🌷▫️DAIANE ▫️🌷
Aquilo estava me consumindo.
Era para eu estar aproveitando meus últimos momentos com Vanessa antes dela viajar no dia seguinte, mas ali estava eu em seu quarto, deitada em sua cama, recebendo beijos no meu pescoço, sentindo meu corpo travado e cheio de culpa por ter beijado a melhor amiga dela e gostado.
- Está bem. – Ela disse se sentando na cama. – O que aconteceu?
Eu permaneci deitada, com o corpo rígido como uma tábua sentindo-me perder todo o líquido do meu corpo através do suor. Ela havia percebido e eu precisava disfarçar.
- Por que você pensa que aconteceu alguma coisa? – Perguntei o mais cinicamente possível, alisando os cabelos com a mão para dar veracidade à minha expressão tranquilamente falsa.
- Daiane, desembucha! – Eu mordi meus lábios, querendo conter uma explosão, mas não adiantou merda nenhuma.
- Eu beijei a Fernanda, pronto falei! – Eu gritei e fechei os olhos porque não queria ver a expressão dela. Passou-se alguns instantes e ela ainda não havia esboçado nenhuma reação e por isso, eu abri os olhos para ver o que estava acontecendo e me deparei com seu olhar avaliador sobre mim. – Você não vai brigar comigo?
- Por que eu faria isso? – Ela me perguntou franzindo as sobrancelhas. – Brigar com você não vai fazer o beijo se desfazer e além disso, se você beijou ela foi porque quis e eu não tenho nenhum direito de contestar suas vontades.
- Você tem o direito sim. – Eu afirmei, assentindo freneticamente e ela meneou a cabeça, segurando minhas mãos, entrelaçando nossos dedos.
- Não, eu não tenho. – Ela olhou para nossas mãos unidas – Eu estou indo embora, Daiane. Eu não sei se algum dia eu vou voltar... eu não menti quando disse que gosto de você, digo, quem não gosta? Mas eu não posso me aborrecer porque você beijou outra pessoa. Diga-me, por que você beijou Fernanda?
- Ela estava usando um pijama do Homem Aranha. – Aquela explicação era o suficiente para que ela me entendesse.
- O que isso tem a ver? – Ela perguntou franzindo as sobrancelhas.
- Era um pijama caralhemente justo. – Eu fui mais clara e ela ergueu as sobrancelhas.
- Wow! Agora entendi... – Ela assentiu lentamente.
- Você já viu o pijama? – Talvez Fernanda tenha usado de novo depois daquele dia. Aquela merda deveria ter sido queimada na Santa Inquisição no lugar de alguma bruxa e não usado de novo.
- Eu não vi, mas se for igual ao da Mulher Maravilha, eu tenho uma noção da visão que você teve.
- Ainda tem o da Mulher Maravilha!? – Eu não consegui evitar o grito com a imagem que veio à minha cabeça. Puta que pariu!
- Sim, no dia que eu a vi usando aquilo pela primeira vez, eu também a beijei. – Meu queixo havia ido parar no chão e um único pensamento explodiu na minha mente: caralho cuzão!
- Você já a beijou? – Melhores amigas que se pegavam? Aquilo não fazia sentido.
- Daiane, você se lembra da última festa que eu dei?
Eu não me lembrava de quase nada naquela festa além de haver chegado nela com a Ludmilla, ter bebido algumas coisas desconhecidas e depois ter acordado perto da piscina com o vestido enroscado debaixo dos peitos e a calcinha do lado avesso.
- Lembro de pouca coisa. – Falei achando aquela pergunta repentina muito estranha.
- Digamos que eu, você e Fernanda tenhamos nos empolgado um pouco na festa...
- Como assim? – Eu me empolgava quando tocava algumas músicas dos anos 90 e trilhas sonoras de filmes e games, mas eu não lembro desse tipo de música ter tocado na festa.
- Você transou com nós duas. – Eu imediatamente soltei suas mãos e me levantei sentindo que iria morrer, mas não minhas pernas perderam as forças e eu cai sentada no chão, com o corpo tremendo.
- Eu sou virgem! – Gritei. – Eu nem sei como transar, ainda mais com duas. – Eu comecei a me abanar. – Pega meu cartão do saúde ali na mochila. – Eu apontei para a minha mochila jogada no canto do quarto – Eu vou morrer...
