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🌟▫️BRUNNA ▫️🌟

O beijo foi tão curto quanto intenso, capaz de drenar todo o ar dos meus pulmões e assim que separei nossos lábios, a mesma mão que segurava o seu rosto, lhe acertou um tapa.

- O que foi iss... – Eu não a dei oportunidade de continuar e juntei nossos lábios novamente. Enquanto nossas línguas trabalhavam em busca de satisfação, eu ajeitei meu corpo de modo que ele saísse do saco de dormir sem que desgrudássemos nossas bocas e sentei-me em cima do corpo de Ludmilla, logo sentindo suas unhas fincarem a carne de minha coxa.

Separei nossos lábios novamente e as mãos que acariciavam seus cabelos a há poucos segundos desceram por seu pescoço que o rodearam, apertando-o de leve.

- É isso que eu quero, Oliveira. – Eu sussurrei aumentando a pressão dos meus dedos sentindo o ponto de pulso de seu pescoço latejar contra minha mão enquanto minha língua percorria seus lábios. – Ao mesmo tempo que eu quero beijá-la eu quero enforcá-la, entende o quanto isso é confuso? – Meu olhar suplicava para que ela entendesse e eu soltei seu pescoço, logo em seguida agarrando meus cabelos. Ela fechou os olhos e sorriu largamente.

- A única coisa que eu entendo é que achei isso sexy e psicopata pra caramba. – Ela abriu os olhos e suas mãos soltaram a lateral de minhas coxas e se posicionaram atrás do meu pescoço, puxando minha cabeça para baixo enquanto um novo beijo se iniciava e...

- Oliveira, eu estou vendo tudo! – O grito de Daiane fez com que nós pulássemos de susto e colidíssemos nossos dentes.

- Mas que porra! – Ouvi Ludmilla murmurar enquanto apoiava o peso do corpo no cotovelo. Sai de cima de seu colo e abri o zíper da barraca, me deparando com Daiane parada na frente da dela com os mesmos óculos escuros que ela usou durante todo o dia.

- Por que você está com óculos de sol de noite? – Perguntei tentando a entender a cena tão incomum com seus óculos escuros e seu pijama inteiriço que imitava a roupa do Homem Aranha.

- A Clara estava lendo com o lampião ligado e eu coloquei os óculos para poder ficar um pouco escuro dentro da barraca. Eu só dei uma saída para ir ao banheiro. – Ludmilla apareceu ao meu lado. – A propósito, acho melhor vocês desligarem o lampião de vocês porque eu consegui ver tudo o que vocês estavam fazendo ai dentro através da sombra. – Ela sorriu e eu não sabia aonde enfiar a cara. Meu olhar percorreu todo o acampamento e uma sensação de alívio tomou conta de mim ao notar que apenas Daiane  estava fora da barraca dela. E se fosse algum professor ao invés dela? Ou pior, Camila!

- A Brunna estava tirando uma coisa do meu olho. – Sério que a Ludmilla disse aquilo mesmo?

- Sei... estava tirando com a língua e ela acidentalmente escorregou para dentro da sua boca, não é? – Daiane sorriu para Ludmilla que só havia piorado tudo com aquela desculpa ridícula. – Podem se comer à vontade, eu só quis avisá-las porque vocês estavam apresentando um show grátis sem saber. Boa noite! –Ela virou e voltou para sua barraca e eu tentei não rir quando vi que seu pijama tinha uma abertura traseira que mostrava toda a sua bunda.

- Alguém deveria avisar a ela sobre aquilo. – Eu murmurei sentindo as lágrimas de riso contido encher os meus olhos, mas Ludmilla não se preocupou em não rir da amiga.

- Ela não usa calcinha quando dorme com esses pijamas e provavelmente se esqueceu de fechar aquela "portinha" ridícula. – Ludmilla murmurou entre gargalhadas e eu não me contive quando Daiane se ajoelhou e ficou de quatro parar entrar na barraca fazendo com que a visão de seu traseiro nu se expandisse.

