Capítulo XXII

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Harry deixou a Unidade Neonatal na terça-feira sem Evangeline nos braços.

Uma semana depois, ele estava apto para visitá-la todos os dias, chorando na maioria deles. A dor ao vê-la conectada àqueles aparelhos o deixava aflito, ansioso. Louis precisava ser seu porto seguro, mantendo-se firme para secar as lágrimas do noivo e enchê-lo com otimismo.

Tomlinson restringiu a presença de outras pessoas nos primeiros dias em casa. Styles estava exausto – mais psicologicamente do que fisicamente – e ele temia que o assunto fosse abordado de forma indelicada. Mas isso aconteceu eventualmente e, para seu alívio, os colegas de trabalho e os gestantes das aulas de natação foram gentis, dando todo o suporte e compartilhando experiências de gravidezes anteriores e de conhecidos.

Anthony era um bebê tranquilo, daqueles que dormia à noite toda e raramente chorava. A rotina teve que ser conciliada com a partir de sua demanda, que consistia basicamente em supervisão o tempo todo e muito, muito leite de sua mãe.

Violet o apelidou carinhosamente de bezerrinho e se surpreendia toda vez que o via se alimentar, questionando à Harry se o leite nunca teria fim.

As férias de verão chegaram com tudo e ela passava boa parte do dia tentando se comunicar com Anthony, ficando desapontada por nunca obter uma resposta. Seu irmão apenas lhe encarava com os grandes olhos azuis curiosos, sorrindo vez ou outra. Ele sequer enxergava direito, mas estava habituado às vozes e adorava ouvir Violet falando.

Harry descansava para se recuperar logo, se exercitando com cautela para não se machucar. Louis tomava conta de tudo e não aceitava créditos quando o elogiavam por isso. A parte mais difícil seu noivo havia feito, cuidar dele e dos filhos era o mínimo que poderia fazer.

Participar dos momentos de amamentação, banho e confissões inseguras durante a madrugada estava no pacote. Qualquer coisa que pudesse realizar para trazer leveza ao ambiente, seja lidar com um Harry hipersensível ou uma Violet emburrada, Louis estava pronto para agir.

Alguns dias eram mais difíceis que outros. Em alguns, o mais novo aproveitava a tarde com Violet e o bebê, adormecendo agarrado ao noivo como um coala filhote. Em outros, ele acordava extremamente melancólico, recusando qualquer tipo de alimento sólido e desmoronando em lágrimas por horas a fio.

No fundo, Louis sabia que tudo ficaria bem. E não era ele quem afirmava isso com tanta convicção, mas sim Julian que havia telefonado para noticiar a alta de Evangeline em uma quinta-feira de manhã.

Durante o banho matinal, Tomlinson arquitetou uma surpresa para Harry que aconteceria mais tarde. Era um alívio ter sua família ainda na Inglaterra lhe dando todo apoio que precisava.

Anne pediu ajuda de Violet para fazer um bolo, empurrando Johannah na história, que teve uma explicação um tempo depois e tentou disfarçar sua animação. Louis não planejava algo grande, até porque ele compreendia que não seria adequado considerando que o noivo ansiava por isso há quase três meses. Ter pessoas competindo pela atenção de Evie não seria bom.

─ Você vai buscar o outro bebê? ─ Violet sussurrou, observando o adulto organizar o carro novo com pressa. Era bem maior que o anterior. ─ A Evie vem agora? Ela já saiu da casinha de vidro? A incuba..incuba-bebê.

─ A incubadora? Sim, meu amor. A mamãe não sabe ainda, ok? ─ repetiu o combinado e ela acenou prontamente. ─ Você quer ir comigo?

─ Eu não posso. Preciso atuar, papai! A vovó Jay não sabe fingir, esqueceu?

Tomlinson riu genuinamente, atacando a bochecha da filha com uma mordida suave e dizendo que a amava antes de manobrar o carro para fora da garagem.

Classy PirouetteOnde histórias criam vida. Descubra agora