Paralyzed

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20 de outubro de 2008

Já era quase meia noite e não preguei o olho. Estava jogada no sofá assistindo algum programa aleatório na TV quando me assusto quando alguém se joga ao meu lado.

- Por Deus, Nate, para que me assustar desse jeito? – digo com cara de brava, mas ele acaba sorrindo e vê-lo assim me faz sorrir também.

- Você está estranha esses dias. Pelo que sei não era tão medrosa assim quando veio aqui para casa. O que está acontecendo Ju? – me pergunta formando uma ruguinha de preocupação em sua testa.

- Não é nada. Tenho pensando em muitas coisas que não me fazem bem. – desde daquele dia que saí com o Alaric que fiquei assim, mas mesmo sabendo que o Nathan havia percebido algo, não disse o que tinha acontecido, porque não teria como chegar para ele e dizer que o irmão dele não era confiável. Eles basicamente cresceram juntos e eu sou uma invasora, que caiu em suas vidas do nada. Se for para ter desconfiança de alguém seria de mim e não quero ver isso estampado no rosto dos Scott, por isso preferi deixar esse assunto para lá, mas não era por isso que havia esquecido o que o Alaric fizera e quando estávamos no mesmo ambiente era claro que não nos sentíamos bem. Percebi até que ultimamente ele mal fica em casa para não termos que nos ver.

- Você não pode ficar revivendo o passado, principalmente quando ele te faz sofrer assim. Pensa no futuro incrível que tem pela frente e pode ter certeza que farei de tudo para que seu presente seja o mais feliz possível, porque você merecesse isso e o meu dever será garantir que seja feliz. – eu o abraço com força e digo.

- Você faz um trabalho maravilhoso então, porque aqui estou sendo feliz e espero poder te recompensar no que for necessário por tudo que está fazendo por mim.

- Você já recompensa só com a sua presença. Ter você com a gente foi um presente. – então quando o relógio marca meia noite e Nate diz. – Falando em presente acho que você mesmo não sabendo me deu um hoje de aniversario que é a sua amizade.

- Não acredito que hoje é seu aniversário. Você é um mês mais velho que eu certinho. – então eu o abraço bem forte e acabamos caindo do sofá direto para o chão. – Parabéns. Parabéns. – digo beijando sua bochecha uma vez para cada ano.

- 15 beijos de uma garota como você que sorte a minha. Não é qualquer um que conseguiria tal privilegio.

- Não mesmo. – digo e então ficamos conversando até bem tarde e nem percebemos que caímos no sono ali no sofá.

Estamos indo para o meu primeiro dia de aula na academia e meu estomago se revira dentro de mim não sabendo o que me espera lá dentro. Nathan está do meu lado e aperta minha mão me dando apoio. Não tem caçadores inferiores aqui. Todos são 4 e 5 e eu sou uma intrusa.

- Vai ficar tudo bem. – ele me diz abrindo um sorriso. Eu me sentia tão bem ao seu lado que usei aquilo para me dar forças para continuar caminhando até a entrada.

A academia era em um palácio. O Palácio Rio Negro. Por fora ele era da cor de mostarda e por dentro cores quentes invadiam os cômodos, tanto na pintura quanto na decoração. O lugar ainda parecia permanecer com a mesma essência de quando fora construído no início do século XX. Fiquei deslumbrada com o quanto aquele lugar era belo. Havia tantos quadros pendurados sobre as paredes e eram tão ricos em sentimentos.

- Você está encantada. Geralmente a academia causa esse efeito em caçadores inferiores.

- Então houve outros caçadores como eu aqui.

- Sim, mas não pela mesma situação que você. Eles estavam aqui para serem mortos. – ele diz de uma forma fria. Ele odiava aquele lugar podia enxergar em seus olhos e então tentei mudar o assunto:

Encantos SombriosOnde histórias criam vida. Descubra agora