- Clara vai ter uma grande surpresa. – Eu tentava conter o som das minhas risadas, mas eu não conseguia, ainda mais com o som da risada de Ludmilla preenchendo os meus ouvidos. Nós rimos por momentos intermináveis e o olhar risonho de Ludmilla impedia que eu parasse de sorrir.

- Seu sorriso é perfeito. – Ela murmurou com um sorriso mais fraco e eu senti aquela frase aquecer algo dentro de mim ao mesmo tempo em que me desconcertava.

- Obrigada! – Eu não conseguia fitá-la.

- Hum... sobre o que aconteceu agora pouco... – Ela começou a falar, mas eu a interrompi.

- Vamos entrar. – Eu disse querendo ganhar tempo para pensar sobre o que eu iria falar durante nossa conversa inevitável. Ela assentiu e nós enfiamos nossas cabeças dentro da barraca, fechando-a logo em seguida antes de deitarmos de frente uma para a outra sobre os sacos de dormir.

- Eu não quero fazer nenhum tipo de cobrança, mas... – Eu pus meus dedos sobre seus lábios macios, silenciando-a.

- A única coisa que eu peço para você é tempo. – Tentei explicar. – Todos esses sentimentos novos em relação a você me deixam assustada e eu ainda não sei o que fazer com eles. – Eu resolvi ser sincera. – Não é como se eu estivesse apaixonada por você, mas eu me sinto incomodada quando outra garota chega perto, querendo você e descobri que você é uma garota super agradável quando não está sendo idiota. Descobri também que gosto muito mais dos seus beijos do que gostei quando Pedro me beijou antes de me atacar, mas eu estou assustada... – Eu confessei e senti seus dedos percorrerem a mecha de meus cabelos.

- É pelo fato de eu ser uma garota? – Ela perguntou com cuidado.

- Não, é por você ser você. –Tentei explicar. – Você me assusta, mas não chega a ser incômodo, entende?

- Pelo menos você gosta de mim. – Ela murmurou com um dar de ombros.

- Talvez sim... – Eu retruquei com um dar de ombros.

- Isso quer dizer que eu posso te beijar quando eu quiser? – Aquilo não era má ideia.

- Acho que sim. – Ela se aproximou e beijou meus lábios brevemente.

- E te abraçar? – Eu afastei nossas cabeças e olhei em seus olhos.

- Essa pergunta é idiota, porque no ranking das ousadias o abraço vem bem antes do beijo. Então se eu disse que você pode me beijar, isso quer dizer que todos os itens inferiores ao beijo no ranking da ousadia também são permitidos. – Ela revirou os olhos.

- Para de estragar tudo.

- Você que está estragando tudo com essa pergunta idiota.

- Cala a boca, Gonçalves! – Ela murmurou abraçando meu corpo prendendo-o de encontro ao dela enquanto eu tentava me desvencilhar.

- Me solta, Oliveira! – A idiota não me soltava.

- Não vou te soltar! Você disse que eu podia te abraçar a hora que eu quiser e eu quero agora. – Ela apertou ainda mais o braço ao meu redor.

- Mas eu não quero te abraçar agora, na verdade, eu quero socar a sua cara.

- Não quer não. – Ela prendeu minha cabeça contra seu peito e eu me contive para não dar uma mordida lá.

- Eu quero sim. – Eu murmurei, mas minha voz saiu abafada pelo seu corpo idiota. – Eu vou morrer sufocada, sua palhaça!

- Vamos dormir, Bru! – Ela afrouxou seus braços, mas sua perna direita pousou em cima do meu quadril, ainda me prendendo a ela.

- Te odeio, Oliveira! – Ela beijou minha testa.

- Não odeia não. – Ela esticou o braço, desligando o lampião que estava atrás de mim e descansou-o em minha cintura enquanto ou outro servia me como travesseiro. Eu me aconcheguei contra seu corpo e a abracei da melhor forma que pude.

Talvez ela tivesse razão, eu não a odiava.

Você me odeia enquanto eu te amo ✔👩‍❤️‍💋‍👨Onde histórias criam vida. Descubra agora