Encantos Sombrios

Capítulo 12

Coloquei minhas roupas e alguns pertences em minha mala e estava quase pronto para ir. Marcus, o renegado que me fizera à proposta já tinha me dado todas as informações e eu deveria viajar hoje para o Maranhão para encontrar com ele. Uma parte de mim estava gritando que o que estou fazendo é errado e que não deveria estar abandonando as pessoas que eu amo, mas a outra pede por isso. Pede para que pense só em mim e siga em frente com a vida que sempre quis ter. Logo, logo serei só um humano e não teria mais que carregar um grande peso em minhas costas. Minha alma se sente aliviada, mas meu coração não. Ele diz que pertenço aqui. Que os caçadores são a minha família e que devo ficar, mas não posso ouvir meu coração, não mais. Já sofri demais seguindo o que ele me pede.

Estava na bancada da minha cozinha tomando meu ultimo café ali e encarando uma folha de papel tentando encontrar as palavras que deveria deixar a eles, mas não consigo encontrar nada além de sinto muito por ser egoísta, mas essa é a melhor escolha para todos nós. Eu amo vocês e para sempre vou. Isso está uma porcaria! Amasso a folha e jogo no lixo. Eles vão me odiar de qualquer jeito quando descobrirem que os deixei então não adianta o que eu escreva isso não vai mudar. Olho mais uma vez o celular para ver se recebi a mensagem do endereço que devo ir quando chegar lá, mas nada. Deixo o celular lá e vou até meu quarto pegar minha mala. Todos estão dormindo, menos a Juliette, que deve estar em algum canto com alguém depois da Haley ter arruinado seu aniversario. Ela arrumou uma grande confusão para todos e tive que acalmar as coisas mandando os caras que o Alaric contratou irem embora e depois os que a Haley mandou para lá para irritar a Juliette. Eu não gostava de ser o problema que faz com que a Juliette não goste dela, queria que as duas pudesse se entender, mas duvido muito que isso possa acontecer sabendo o ódio que uma sente pela outra. Espero que agora elas possam conseguir um jeito de superarem os problemas dela sabendo que eu deixei as duas sem nem ter conversado com elas sobre o que estou fazendo. Depois de conferir que peguei tudo que precisava desci para a cozinha e ir embora de uma vez daquela casa, mas então encontro a Juliette ainda com o vestido laranja, mas com os cabelos emaranhados e a maquiagem um pouco borrada e ao seu lado estava uma Luna com seu clássico pijama cinza e uma expressão de que mataria um ao estar com meu celular em suas mãos e olhando feio para a mala ao meu lado. Juliette estava irritada que não conseguia ficar parada andando de um lado par o outro e disse se aproximando de mim e me empurrando:

- Que merda você pensa que está fazendo? Você me prometeu que nunca me deixaria e agora está fazendo justamente isso. Como pode ser tão egoísta e abandonar as pessoas que te ama por causa da sua estupida vontade de ser humano. NATHAN SE TOCA DE UMA VEZ POR TODAS. VOCÊ NASCEU COMO UM CAÇADOR E TEM QUE CONTINUAR ASSIM.

- Juliette... – digo tocando seu braço para acalma-la, mas ela se afasta e me olha de um jeito que eu pensei que nunca olharia. Ela está me odiando agora como eu sabia que iria fazer, mas não imaginaria que isso iria doer tanto.  Ela era a minha melhor amiga e uma parte de mim, e ver em seus olhos que a estava perdendo por ser tão egoísta me fazia querer abraça-la e pedir perdão. Ela perdeu tanta coisa nessa vida e eu garanti que a mim nunca perderia, mas olha só o que estou fazendo agora?  Estava a deixando como se ela não significasse nada e provando para ela que nada permaneça. Que as pessoas nós fazem se apegar a elas só para depois irem embora como se não fosse nada. Eu me odiava agora por isso, por fazê-la se lembrar das pessoas que fizeram isso em sua vida e que agora eu seria uma delas.

- Mantini, por favor, me deixe a sós com o Scott. – disse Luna e assim ela saiu da cozinha indo em direção ao seu quarto. Não queria conversar com a Luna e sim com a Julliette, mas sabia que não poderia sem antes conversar com a líder e dar as satisfações sobre o que estou indo fazer.

- Pode começar a falar o quão estupido estou sendo ao trair vocês e me tornar um renegado.

- Você não vai ser um renegado.