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️▫️LUDMILLA ▫️☀️

Pela fresta do olho eu vi que Brunna estava dormindo e abri meus olhos totalmente, observando o rosto sereno e tranquilo pelo sono. E se eu não houvesse chegado a tempo? E se acontecesse com Brunna a mesma coisa que aconteceu com Aline? Eu seria a culpada porque teria deixado Brunna ir praticamente cega para aquele encontro. Os avisos que eu dei a ela em nada se comparavam a gravidade do problema. Pedro era um criminoso e precisava pagar por todas as coisas que ele fez, mas quando Aline tentou fazer alguma coisa, não obteve sucesso e precisou se mudar de cidade.

Meu único alívio naquele momento era o fato de Brunna finalmente saber quem aquele filho da puta era e haver prometido se manter longe dele. Eu iria ficar de olho nela mesmo que ela não quisesse. Se Pedro chegasse a vinte metros dela, eu seria capaz de matá-lo.

- Eu pensei que você estivesse dormindo. – Sua voz sonolenta interrompeu meus pensamentos e eu foquei meus olhos em seu rosto. A luz do luar que penetrava o quarto através da janela iluminava seu rosto de uma maneira perfeita, como se ela absorvesse toda a energia provinda da lua. Como se a lua houvesse sido feita especialmente para ela, como se a lua a pertencesse. – Ludmilla? – Ela chamou.

- Desculpa, eu me distraí. – Sorri sem mostrar os dentes, agradecendo o fato da penumbra quarto ocultar toda a coloração enrubescida do meu rosto causada por haver sido flagrada admirando-a.

- Você não vai dormir? – Ela perguntou num sussurro e eu contive a vontade de fechar os olhos e inalar a sua respiração.

- Eu não estou com sono. –Confessei-lhe.

- Eu também não estou. Tudo o que aconteceu essa noite ainda parece encravado em minha mente, eu não consigo desligar. Eu jamais serei grata o suficiente.

- Você não precisa agradecer porque é isso que as pessoas fazem quando gostam, cuidam e protegem. Eu sei que sempre demonstrei tudo de uma forma muito estranha, mas não existe um manual que ensine a forma certa de demonstrar seu amor para uma pessoa que te odeia. – Eu não deveria ter falado aquilo, eu não queria estragar nossa primeira conversa civilizada com meu amor idiota. – Esqueça que eu falei isso. – Eu pedi antes de tentar me virar de costas para ela e sentir seus dedos em meu ombro, me impedindo.

- Não Ludmilla. – Ela continuou com a mão em meu ombro, fazendo com aquele gesto fizesse as batidas do meu coração triplicarem de velocidade. – Não pare de dizer essas coisas para mim, digo, é uma forma egoísta de eu não me sentir usada. Saber que alguém gosta de mim assim me conforta de alguma maneira. Eu estava enganada quando disse que você todas aquelas coisas horríveis para você, digo, apenas pelo pouco que descobri sobre você hoje, coloca você num patamar bastante apaixonável. – Ela sorriu para mim e apertou o meu ombro de leve. – Eu queria poder corresponder esses sentimentos tão lindos que você tem por mim da maneira que você merece, mas eu não me sinto assim, digo, eu não vejo as meninas do mesmo jeito que você vê.

- Sim, até porque eu não fico vendo garotas peladas pela janela do meu quarto. – Eu respondi de modo divertido me referindo ao dia que Brunna ficou me espiando da janela do quarto dela, mas por dentro eu me sentia destruída por haver levado um fora mais uma vez.

- Não sei do que você está falando. – Ela tirou a mão do meu ombro e desviou o olhar.

- Tem certeza que não sabe? –Perguntei cinicamente.

- Tenho, cala a boca!

- Cala a boca você!

- Você uma idiota, Oliveira. Retiro tudo o que eu disse sobre você ser uma pessoa apaixonável. – Ela se virou de costas pra mim de modo brusco.

Você me odeia enquanto eu te amo ✔👩‍❤️‍💋‍👨Onde histórias criam vida. Descubra agora