Capítulo XIII

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Os dias se passaram como borrões para Louis. Havia dormido bastante no dia seguinte e lidou com os olhares sugestivos e enojados de Gemma ao longo da semana – por razões compreensíveis. Ele não pensaria em sexo por um bom tempo.

Era 31 de dezembro e Violet resolveu "importunar" os avós, obrigando-os a fazer parte de suas brincadeiras. Gemma observava a cena da própria mãe escondida na cozinha como se fosse uma espiã, sinalizando para a filha parar de denunciá-la olhando daquela forma.

Bu!, a criança disse para Anne, rindo escandalosa ao que a mulher passou a correr atrás de si.

Enquanto Robin rezava para não ser encontrado atrás do sofá, Louis ajudava Gemma do lado de fora, ela se concentrando em acender a fogueira e ele encaixando as partes do sofá, empurrando-os com cuidado.

Harry surgiu minutos depois, a touca cinza protegendo suas orelhas do vento gélido. Não se sentia muito bem desde manhã e preferiu não se voluntariar para ajudar, também não dizendo à ninguém o que acontecia com seu corpo.

─ O que foi, meu amor? ─ Louis indagou preocupado. Harry apenas desconversou, retirando as botas e se encolhendo ao lado dele, sendo abraçado com carinho. ─ Está triste?

─ Estou cansado. ─ disse meia-verdade. Ele realmente se sentia cansado, muito mais que o usual, apenas não compreendia o porquê.

─ Você não comeu muito hoje.

─ Prometo que vou comer agora.

Louis arqueou as sobracelhas, mas um sorriso enfeitou seus lábios ao receber selinhos afetuosos. Havia algo sobre seus gestos carinhosos que criava uma espécie de bolha ao redor deles, fazendo-os esquecer completamente do que acontecia lá fora.

─ Papai, por que eu não recebo abraço? ─ Violet correu na direção deles, o cabelo que antes era um lindo rabo de cavalo agora estava uma bagunça.

─ Vem aqui, ciumenta. ─ sorrindo, ela permitiu que Harry arrumasse seus fios desalinhados, aninhando-se no peitoral de Louis em seguida.

Johannah e Anne não deixaram de sorrir vendo-os naquela aura tão apaixonada e doméstica. Pareciam um casal de longa data e sequer haviam estabelecido o que eram de fato. Elas torciam para que tudo desse certo dessa vez.

Gemma permanecia atenta ao comportamento do irmão. Primeiro porque ela queria achar motivos para implicar com Louis e segundo porque, conhecendo-o muito bem, sabia que havia algo de errado. E fora justamente seu olhar atento que o impediu de cair no dia anterior quando uma tontura se apossou de seu corpo.

Precisa ir ao médico, a mais velha aconselhou. Harry apenas acenou positivamente, não tocando mais no assunto.

Os fogos de artifício seriam lançados em poucos minutos e havia uma pequena movimentação na rua. Os moradores saiam de suas casas como se estivessem acostumados àquele evento anual e ambas famílias ficaram genuinamente curiosas, abandonando o quintal para seguir os demais.

Louis nunca passara a virada do Ano Novo na casa de campo e com certeza aproveitaria a data naquele lugar mais vezes após presenciar o show de cores no céu estrelado. Violet atrapalhou seus planos de beijar Harry à meia-noite, uma vez que tinha medo dos sons que machucavam seus ouvidos sensíveis.

Ela não parecia disposta a abandonar o colo do pai tão cedo e tentava, teimosamente, admirar as luzes coloridas com os olhos semicerrados.

Harry abraçava as pessoas educamente e ter Mark e Johannah o paparicando massageou seu ego.

Tudo parecia bem.

Ele finalmente andava em direção à Louis, sorrindo em antecipação ao ter os olhos do homem acompanhando seus movimentos.

Classy PirouetteOnde histórias criam vida. Descubra agora