Encantos Sombrios

A Sky Full Of Stars

11 de março de 2008

Desperto pouco antes de o sol nascer, sentindo o coração do Gregory bater tranquilamente. Sentir cada batida dele sobre meu ouvido era o som mais incrível que já ouvi e queria poder acordar todos os dias o ouvindo. Fico só mais alguns segundos admirando dormir, ele parecia um verdadeiro anjo. Beijo o canto de sua boca enquanto levanto para pegar minhas roupas e indo para o banheiro. Tomo um banho rápido e coloco minhas roupas de ontem, mas quando me olho no espelho é tão estranho enxergar uma pessoa tão diferente da de ontem. Algo dentro de mim mudou depois do que aconteceu e era para maravilhoso. Não me cabia em mim de tanta felicidade, fleches dessa noite ficavam passando em minha mente. A forma que ele me tratou com tanto carinho e enxergar em seus olhos o quanto ele me desejava me fazia saltitar de tanto alegria. Eu tinha conquistado um espaço dentro daquele homem e isso era a coisa mais maravilhosa que tinha acontecido até agora.

Quando volto para o quarto ele continua dormindo, então deixo um bilhete dizendo que precisei ir e vou embora antes que meu coração convença a minha cabeça de que meu lugar era ali dentro de seus braços. Logo meus pais vão acordar e se não estiver lá eles irão pirar.

Chego em casa e entro sorrateiramente pela porta dos fundos onde está a área de serviço. No varal a roupas de moletom e as visto caso meus pais tenham acordado. Jogo a minha roupa no cesto e entro na cozinha, quando ouço passos na escada e vou logo abrindo a geladeira pegando uma garrafa d'água. Tomo um gole dela quando meu pai aparece ainda não muito acordado já que demora alguns segundos para fazer a pergunta:

- O que está fazendo acordada tão cedo Juliette?

- Estava com sede. – digo tomando mais um gole. Ele faz cara de desconfiado, mas logo dá de ombros.

- Vá para cama ainda é bem cedo e quando o dia realmente nascer nós teremos um convidado especial para o café da manhã.

- Um convidado? – digo não gostando nada daquilo. – Pai...

- Filha vá dormir, daqui a algumas horas podemos conversar depois que você saber quem é convidado.

Ele saiu da cozinha voltando para seu quarto. Eu sabia que esse convidado seria o noivo que eles encontraram para mim. Quando comecei há passar mais tempo fora de casa eles suspeitaram de que estava me encontrando com alguém, minha mãe exigia saber quem era, mas eu tinha dito a eles que não havia ninguém. Eles só pararam de me encher quando me viram com a Sarah e perceberam que não estava me envolvendo com ninguém, mas isso só acabou piorando as coisas, porque agora eles mesmos estavam escolhendo quem seria meu marido e o que tudo indica eles encontraram. Só me toco do que fiz quando sinto minha mão molhada e água por todo o chão. Eu acabara de torcer a garrafa. Eu não podia me casar com esse cara, não quando meu coração já é de outra pessoa. Mas eu não preciso. Os Hassel precisaram sair da cidade e eu vou com eles, esse é o único jeito de não seguir o destino que meus pais e o conselho quer para mim. Eu tenho escolha e já a fiz.

Não consegui dormir como pedira meu pai. Minha cabeça estava a mil, mas ela se acalmava quando pensava no Gregory. Minha felicidade era tanto que não cabia em mim, vivia mordendo o lábio para não gritar para os quatro cantos que estava amando. Mas infelizmente fui interrompida do meu devaneio quando minha mãe entra no quarto:

- Não acredito que nem se arrumou ainda! – diz furiosa ao me ver deitada com um sorriso bobo no rosto. – Ande logo menina, nosso convidado já está esperando.

- Tá bom mãe. – digo me levantando e indo para a porta.

- Por Deus Juliette. Você não pode aparecer assim! Está toda descabelada e com cara de quem nem dormiu direito e pior ainda com esse moletom enorme. Você precisa estar radiante minha filha para que ele veja o quanto terá sorte de te ter como esposa. – revirei meus olhos. Juliette. – ela me reprimiu e então eu fui contrariada pegar uma roupa qualquer indo em direção ao banheiro no cômodo ao lado. Lavo meu rosto, escovo os dentes e começo a vestir a calça jeans e uma regata preta. Me olho no espelho e não gosto do resultado. Eu estou provocante mesmo usando algo tão casual. Merda, não quero chamar atenção desse cara, mas não dá para fazer mais nada quando minha mãe abre a porta do banheiro sem paciência. – Agora assim está apresentável.