Capítulo 10

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Os dias foram se passando tão rápido que nem percebemos. Todas as manhãs acordava ás 5 horas para correr com a Luna, depois íamos ao centro de treinamento e passávamos boa parte do tempo lá. Quando não estava perto dela, percebia que sua atenção era totalmente dedicada a mim. Odiava pensar nisso agora porque ouvia a voz do Alaric na minha cabeça de que alguma coisa estava rolando entre nós dois, mas eu sabia muito bem que isso não era verdade. Não podia ser verdade. Nós dois mal nos suportávamos. Ela queria descobrir o que eu estava escondendo e eu o mesmo. Mesmo tentado de tudo não consegui descobrir o que está escondendo de mim. Isso me deixava irritado, mas ultimamente qualquer coisa está me deixando assim. No primeiro dia que nós dois treinamos juntos senti pela primeira vez algo estranho dentro de mim e não consegui ficar mais perto dela naquele dia, porque se não teria a machucado feio. Havia descontado toda a minha raiva em um saco de pancadas na academia onde o Alaric trabalhava. As pessoas a minha volta me olhavam estranho por estar tão irritado e quase machuco um cara que tocou em meu ombro perguntando se estava tudo bem. Tive que me controlar o máximo para não mata-lo. Sim eu queria matar ele sem motivo algum, simplesmente estava fora de mim e queria me livrar daquela ira ao espancar um humano inocente que não tinha culpa de nada, mas culpa do quê? Não sabia o que estava acontecendo comigo, mas o melhor que eu faria naquele momento era sair daquele lugar e me trancar no meu quarto.

Não tive nenhuma crise de raiva como aquela, mas continuava a sentindo em minhas veias. Só pensava em bater em algo ou alguém e comecei a ter uma vontade enlouquecedora de matar, seja o quem for. Só precisa matar. O que está acontecendo comigo? Não sou assim e não quero continuar sentindo isso. Preciso espairecer minha mente então vou ao bar com esperança de que a bebida me ajude a tirar esse desejo maluco da minha cabeça.

Quando chego peço um whisky com maracujá. Tomo um gole da minha bebida e então vejo uma garota se aproximar dizendo:

- Nathan Scott em um bar? Eu com certeza devo ter exagerado na bebida e estou delirando. – diz Brenda completamente bebida e com uma garrafa de vodca na mão. – Porque o Nathan que eu conheço não faria isso.

Sinto muito te informar Brenda, mas você não me conhece. Ela vem caminha para se aproximar mais de mim, mas acaba cambaleando e quase caindo.

- Eu acho que já está na hora de voltar para casa.

- Não seja estraga prazeres. Estou me divertindo á beça e voltar para casa é ter que encarar a vida algo que não estou a fim de fazer hoje.

- Não diga besteiras, você não é de fugir da realidade.

- Não consigo encarar tudo que está acontecendo, não sou como a Haley e a Maggie que são fortes. Elas lutam para não desabarem, mas eu não consigo. O Jeferson se foi e mesmo que já faça meses ainda continua vivendo aquele dia horrível. O dia em que tudo pareceu complicar na minha vida. E como Deus acha que minha vida não estava ruim demais me vem à doença da Maggie. Não consigo dormir direito por pensar que posso no outro dia encontra-la morta. Ela é tão forte lutando contra toda aquela carga emocional dela que me faz sentir mais fraca ainda. - ela começa a chorar então eu a abraço e digo:

- Eu sinto muito pelo que está acontecendo, mas você não pode fraquejar. Não deixe que a tristeza te consuma, porque uma hora ela irá embora. Nenhuma dor dura para sempre.

- Falar é fácil, Nathan. Sentir a dor de perder as pessoas e não conseguir conviver com isso é difícil. Queria poder esquecer-se do Jeferson e por isso venho beber. Estou sempre ao lado da Maggie dando forças para ela que não existem em mim. Eu sou uma farsa. Uma merda de uma farsa que finge estar feliz enquanto bebe e tenta mostrar para todos que está feliz quando sei que estou desmoronando e não quero que ninguém veja isso. Não quero ser fraca, mas eu sou.

Encantos SombriosOnde histórias criam vida. Descubra agora