Encantos Sombrios

Capítulo 39

- LUNA!LUNA! - grito desesperadamente seu nome enquanto vejo o caos ao meu redor. Tudo está desmoronando, era o que eu pensava até encontra-la estirada no chão com um buraco em seu peito. - Não. Não, por favor, não. - pego seu corpo sem vida em meus braços e a coloco em meu colo aproximando nossos rostos sentindo sua pele fria tocar a minha. - Você não pode estar morta, Luna. Não pode me deixar.

Pela primeira vez consigo sentir seus lábios, mas não a vida ali. Não há mais nada do que um corpo sem vida, sua alma se foi e a minha parece ter ido também porque não consigo sentir inteiro sem ela. Meus pulsos cerram e só sei que quero vingança. Me levanto do chão e só então percebo que não só tem a Luna morta como muitos outros também estão. O pior de tudo é que estou sozinho. A Haley está morta, a Juliette também, meus pais e até o Alaric. Lúcifer por fim conseguiu o que queria. Então ouço a voz do Anjo Vingador atrás de mim, ou melhor, Beliel.

- Então chegou o meu fim não é? Você matou a todos que amo e agora veio me matar.

- Você sabe que só existe um de nós que poderia vencer essa guerra.

- Engraçado que você poderia nos ajudar. Você destruiu tudo.

- Mas é o que eu sou. Vim para a Terra com uma missão de destruir e não a como mudar isso.

- Você sabe que havia sim. Estava em suas mãos quem iria vencer essa guerra e escolherá o lado errado. Lúcifer fara da sua vida um inferno e nunca irá se esquecer das ultimas pessoas que matara. - não tendo nenhuma piedade ele enfiou sua espada em meu peito e a ultima palavra que consigo dizer a ele. - Traidor.

- Scott! Scott. - ouço a voz da Luna, mas não consigo vê-la. Onde estou? Meus olhos começam a se abrir e a vejo ali em cima da minha cama então percebo que tudo foi um pesadelo.

Ela me olhava preocupada, percebi que estava usando uma camisola fina. Fico sentado na cama e vejo seu rosto iluminado seu rosto. Era tão lindo de se olhar que ela acabou percebendo que estava a admirando, então virou seu rosto um momento e nesse instante vi um leve rumor. Para acabar com aquele clima diz:

-Eu ouvi você gritando e fiquei...

- Preocupada? - completei e ela assentiu com a cabeça.

- Seus pais não estão e nem os empregados e quando entrei e não consegui te fazer acordar, tive... medo do que estava acontecendo. O que aconteceu?

- Não sei ao certo. Fiquei preso em algum pesadelo, mas tudo era tão real que nem havia percebido estar sonhando.

- Você me chamou varias vezes, fora até por isso que vim para cá.

E eu a vi não como uma líder dos caçadores agora, mas só como uma mulher que estava preocupada comigo por medo de algo acontecer comigo e não com o Nathan o caçador. Isso me fez encher de alegria

Talvez eu finalmente pudesse despertar nela o que ela despertou em mim.

- Você e todos os outros estavam mortos. Então ele me matou também.

- Quem?

- O Anjo Vingador. - disse sabendo o quanto fiquei perto de saber enfim quem era ele. O jeito que conversei foi como se já o conhecesse. Eu havia o chamado de traidor e isso mostra que ele é próximo de mim.

- Você viu seu rosto? Sabe quem ele é? - diz se enchendo de esperanças de descobrir quem seria ele.

- Seu rosto estava sobre a escuridão, mas o jeito que nós conversávamos era tão próximo. Seja quem for esse caçador nós dois temos proximidade e isso não ajuda em nada. porque se isso for verdade, tem um traidor por perto e isso... Meu Deus. Eu não posso aceitar que tenha estado comigo um demônio.

- Quem foram as pessoas mortas no sonho? - me pergunta

- Os meus pais, a Juliette, a Haley, você e o Alaric. Eles são os mais próximos de mim, se não for eles quem é o Beliel. - há algo estranho em seu rosto que não consigo descobrir o que é, mas não gostei nada daquilo.

Ela se retira do meu quarto e fico pensando o que poderia significar aquele sonho. Vou até a janela respirar um pouco e vejo um lobo olhando fixo para minha janela, quando percebe que a vi começa a correr. Ela deveria ser alguma das bruxas da Maeve.

Volto para cama, mas minha cabeça está a um milhão, então decido que o melhor é ocupa-la com outra coisa. Sempre que estou com muita coisa na cabeça desenho e decido que é isso que devo fazer agora. Vou até o armário e me sento em frente ao quadro. Ele ainda não tem muita coisa só um pequeno esboço de seu rosto. Era incrível pensar que por ela estou me desafiando a pintar, contudo seus traços eram lindos demais e deveriam ser eternizados de alguma forma. O papel e o lápis eram poucos para esboçar sua magnitude, então espero que esse quadro possa demonstrar cada traço, como o poder que aqueles olhos transmitiam e toda sua confiança que se tornava uma arma. Algo que precisava ser ilegal, porque eles enfeitiçavam, me enfeitiçou.

Passei a noite inteira pintando e por fim conseguirá terminar assim que amanheceu o dia. Me sentia realizado ao ver que todas aquelas horas valeram a pena quando vi o resultado. No quadro a Luna olhava para a lua e ela refletia seu reflexo como um espelho. Seus olhos foram à coisa mais difícil que fizera, mas era incrível como consegui trazê-los a vida. Fiquei bobo admirando aquele quadro. Ao mesmo tempo em que queria que todos pudessem vê-lo, não queria que ninguém o ver, para que só eu pudesse admira-lo.

AAAV|Tj