Capítulo XXIV

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As mãos de Louis estavam trêmulas e finas camadas de suor traçavam um caminho desde sua testa franzida até o pescoço.

Mas nada disso se devia à proposta apresentado por Liam. Não, aquilo aconteceu no mês anterior e, apesar de ter a resposta na ponta da língua, o empresário alemão lhe deu tempo para pensar.

Harry era o motivo de todas essas sensações. Harry e seu cabelo – ou a falta dele.

─ Quem é esse homem e por que ele tem as chaves da minha casa?

Violet surgiu logo atrás com suas madeixas lisas também aparadas acima do ombro. Louis estava prestes a colapsar.

─ O que é isso? A gangue da tesoura?

─ Papai, eu cortei o cabelo com a mamãe no salão! ─ contou entusiasmada, passando os dedos nas pontas alinhadas. ─ A franja também, estava muito grande e caía no meu olho o tempo todo.

─ Amor, o seu cabelo está lindo! ─ assegurou, vendo-a sorrir abertamente ao avistar Anthony se equilibrando de pé ao lado do sofá. ─ Pegue leve com ele, ok? Benji acabou de comer.

─ Tony, Tony! Panetone ou chocotone? ─ Violet estava na fase das rimas e isso rendia boas risadas.

─ Não me olhe assim, William! Eu comentei que cortaria e só não disse nada ontem porque você provavelmente me trancaria em casa. ─ Harry disse após fechar a porta e levar algumas sacolas de compras para a cozinha. Os olhos maternais buscaram por Evie, que estranhamente dormia tranquila no cercadinho.

─ Resultado da madrugada turbulenta. ─ lembrou com um arfar cansado. Evangeline era bem agitada e sempre acordava no meio da noite. ─ E eu sei que você disse, só não imaginei que aconteceria tão cedo.

─ Os bebês tinham quatros meses quando eu comentei...

─ E então? Você me deu apenas seis meses para absorver. ─ Styles revirou os olhos, sorrindo ao que o noivo cruzou os braços, emburrado. ─ Eu nem tive tempo de dizer adeus!

O mais novo retirou uma embalagem transparente de uma das sacolas, revelando o primeiro corte que fez no salão. Os fios que antigamente se juntavam para formar um rabo de cavalo agora estavam presos a um elástico.

Louis não perdeu a chance de fungar dramaticamente, pegando-o com lentidão. Ele desistiu de tê-lo fora do plástico ao perceber que aquele cômodo em específico não era ideal, mas nada o impediu de pressionar a embalagem contra a face.

─ Amor, me diga que você vai emoldurar na parede da sala.

─ Eu vou doar. ─ proferiu orgulhoso. ─ O que você acha?

Era a derrota, o fim. Harry era maravilhoso e Louis sequer conseguia dramatizar sem ser surpreendido por atitudes pequenas, mas valiosas. Ele se sentiu um pouco egoísta pela brincadeira, abandonando seu tão precioso tesouro na bancada e tomando os lábios do cacheado no instante seguinte.

─ É uma ideia incrível! Você é tão perfeito que eu não consigo fingir por muito tempo.

─ Você ficou chateado mesmo? ─ questionou inseguro desta vez, temendo que Tomlinson não o achasse tão mais bonito agora. ─ Eu sabia que você era meio obcecado pelo meu cabelo, mas não achei que fosse tanto.

─ Para o meu teatro, sim, eu fiquei. Mas, se quer saber...você está ótimo, lindo, perfeito. Como sempre. ─ averiguou se Violet escutava. Nada. ─ Mil vezes mais gostoso, sabia? Mal posso esperar para testá-lo.

─ Testar? ─ as sobrancelhas se movendo sensualmente responderam sua pergunta ingênua. ─ Louis!

─ O quê? Eu sou prático, honey bun. Aliás, eu vou providenciar meu corte de cabelo na próxima semana também.

Classy PirouetteOnde histórias criam vida. Descubra agora