Capítulo 2

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- AH NÃO!

- O que foi Cinder... – ele não precisou terminar a frase para saber o motivo.

Meu carro estava destruído. Os pneus foram furados e os vidros estilhaçados. E na pintura tinha a marca da culpada, escrito Puta, Vaca, Sem Graça, Destruidora de Corações e Piranha. Os pais do Nathan haviam contado da festa surpresa que ela estava preparando e disse que não queria que eu fosse por causa do meu rompimento com ele. Tinha deixado o Alaric ir com a desculpa que era da família, mas seus pais pediram muito para que eu fosse também, que por mais que eles ficassem tristes pelo filho deles sabiam que nós sempre seriamos ligados. Todos somos uma grande família Rose me disse e queria que isso realmente fosse verdade, mas ainda não éramos. Precisava de um tempo para que o Nathan aceitasse meu namoro com seu irmão. Hoje já tinha me mostrado estar disposto a isso, o que era ótimo. Só que tem mais uma pessoa que precisava superar, ate mais do que nós dois. Juliette. Tudo bem ela ter pegado as dores do Nathan, já tinha me deixado claro que se o magoasse iria sofrer as consequências. Via como os dois tinham uma bela amizade, mas suas atitudes eram demasiadamente exageradas.

Sempre me vejo cercada de caçadores, segurança e isso me encheu há uma semana atrás que explodi dizendo que não precisava deles na minha cola o tempo todo, assim consegui ter somente três deles andando comigo o Alaric, Victor e ela. O pior de tudo é que ela mesma se nomeou, o que não é boa coisa. Sei que vou ter que engolir muito, mas esse tempo talvez seja bom para provar a ela que eu não quero machucar o Nathan e que precisa resolver isso logo, porque não vou ficar tolerando suas vingancinhas bestas.

- Tudo bem Princesa, não era dos melhores aquele carro.

- Mas era MEU Alaric. Que eu consegui comprar e agora está destruído, mas isso não vai ficar assim. Aquela coisa vai se ver comigo. – disse enquanto voltava lá para dentro, poxa eu estava juntando uma grana para ter a independência de um carro, mesmo tinha sido um Fiat Uno Mille. Era meu e ela não tinha o direito de fazer isso. Quando estava perto da porta ele me pegou pelo braço. – Me solta!

- Não. Essa guerrinha tem que acabar Cinderela.

- Diz isso para ela, eu não comecei... - isso não era verdade. Tinha realmente machucado o Nathan, mas ela não estava certa.

- Deixa pra lá. Eu vou falar com ela. – ele já tinha feito isso e ela só me deixou em paz por uma semana.  Ele me abraçou e continuou – Vamos para casa.

Assenti e caminhamos os dois abraçados ate a pousada. Nós dormíamos em seu quarto em todos esses 30 dias em que estávamos juntos sem nenhuma interrupção. Os dias mais felizes da minha vida, minha família estava agora em Guairá e principalmente segura. Minha tia vivia no quarto, era raro a ver lá fora e nessas horas nem pronunciava uma sequer palavra comigo. Achara que eu era a culpada por tudo que aconteceu e estava cega de amores por um demônio. Carlos. Pelo qual eu quero pensar que realmente está morto, mas de qualquer maneira estava sendo muito bem protegido com um dos melhores e o mais gostoso de todos os caçadores. Em seus braços eu descobri o maior escuro contra o mal e neles vi o meu porto seguro. Todos os dias achava que iria morrer de tanto amor por esse homem e me preocupava saber o que o futuro prevê para nós. Tudo estava indo tão bem e as coisas não funcionavam assim.

Deitamos em sua cama que agora era de casal. Ele havia comprado escondido do meu pai. Já que uma das regras do senhor Luke é que não podíamos dormir juntos. Ele ate ficara de guarda para que ficássemos em nossos determinados quartos, mas arrumávamos um jeito de pular um à janela do outro para ficarmos juntos. Depois de um tempo meu pai desistira com ajuda da minha mãe ao relembrar como era o namoro deles no começo, que um não queria ficar longe do outro, o que fez surgir lembranças de como eles foram felizes juntos e como poderiam ser de novo. Se minha mãe der outra chance para meu pai. Torço muito para isso, mas o coração dela ainda está remendado e não seria nada bom ser machucado de novo. Meu pai está disposta a voltar a ser caçador e meu irmão também para me proteger, mas disse a ele que ainda é muito novo para entrar nisso, só que ele sabe que crianças já começam a estudar sobre a origem de tudo e nisso ate permiti que participasse junto com minha mãe que também quer descobrir mais sobre suas origens.

Todas as noites nós dormíamos abraçados um ao outro garantindo assim que permanecíamos vivos depois de tudo. Nunca fizemos mais do que isso, só dormíamos. O Alaric dizia que não queria me pressionar a nada, mas eu o queria. Não me sentia rejeitada por isso, sabia que ele não queria me tratar como as outras que ele já teve na cama e quer algo especial para nós.  E todos os dias fala que é um dia a menos para a grande surpresa dele. Esperava ansiosamente por esse dia.

- O Nathan estava bem hoje. –disse enquanto eu acariciava seu peito onde estava sua marca.

- Sim, pensei que o clima iria ficar pesado e estranho com nós três no mesmo lugar, mas foi... tranquilo.

- É. – beijou os meus cabelos e disse. – Você sabe que eu te amo não é?

- É claro que eu sei. Você me lembra disso todos os dias. E eu também te amo.

- Eu nunca tinha dito isso a ninguém antes e quero sempre deixar bem claro como me sinto.

Assenti e com isso nós dois dormimos.

Encantos SombriosOnde histórias criam vida. Descubra agora