- Daiane, calma! – Ela tentou colocar as mãos em cima dos meus ombros.
- Não toca em mim, eu estou nervosa! – Eu gritei, me jogando no chão. Três corpos, trinta dedos, sessenta se for contar os dois pés, glândulas sudoríparas ativadas, movimentação corporal conjunta... eu não podia ter transado com as duas! Eu não conseguia nem imaginar aquilo.
Tomara que eu morra.
- Daiane, tente se acalmar e eu explico o que aconteceu. – Eu tentei me controlar e meu corpo relaxou o suficiente para o que eu conseguisse ouvi-la sem ter um ataque fulminante.
- Como isso aconteceu? – Ela se sentou ao meu lado do meu corpo jogado no carpete.
- Eu não lembro com exatidão, mas Fernanda e eu temos um trato de que "o que acontece nas festas, ficam nas festas" e já havíamos ficado algumas vezes antes só por diversão. Não foi diferente do que aconteceu na festa, simplesmente aconteceu e foi divertido. – Ela deu de ombros. – Eu nem sei se Fernanda se lembra porque nunca tocamos no assunto, mas depois do que aconteceu, nós ainda voltamos para a festa e no dia seguinte eu encontrei você desmaiada perto da piscina e do resto você já sabe.
Fernanda + Daiane + Vanessa + Sexo = ...
Aquilo não fazia sentido. Eu havia tido a minha primeira vez com as duas garotas mais gostosas da escola e não me lembrava de porra nenhuma.
- Cacete... – Eu consegui murmurar, com os olhos arregalados sem conseguir enxergar nada com clareza. Ela riu e sentou-se em cima do meu quadril.
- Seria divertido se você se lembrasse, você foi muito bem em tudo. – Eu abaixei o olhar para ela.
- Fui? – Ela assentiu com um sorriso muito sacana no rosto.
- Digamos que você sabe usar a boca para outra coisa além de gritar e tenho certeza que Fernanda também pensou o mesmo... – Eu prendi a respiração, lutando para não surtar, mas internamente eu estava explodindo.
- Eu... – Apontei para a minha boca e em seguida para a intimidade dela e ela assentiu sorrindo. – Senhor...
- Fernanda é minha melhor amiga e louca por você, se você também gostar dela, eu vou ficar bem com isso.
- Você está me confundindo. – Eu não gostava da Fernanda . Ela era legal, engraçada, bonita, simpática, sexy, inteligente, meiga e tudo mais, mas isso não queria dizer que eu gostava dela daquela maneira.
- Não tem problema nenhum em gostar de mais de uma pessoa.
- Claro que tem problema! – Aquela garota era louca em afirmar um absurdo daqueles.
- Só tem problema quando uma das partes é machucada. – Ela afirmou, ajeitando-se em cima do meu quadril. – A gente não consegue mandar nessas coisas... se estivéssemos em um relacionamento isso não seria legal. Na minha concepção, estar num relacionamento requer mais do que um simples gostar e por isso, não sei se essa coisa se gostar de duas pessoas ao mesmo tempo rola porque num relacionamento os sentimentos são mais intensos, entende?
Eu não entendia nada, mas assenti.
- O que eu quero dizer com isso tudo é que eu. – Ela fez aspas. – Abençoo o relacionamento de vocês. – Ela fechou aspas.
- Não tem nenhum relacionamento. – Eu fiz questão de esclarecer.
- Eu sei que não tem, se tivesse, eu não faria o que estou prestes a fazer. – Ela murmurou se inclinando para mim e eu senti todo o meu nervosismo reacender.
- O-o-que você está prestes a fazer? – Ela me encarou e sorriu.
- Vou te lembrar um pouco do que aconteceu na festa. – Ela murmurou atacando minha boca.
Caralho cuzão!
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Você me odeia enquanto eu te amo ✔👩❤️💋👨
FanfictionComo eu vou conquistar a garota que eu amo? A resposta é simples: Infernizando-a. 🌼[[Adaptação]]🌼 ➪ ᴄʀᴇ́ᴅɪᴛᴏs: ✨@lynmarquis✨