– Ela focou os olhos em mim, chutou levemente os meus dedos e explodiu.

– Não me chame assim. Você é uma idiota, Oliveira. Você sabe o quanto essas meias são importantes pra mim? Foi o último presente de natal que que eu ganhei da minha vó antes dela morrer e agora elas estão destruídas porque a pessoa que eu mais odeio no mundo resolveu roubá-las pra limpar essa maldita. – Ela parou e marchou até a moto, usando o pé para derrubá-la. – Essa maldita moto! – Ela afundou a mão dentro do balde e tirou de lá a outra meia. – Eu quero que você e essa sua moto se destruam, Oliveira. Eu odeio você com todas as minhas forças. – Ela pegou o balde cheio de água suja e o virou na minha cabeça antes de voltar para casa, pisando fundo.

Ah! Eu já falei que sou apaixonada por ela?

🌟▫️Brunna▫️🌟

Essa idiota é a personificação do próprio diabo.

Eu praguejei em pensamento enquanto empurrava a porta de casa com todas as minhas forças e marchava em direção a escada.

– Brunna o que aconte...– Interrompi minha mãe.

– Foi a idiota da Ludmilla de novo! – Gritei enquanto terminava subir as escadas, indo em direção ao meu quarto.

Eu sabia que minha mãe não ia questionar nada porque ela estava mais do que acostumada com as minhas brigas com a Ludmilla.

Joguei-me em cima da cama, e me permiti chorar.

Eu odiava quando Ludmilla me vencia daquele jeito. Levantei as meias diante dos meus olhos e algumas gotas de água suja pingaram no meu rosto, misturando-se às minhas lágrimas, faltando apenas uma música triste de fundo pra completar o desastre.

Elas não estavam apenas sujas, a filha da puta havia cortado toda a lateral delas pra expandir o tamanho do tecido e lavar aquela lata velha que ela chamava de moto.

Não sei por quanto tempo eu chorei, amaldiçoando a vida de Ludmilla Oliveira, mas meus pensamentos foram interrompidos pela voz da minha mãe ecoando do andar de baixo.

– Brunna, tem visita pra você! – Provavelmente era minha melhor amiga Camila que gostava de comer na minha casa aos sábados.

– Pode mandar subir! – Gritei em resposta enquanto olhava as meias destruídas.

Momentos depois ouvi batidinhas de leve na porta.

– Sua mãe falou que eu podia subir. – Meu olhar foi diretamente para a porta.

– Vai embora da porra da minha casa, Oliveira! – Eu gritei enquanto me colocava de pé, pronta para esmurrá-la. Ela arregalou os malditos olhos castanhos e deu um passo para trás.

– Eu já estou indo, só vim trazer isso. – Ela estendeu a mão mostrando os dois pedaços de tecido idênticos ao que eu apertava em minhas mãos.

– Eu não quero a porra de um par de meias novos! Você não entende o significado sentimental das coisas? – Eu arremessei o tecido que estava em minhas mãos em seu rosto. – Você não pode destruir minhas coisas e simplesmente tentar repor com outras novas, sua idiota! – Ela não falou nada. Apenas pegou o tecido que eu havia arremessado em seu rosto e olhou para mim estendendo novamente o par não danificado.

– Essas meias são as suas. Eu sei que todo dia quinze você lava esses pares de meia e não gosta de secá-las na secadora, por isso, comprei um igual apenas para provocá-la. –Ela riu fracamente. – É tão fácil mexer com você, Gonçalves ... – Se ela soubesse o quanto eu odiava ser feita de idiota, não falaria aquilo. Eu tomei o par de meias de sua mão com um puxão e o joguei em cima da cama.

– Esqueça que eu existo!

– Eu queria que isso fosse fácil....

Você me odeia enquanto eu te amo ✔👩‍❤️‍💋‍👨Onde histórias criam vida. Descubra agora